sexta-feira, 19 de agosto de 2022

ORATÓRIOS E A DEVOÇÃO POPULAR

 

As imagens sacras tangibilizam a relação do devoto com o santo de sua fé. Neste sentido, poderia se afirmar que os oratórios católicos são uma representação do espaço de reflexão espiritual de uma igreja em locais onde elas não existem, são distantes ou que o acesso a elas apresenta alguma dificuldade.

Estar diante de um oratório é vivenciar um momento de aproximação. Um tempo de convivência em um espaço de contato íntimo com o sagrado. Os oratórios populares cumprem exatamente estas funções e apresentam as mais diversas formas, certamente ligadas aos recursos disponíveis em cada lugar e ao grau de informação que o seu construtor conhece. Por esta razão não é difícil encontrar estas peças de devoção confeccionadas em madeira, vidro, pedra, metais e até mesmo materiais plásticos.

Em uma visita ao Museu do Oratório, localizado em Ouro Preto, junto a Igreja do Carmo, pode-se conhecer um pouco da variedade e beleza destes pequenos objetos de arte religiosa. Lá encontramos mais de uma centena deles nos mais diversos tamanhos, cores, simbolismos e variações.

Quanto ao local de uso podemos classifica-los em oratórios domésticos fixos (usados nas residências ou capelas) e oratórios de viagens - geralmente portados no corpo ou em receptáculos de fácil transporte.

As fotos que seguem são exemplos de alguns destes modelos de oratórios.













sexta-feira, 5 de agosto de 2022

 

    

Você gostaria de ter acesso, gratuito,

 a uma biblioteca com mais de 10 milhões de livros?

    Este desejo é possível de ser realizado através do site da Z-library. Trata-se de um biblioteca digital com uma vasta base de dados de livros e artigos - muito com alto valor comercial ou raros e só disponível em pouquíssimos lugares de difícil acesso e que está disponibilizada sem nenhum custo ou exigência de visualização de propagandas.

    A Z-Library presta um serviço voltado à popularização da cultura. Marcada pelo compromisso de possibilitar o livre acesso ao patrimônio cultural da humanidade, materializado em um enorme acervo que contava com mais de 10 milhões de livros e 85 milhões de artigos,  momento que foi escrito esta postagem.

    A Z-Library permite a retirada, sem cadastro algum, de até 5 exemplares diários de arquivos ou 10, mediante cadastro. Quantidades maiores podem ser retiradas, porém mediante  uma  contribuição para  o financiamento do projeto desta biblioteca virtual pública e gratuita.

      Maiores informações podem ser obtidas diretamente com os responsáveis por esta biblioteca no endereço web:

 https://pt.z-lib.org 

    


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Clóvis Bevilacqua e o Código Civil Brasileiro de 1916

Imagem: Revista Fon-Fon! Rio de Janeiro, ano X, n. 1, 1° jan. 1916, p. 49

O projeto do Código Civil e a polêmica com Rui Barbosa

   Clovis Bevilacqua nasceu em 4 de outubro de 1859, em Vila Viçosa, Ceará. O destino, que lhe reservou a imortalidade na cadeira n. 14 da Academia Brasileira de Letras, da qual foi um dos 40 fundadores, fez dele um destacado jurista. Coube-lhe, ― talvez como feito de maior alcance histórico , na gestão de Campos Sales, por convite do então Ministro da Justiça Epitácio Pessoa, em 1899, a autoria do projeto do primeiro Código Civil Brasileiro, concluído em 1900, mas que só viria à luz em 1916. A demora merece algumas considerações, justificadas, mesmo aqui, tanto pela relevância dos personagens implicados quanto pela dimensão que o assunto tomou. É que o projeto, encaminhado ao Congresso Nacional, teve como relator, no Senado, Rui Barbosa, que demorou longo tempo para concluir seu parecer, ocupando-se, ao que parece, menos da matéria jurídica do que da gramatical, a ponto de essa circunstância ter sido considerada “um mistério para o historiador” (MAGNE, 1949, p. XV). Examinando seu parecer, tomado às suas obras completas publicadas em 1902, encontra-se que, dirigindo-se aos senadores da Comissão, se disse impressionado pela negligência da forma, que se interpunha entre ele e o legislador como um véu ou mesmo um tropeço:

Quando a frase é simples e pura, através dela penetra diretamente a inteligência ao encontro do pensamento escrito. Mas se ele se desvia da expressão natural e correta, forçosamente se há-de transformar a leitura em tedioso esforço de crítica e decifração, a que a redação das leis não deve expô-las, se as quer entendidas e obedecidas.
Aos meus primeiros reparos, supus não passassem de leves e raras jaças na superfície de imensa gema despolida. Mas tanto se repetiam, que principiei a assinalá-las para orientação minha, e afinal não sei se houve página da brochura, onde não tivesse que notar. Compreendi então que ao trabalho jurídico, vasto e notável, bem que defeituoso e incompleto, da câmara trienal, estava por dar ainda, quase inteiramente, a mão-d'obra literária. (BARBOSA, 1949, p. 1-2).

   Mesmo as discussões a propósito da forma chegavam à imprensa. Assim a manifestação de Candido de Figueiredo (1913, p. 8) no Jornal do Comércio, sobre adjetivos advérbios na língua portuguesa. Ele relata-nos que Ruy teria observado não ser razoável a substituição do adjetivo adverbial independente por independentemente pretendida por Clovis, evitando-se a forma puramente adverbial.
  As críticas de Ruy repercutiam, portanto. Clóvis, inconformado, chega a escrever um livro a propósito das críticas, em cujo prólogo, registra:

Por um lamentavel desvio da critica, versou a discussão muitas vezes entre nós, sobre questões de estylo e grammatica. Fugi o mais possivel de envolver-me nessa contenda bysantina que um só resultado poderia ter: ― o de perdermos um tempo consideravel e precioso, si não a opportunidade de obter a passagem do Codigo civil no Congresso. Mas era impossivel ficar quieto, imperturbavel, quando a picareta impiedosa, derrubando a caliça e levantando nuvens de poeira fingia estar solapando a construcção (BEVILACQUA, 1906, p. X).

   Todavia, se aproximarmos bem os fatos, não parece razoável supor que a oposição ferrenha de Ruy à aprovação do projeto tenha se devido, exclusivamente, às suas discordâncias quanto à forma. Considere-se, a propósito que “Clovis Bevilacqua recusou ser ministro do Supremo (por duas vezes), ser governador de seu Estado e, por fim, a representar o Brasil em Haia. Rui Barbosa acabou sendo o representante do Brasil naquela conferência” (NEDER, 2002, p. 7). Tentador, então, especular se “tal fato, também seguido do convite e aceitação por parte de Rui Barbosa para comparecer ao Congresso de Haia, servem-nos como indícios desses sentimentos e ressentimentos aqui analisados” (RODRIGUES, 2011, p.4).
   Seja como for, ao menos é preciso considerar que houve ainda obstáculos de outra ordem, que não a gramatical, que Ruy não hesita em arguir. Assim, por exemplo, a publicação no matutino carioca “A Época”[1], de circulação diária, lemos sobre o que teria sido a formidável oração de Rui proferida véspera, diante do Senado, a propósito do Código, ao analisar e apreciar a situação política. O título da matéria é longo. Dir-se-ia pomposo, tão ao gosto da época: “No Senado o sr. Ruy Barbosa conclue sua formidavel oração. A proposito do Codigo Civil, analysa e aprecia á situação politica, perorando brilhantemente” (NO SENADO, 1912, p.5). Rui, que se atrasara, inicia seu discurso de duas horas, criticando a “celeridade com que se procura fazer votar o projecto” (id., Ibid.). Ele também teria analisado a situação que considera anárquica e que o país vinha atravessando, imprópria, portanto, à codificação de leis. A longa fala detém-se sobre as experiências históricas de outras nações relativas à codificação de suas leis civis: a da França, menos demorada, com Napoleão; as melhores, Alemanha e Suíça. Rui insiste no fato de que a celeridade que se desejava então dar à votação era absurda. “Cada um dos codigos civis custou destarte ao seu paiz quase um quarto de seculo de assiduo e continuo labor” (id., ibid.). Ele não hesita em qualificar a pressa como obsessão, ideia fixa, mesmo uma monomania de celeridade.
   Mas havia, na contramão, interesse na celeridade. Em 7 de fevereiro de 1913 lia-se no Correio Paulistano que o marechal Hermes da Fonseca assinara, naquela mesma data decreto para convocação extraordinária do Congresso Nacional para reunir-se no dia 2 de abril vindouro, em sessões extraordinárias provocadas pela “urgencia que tem o Congresso de ver discutido e approvado o Codigo Civil Brasileiro” (CONVOCAÇÃO, 1913). Nas muitas sessões públicas que se seguiram, Clóvis defendeu seu trabalho.
   Dias antes da transformação do anteprojeto no Código Civil Brasileiro que vigorou até 2002, em 1º de janeiro de 1916, Paulo de Lacerda (1915, p. 3), publica, no dia de Natal, artigo que repercutiu mesmo passadas quase duas décadas de sua publicação[2]. Tratou-se de uma longa síntese que enfatiza o estado no qual se encontrava a legislação civil: “Afogada no accumulo, cada vez maior, de uma legislação polychroma, confusa e contradictoria, que se vinha amontoando desde seculos, em sahir da tão mortificate balburdia consistia uma das suas arentes aspirações” (id., ibid.). O articulista trata então das quatro tentativas anteriores de codificação[3], até que, em fins de janeiro de 1899, Campos Salles retoma a ideia do Código e nomeia, para redigir o projeto que lhe serviria de base, o jurista Clóvis Bevilacqua “que desde alguns anos vinha logrando saliente posição entre os juristas patrios” (id., ibid.). Sua escolha, assim, teria sido acertada, porque

[...] o eminente professor da Faculdade de Direito do Recife, alem de possuir, já naquella época, vasto cabedal de estudos, cimentado pela argamassa preciosa do traquejo adquirido em assíduo magisterio, é de alma refractaria ás vanglorias do espirito, ao mesmo tempo combativo e tolerante, sem arestas ferinas e sem opiniões irreductiveis, e carater que não se sente apoucado reconhecendo o melhor (LACERDA, 1915, p. 3).

   Muitos elogios, sim. E merecidamente, diga-se.



[1] Bruno Brasil (2014), conta-nos que “A Época” circulou no Rio de Janeiro de 1910 a 1919 e se posicionava contra hábitos que considerava provincianos e que atribuía à imprensa de então. Refinada e galante, não apenas publicava artigos sobre moda e cultura, mas ainda tratava de questões sociais e trabalhistas. Fazia oposição ao governo de Hermes da Fonseca e do PCR (Partido Republicano Conervador), particularmente em 1913, quanto intensifica os ataques ao PRC. Em 1914, já sob o governo de Wenceslau Brás, aplaudia a atuação de Rui Barbosa. [BRASIL, Bruno. A Época (Rio de Janeiro, 1912). BNDiginal, Artigos. Disponível em: < http://bndigital.bn.gov.br/artigos/a-epoca/>. Acesso em: 25 nov. 2018.]

[2] A Revista Fon-Fon! ― semanário que circulou no Rio de Janeiro de 1907 a 1945, de amplo repertório temático para registro de hábitos socioculturais do que fora a belle époque brasileira (ZANNON, 2005, p. 18) ― publicou, em 1933, artigo no qual Hormino Lyra (1933, p. 50) qualifica como magistral esse artigo que Paulo Lacerda escrevera em 1915.[ZANON, Maria Cecilia. Fon-Fon! – Um Registro Da Vida Mundana No Rio De Janeiro Da Belle Époque. In: UNESP – FCLAs – CEDAP, v.1, n.2, 2005 p. 18. Disponível em: < file:///C:/Users/user/Downloads/18-644-1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 28/11/2018.] [LYRA, Hormino. Commentarios. Fon-Fon!, Rio de Janeiro, ano XXVII, n. 6, 11 fev. 1933, p. 50.]

[3] A primeira, de Teixeira de Freitas, em 1859, que não teria passado de um longo e exaustivo esboço, com quase cinco mil artigos e, ainda assim, incompleto mesmo em 1872, quando é dado por pronto. A segunda foi de Nabuco de Araújo, que faleceu, deixando um rascunho que apenas ele poderia interpretar. A terceira, de Felício dos Santos, e teria consistido em apontamentos oferecidos ao governo em 1881, mas que, submetidos a exame, foram censurados por uma Comissão Ministerial nomeada por Souza Dantas e composta, entre outros, por Lafayette Rodrigues Pereira. Pelo parecer da comissão, o documento carecia de método apropriado à codificação. Ainda assim, a tentativa de aprovação prossegue até que o próprio Felício, em 1882, retira o projeto da comissão, oferecendo-o à Câmara dos Deputados onde, apesar da aprovação de diversos deputados, morre esquecida na Comissão de Justiça. Em 1889, Cândido de Oliveira, então Ministro de Justiça, nomeia outra comissão para tratar do assunto, mas ela é dissolvida com o advento da República. Assim, em julho de 1890, a tarefa é conferida a Coelho Rodrigues, com prazo e três anos. Apresentado o projeto em 1893, o projeto é rejeitado por Floriano Peixoto. No Senado, para onde foi por oferecimento do autor, o projeto suscita debates que resultam em sua adoção, porém, uma vez remetido à Câmara, não teve seguimento “dando pasto a discussões azedas e a forte polemicas” (LACERDA, 1915, p. 3), em que pese a defesa de Coelho Rodrigues “com energia e brilhantismo” (id., ibid.). O trabalho de 2.734 artigos teria sacrificado as tradições jurídicas do pai e assimilado direito estrangeiro. Todavia, o cronista salienta que, caso submetido a cuidadoso exame, poderia atender às reivindicações da crítica. Mas assim não foi e “desfez-se a quarta tentativa, castigada sob os vagalhões da polemicas, não raro, mais apaixonadas que sinceras” (id., ibid.). [LACERDA, Paulo de. O Codigo Civil (synthese). Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 89, n. 358, 25 dez. 1915, p. 3.]

domingo, 17 de julho de 2022

Como ler livros: o guia clássico da leitura inteligente

   


 Um tema que interessa a todo e constitui-se em um problema constante é como ler e aproveitar o máximo o conteúdo da leitura. Dentre as muitas obras existentes destaquei esta que é um clássico tratando-se de  técnicas para atingir a eficiência e eficácia na leitura. Foi Escrito por Charles Van Doren, doutor em língua inglesa pela Colúmbia University e pelo filósofo Mortimer J. Adler - reconhecido pesquisador no campo do aprendizado na década de 40 do século XX, mas permanece com suas ideias atuais até hoje.
    A ideia fundante do texto é que existem níveis no processo de compreensão da leitura. Os autores destacam quatro modalidade variando cada uma segundo o nível de complexidade neste processo e seu objetivo.
    Um primeira primeira leitura, que denominam "Leitura Elementar", se limita a decodificação dos sinais gráficos e o entendimento do conteúdo na sua forma mais básica e superficial. Esta modalidade é o que aprende-se na escola fundamental nos primeiros anos e muitas vezes leva os alunos a recitarem corretamente os textos escrito sem, muitas vezes, compreenderem o real significado daquilo que leem.
    A segunda modalidade, necessária para o completo entendimento de um texto, é uma leitura que eles denominam de "Inspecional". Trata-se de uma fase que deveria anteceder a leitura elementar e se propõem a um exame do próprio livro que será lido. 
    A terceira modalidade é a "Leitura Analítica"  em que o livro é visto como uma unidade, mas constituída de partes lógicas que devem ser identificadas buscando os elementos que o autor apresenta, sua ordem, característica e coerência interna. Podemos caracterizar como uma leitura que busca as partes e ideias  estruturantes da obra escrita.
    Na quarta e última leitura, denominada "Sintópica", deveria ser realizada após as três primeiras e consiste em uma abordagem longitudinal no tema central do livro lido. Trata-se de leituras e pesquisas complementares dentro do tema ou problema abordado pela obra técnica e que se referem ao mesmo objeto de estudo. Nesta pesquisa os tópicos anotados e as ideias selecionadas na obra lida são contrapostas ou complementadas com outras abordagem e vão ampliando ou corrigindo as ideias lidas no livro proposto.
    Infelizmente em um só blog não é possível abordar todo o conteúdo da obra "Como Ler Livros". Em um próximo tópico vou detalhando cada modalidade e fornecendo mais "dicas" de como os autores propõem a execução de cada uma delas. Aguardem...

Fonte: ADLER, J. Mortimer e DOREN, Charles Van. Como ler livros: o guia clássico da leitura inteligente. São Paulo: Editora Realizações, 1970. Obs: Texto integral disponível na Z Library.

Artigo produzido pelo Prof. Dr. Hirã Soares Justo


quinta-feira, 14 de julho de 2022

Dicas: Vídeos de História da Arte

   


 

    Uma dica, muito interessante, para quem gosta de Arte e sua história é o conjunto de vídeos gratuitos produzidor pela professora  Christiane Pinheiro.

    São vídeos curtos (máximo de 20 minutos), agrupados por característica artísticas dos diversos  períodos históricos ou relativos ao trabalho de artistas consagrados. Todas as "aulas" são realizados com uma esmerada produção. 

    O canal do YouTube tem uma área livre com uma boa quantidade de material ofertado sem custo para seu acesso.

Vale conferir.

Link: 

Espalhando Arte


fonte: Prof. Dr. Hirã S Justo.



Retomando o Blog


 

Esta postagem anuncia a retomada de um projeto iniciado em 2013, durante o Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, no Centro Universitário Lasalle. Desta iniciativa nasceu o INSTITUTO DE PESQUISA EM MEMÓRIA SOCIAL - IPMS, hoje inativo, e uma sólida amizade com um grupo de colegas. Frutos do trabalho destes pesquisadores foram publicados em um livro que conta a história do centenário do Esporte Clube São José e ainda em outro intitulado Memórias da Ferrovia. Muitos projetos ficaram por fazer, a exemplo de um estudo biográfico que ficou no prelo, tendo como fundo histórico o bairro Cristo Redentor, em Porto Alegre/RS.


Embora o IPMS formalmente não mais exista, a ideia de trabalhar com produção de conteúdos nas áreas Culturais, sempre vinculadas às Ciências Humanas, continua viva. Neste sentido, reviver esta publicação e aglutinar colaboradores qualificados para escrever sobre tais temas ainda é pertinente, em face da dificuldade de seleção de fontes de informação qualificadas no âmbito cultural diante da imensidão de opções que a Internet nos oferece.

Outro fator que animou o retorno foi a recente informação de que nossas postagens chegaram a ser lidas por mais de 3000 pessoas, o que, em termos do teor dos temas abordados, é um número considerável.  E, finalmente, pelo compromisso de manter viva a memória da produção cultural vinculada a um Instituto do qual alguns fundadores não mais se fazem presentes entre nós.


O centro desta publicação, ainda não definida sua periodicidade, deve ser a produção de materiais novos, resenhas, dicas de opções de lazer e cultura, notícias e compartilhamento de boas fontes de pesquisa e informação.

Contamos com todos para a divulgação deste blog e na colaboração de conteúdos.

Memória é tudo que fica após partirmos...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Reportagem sobre achado histórico missioneiro

Reportagem sobre achado histórico missioneiro




Edison Hüttner


ZERO HORA - Tomografia revela Nossa Senhora missioneira em São Jerônimo http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2015/11/tomografia-revela-nossa-senhora-missioneira-em-sao-jeronimo-4902150.html

http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/vida-e-estilo/2015/11/sao-jeronimo-descobre-santa-missioneira/142015/

http://www.portaldasmissoes.com.br/noticias/view/id/510/sao-jeronimo,-rs,-trata-com-carinho-e-valoriza-ori.html

http://defender.org.br/noticias/rio-grande-do-sul/tomografia-revela-nossa-senhora-missioneira-em-sao-jeronimo-rs/



http://www.portaldenoticias.com.br/noticia.php?id=4553&tipo=E&editoria=1&include=NOTICIAS



https://www.facebook.com/ConservacaoERestauracaoUfmg/

domingo, 24 de maio de 2015


Memória Social

Trecho do livro: O que faz o brasil, Brasil?


Todas as sociedades alternam suas vidas entre rotinas e ritos, trabalho e festa, corpo e alma, coisas dos homens e assunto dos deuses, períodos ordinários — onde a vida transcorre sem problemas — e as festas, os rituais, as comemorações, os milagres e as ocasiões extraordinárias, onde tudo pode ser iluminado e visto por novo prisma, posição, perspectiva, ângulo...
Vivemos sempre entre esses momentos, como passageiros que estão saindo de um evento rotineiro para a ocorrência fora do comum que, por sua vez, logo pode tornar-se novamente rotineira e fazer parte da paisagem do nosso irreflexivo cotidiano.
A viagem da rotina para o extraordinário, porém, depende de uma série de fatores. Ela pode variar de sociedade para sociedade e pode ser realizada tanto coletiva quanto individualmente. Nossa biografia se faz precisamente pela alternância de situações que foram esquecidas com situações que “guardamos” como tesouros ou cicatrizes em nossa cabeça e que formam o que denominamos “memória”. De fato, tal idéia traduz, de maneira muito precisa, essa verdadeira dialética entre o que é lembrado com saudade como maravilhoso, formidável ou poético, ao lado de tudo que foi vivido como doloroso, trágico e ruim (aquilo que na nossa existência entra como extraordinário, positiva ou negativamente valorizado), e os outros eventos que simplesmente não são lembrados, perdendo-se nas sombras do passado e do tempo vivido e jamais recuperado. Há, pois, um tempo lembrado, que vira memória e saudade; e um tempo simplesmente vivido, que se vai e morre na distância do passado.
As sociedades e os grupos fazem coisas parecidas. E a memória social (isso que vulgarmente se chama “tradição” ou “cultura”), que é sempre feita de uma história com H maiúsculo, é também marcada por meio desses momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e tudo aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Pois o homem é o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela “saudade”, e se “desconstrói” pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

DaMatta, Roberto - O que faz o brasil, Brasil?, RJ: Rocco, 1996. p.67

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quatro exposições de artes visuais estreiam nesta quarta

 
Adicionar legendFormas geométricas são tema da exposição de Cassio Raabe | Foto: Cassio Raabe / Divulgação / CPa

 A partir das 19h desta quarta-feira, quatro novas exposições integram a programação cultural de Porto Alegre. Dedicadas às artes visuais, as mostras ficam em cartaz na sede rio-grandense do Instituto de Arquitetos do Brasil (General Canabarro, 363) até o dia 13 de junho, e podem ser conferidas de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h. A visitação tem entrada gratuita. Responsável por um das exposições, o artista plástico Fábio Rheinheimer apresenta o projeto “Naves Poéticas”, que reúne objetos tridimensionais que integram harmonicamente as artes visuais, o design e a tecnologia. Já Cassio Raabe traz cores vibrantes e contrastes à mostra “Tear”, composta por pinturas que exploram as formas geométricas por meio da sobreposição de camadas, texturas e borrões criados com a utilização de vários materiais, como carvão e tinta acrílica. Enquanto isso, as outras duas exposições em estreia focam na fotografia. “Vai prá Cuba”, de Lídia Fabrício e Rogério Amaral Ribeiro, reflete sobre a experiência cubana, com imagens que retratam o país através de faces e lugares marcados pela simplicidade. Por sua vez, “Artes em Gotas”, de José Adilson Rosa, é o resultado de um trabalho baseado em técnicas como a alta velocidade e a macrofotografia, ambas usadas para captar momentos que o olho humano não consegue, como a colisão de duas gotas. 
Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mostra retrata mulheres portadoras de HIV na África

 
Imagens ajudaram e recuperar a autoestima dessas mulheres | Foto: Laryssa Machado / Divulgação / CP


Inspirada em um poema do francês Aimé Césaire, estreia nesta quinta-feira, às 20h30min, a exposição fotográfica “Elas mergulham na carne vermelha do solo”, da porto-alegrense Laryssa Machado. A mostra fica em cartaz até o dia 15 de junho, na Galeria dos Arcos, na Usina do Gasômetro (Presidente João Goulart, 551), em Porto Alegre. O horário de visitação é das 10h às 21h, e a entrada é gratuita.

A mostra apresenta o resultado de um projeto fotográfico realizado com mulheres portadoras de HIV no Maláui, na África. A ideia surgiu em 2013, quando Laryssa realizou um trabalho voluntário com elas e pode perceber a realidade de força e de lutas na qual estão inseridas.

As fotos, assim, buscaram ajudar essas mulheres a resgatar sua autoestima, que elas revelaram ser comprometida pelo afastamento de pessoas com medo de contrair o vírus através de um simples toque. Para isso, a intenção inicial do projeto foi dar ênfase às mãos e aos rostos, ambos tão carregados de histórias. Porém, na etapa final, os registros passaram a incluir também imagens com a família, conforme pedido das próprias personagens.

Fonte: Correio do Povo

terça-feira, 12 de maio de 2015

Aberta a Consulta Pública para construção do Edital Pontos de Mídia Livre

Estão abertas até 25 de maio as inscrições para a consulta pública que visa a incentivar a participação da sociedade na elaboração do III Edital Pontos de Mídia Livre. Os selecionados serão reconhecidos como Pontos de Cultura e receberão prêmios para serem investidos em iniciativas de mídia livre, cultura e comunicação.
 
Em 2009 e 2010, o MinC destinou cerca de R$ 9 milhões a 154 pontos de cultura e instituições privadas sem fins lucrativos, contemplando um amplo espectro de suportes de comunicação (audiovisual, impresso, multimídia, rádio e web) em todo o país.
 
A consulta pública para a construção do III Edição do Edital Pontos de Mídia Livre é realizada segundo critérios da Política Nacional de Participação Social. Está disponibilizado no site cultura digital (veja abaixo o endereço) documento contendo definições, categorias, valores e critérios de avaliação e seleção para apreciação e coleta de sugestões.  As contribuições serão sistematizadas e o resultado, após análise da Consultoria Jurídica do MinC, será publicado até 1º de junho. 
 
O Edital "Prêmio Pontos de Mídia Livre" será executado em parceria pelas secretarias de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) e do Audiovisual (SAV). Para Ivana Bentes, titular da SCDC, a possibilidade de cogestão das políticas públicas é o caminho a ser seguido. Ela enfatizou que o Ministério está empenhado em construir instrumentos de estímulo à participação social. "A consulta pública é um desses instrumentos e deve ser a mais ampla possível, para possibilitar que quem recebe essas políticas na ponta também participe do seu processo de criação e implementação", explicou. 
 
Além da consulta virtual, a SCDC realizará debate aberto sobre o edital durante a programação do Encontro de Midialivrismo e Juventude, em 16 de maio, no Rio de Janeiro (RJ). 
 Pontos de Mídia Livre
 
A proposta do edital integra a ação estruturante cultura, comunicação e mídia livre, prevista pela Lei Cultura Viva (Lei 13.018/2014), e visa reconhecer iniciativas nacionais, regionais, estaduais e locais realizadas por entidades, grupos e coletivos que tenham ou não personalidade jurídica (CNPJ), promovendo a revitalização de uma Rede Nacional de Pontos de Mídia Livre pelo país.
 Interessados em participar da consulta pública podem se inscrever e buscar informações por meio do portal: http://culturadigital.br/cidadaniaediversidade/.
 
Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural
Ministério da Cultura

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Seis bens brasileiros são indicados a Patrimônio Mundial

Divulgação/EBCTeatros da Amazônia são expressivos monumentos implantados nos dois maiores centros urbanos da região
Teatros da Amazônia são expressivos monumentos implantados nos dois maiores centros urbanos da região
Mais seis bens culturais foram incluídos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na Lista Indicativa brasileira do Patrimônio Mundial, em 2015.
Poderão ser futuramente apresentados ao Comitê do Patrimônio Mundial, os Geoglifos do Acre (AC), Teatros da Amazônia (AM, PA), Itacoatiaras do Rio Ingá (PB), Barragem do Cedro nos Monólitos de Quixadá (CE), Sítio Roberto Burle Marx (RJ) e o Conjunto de Fortificações do Brasil (AP, AM, RO, MS, SP, SC, RJ, BA, PE, RN) para serem avaliados e receberem o título de Patrimônio Mundial.
Na última atualização da Unesco, em 2014, três bens culturais brasileiros haviam sido incluídos na Lista, juntamente com outros 18 bens naturais e culturais: Cais do Valongo (Rio de Janeiro/RJ), a Vila Ferroviária de Paranapiacaba (Santo André/SP) e o Ver-o-Peso (Belém/PA). Agora a lista Indicativa brasileira conta com 24 bens no total.
A lista é composta pela indicação de bens culturais, naturais e mistos, apresentados pelos países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco. Essa iniciativa pode ensejar a participação de gestores de sítios, autoridades locais e regionais, comunidades locais, ONGs e outros interessados na preservação do patrimônio cultural e natural do País.
Geoglifos do Acre (Acre)
Foto: Sérgio Vale/Governo do AcreGeoglifos Acre
Vista aérea dos Geoglifos do Acre
Trata-se de estruturas de terra escavadas no solo e formadas por valetas e muretas que representam figuras geométricas de diferentes formas.
Elas foram encontradas na região sudoeste da Amazônia ocidental, mais predominantemente na porção leste do estado do Acre. As pesquisas arqueológicas nestas áreas, ainda que esparsas, dão conta de informações importantes sobre o manejo da paisagem amazônica por grupos indígenas que habitaram a região e sugerem um novo paradigma sobre o modelo de ocupação da Amazônia por densas sociedades pré-coloniais.
Teatros da Amazônia (Amazonas e Pará)
Divulgação/Ministério do Turismoteatro-amazonas
Construídos em finais do século XIX, os Teatros Amazonas e da Paz, localizados na região amazônica brasileira, respectivamente nas cidades de Manaus e Belém, são expressivos monumentos implantados nos dois maiores centros urbanos da região, como símbolos do apogeu econômico alcançado e representado por um modelo de civilidade europeizada, então reproduzido nos trópicos em função do auge do Ciclo da Borracha na América do Sul.
Itacoatiaras do Rio Ingá (Paraíba)
Foto: Roberto Guedes/Governo da ParaíbaItacoatiras
Localiza-se na zona rural do Município de Ingá, cerca de 105 km de distância da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. As primeiras manifestações de arte rupestre na região Nordeste do Brasil surgiram antes de 10.000 A.C. e, apesar dos escassos estudos sobre estas populações pré-históricas, constata-se a produção de uma arte expressiva de gravura rupestre com elevada capacidade técnica.
O sítio das Itacoatiaras do Rio Ingá congrega o mais representativo conjunto conhecido desse tipo de gravura no Brasil, que se notabiliza pelo uso quase exclusivo de representações não figurativas na composição de grandes painéis de arte rupestre, exprimindo o gênio criativo de um grupo humano que se apropriou de padrões estéticos abstratos como forma de expressão, e possivelmente, de conceitos simbólico-religiosos, diferentemente de outras culturas que, em sua maioria, utilizaram-se de representações antropomórficas e zoomórficas. 
Barragem do Cedro nos Monólitos de Quixadá (Ceará)
Divulgação/DnocsBarragem Cedro
A barragem do Cedro, com sua parede em arco de alvenaria de pedra, foi a primeira grande obra hidráulica moderna do continente sul-americano e uma das pioneiras obras do seu tipo e do seu porte no mundo.
Para além de sua funcionalidade de represamento d’água para irrigação, sua implantação, seu desenho e seu esmero de execução resultaram numa paisagem de beleza ímpar, combinando arrojo e elegância, monumentalidade e singeleza, numa simbiose entre o engenho humano e a obra da natureza existente no local, formado por monólitos que dão uma característica singular ao local.
Sítio Roberto Burle Marx – SRBM (Rio de Janeiro)
Divulgação/Governo do Rio de JaneiroSítio Burle  Marx
O Sítio trata-se de um referencial de paisagem construída, um testemunho vivo da mudança do conceito europeu de jardim com rigor formal da composição geometrizada para o conceito de modernidade do jardim tropical, como uma forma de manifestação artística.
Ele é compreendido como obra de arte e espelha de forma notável a cultura, a energia criadora e a preocupação científica de Roberto Burle Marx, cuja obra, ao produzir o conceito moderno de jardim tropical, constituiu um paradigma especial no âmbito do movimento modernista brasileiro. 
Conjunto de Fortificações (AP, AM, RO, MS, SP, SC, RJ, BA, PE, RN)
Divulgação/Fortaleza.orgForte das Cinco Pontas
O conjunto de fortificações do Brasil apresenta-se como um testemunho material único de um contato produzido entre diferentes culturas do Velho e do Novo Mundo.
As fortificações, edificadas em resposta a esses contatos, marcam o sucesso de uma fórmula singular de ocupação do território, onde os moradores do Brasil tiveram um papel mais fundamental do que a ação dos governos das metrópoles do Velho Mundo, ao contrário do que ocorreu em outras colônias europeias no resto do mundo.
As construções feitas com o objetivo de garantir a posse e a segurança dos novos territórios formam um conjunto sem semelhança a outros sistemas fortificados edificados no mesmo período em outros lugares do mundo, tendo um importante papel na ocupação territorial da América do Sul.
Patrimônio Mundial
A lista de patrimônios mundiais é um esforço internacional de valorização de bens que, por sua importância como referência e identidade das nações, possam ser considerados patrimônio de todos os povos.
O objetivo é incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a toda a humanidade
Fonte:
Portal Brasil, com informações do 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Fonte: PORTAL BRASIL
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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Magna Carta em Exposição

The British Library is now showing the original manuscript of the Magna Carta, issued by King John in 1215 - more than 500 years before the US Declaration of Independence and the Bill of Rights. This exhibit, "Magna Carta: Law, Liberty, Legacy," is all part of an effort to show how the English document shaped today's world. The British Library is displaying two original copies of the Magna Carta. The text- translated into modern English from the original Latin reads: "No free man shall be arrested or imprisoned save by the lawful judgment of their equals or by the law of the land. To no one will we sell, to no one will we deny or delay right or justice. In 1215, it was revolutionary for a king to say that not even he was above the law. Of course, King John did not actually want to issue this document. He was at war with English barons; they gave him no choice. Then the king went behind their backs and secretly wrote a letter to Pope Innocent III, saying, "I have been forced to sign this awful thing! What people often don't realize is that Magna Carta itself was only valid for 10 weeks. The pope responded with a letter known as a "papal bull," which is also on display. The pope says, 'I declare the charter to be null and void of all validity forever. And yet the document became the foundation of the modern judicial system.
Fonte: Migalhas International, Abril 15, 2015 nº 1616 - Vol. 11


A Biblioteca Britânica exibe agora o manuscrito original da Carta Magna promulgada por D. João em 1215, mais de 500 anos antes da Declaração de Independência os EUA e o Bill of Rights. Ela exibe o título de "Magna Carta: Law, Liberty, Legacy", tudo é parte de um esforço para mostrar como o documento Inglês conforma o mundo de hoje. A Biblioteca Britânica está exibindo dois exemplares originais da Magna Carta. No texto-traduzido para o Inglês moderno do latim original lê-se: "Nenhum homem livre será detido ou preso, salvo pelo julgamento legal de seus pares ou pela lei da terra. A ninguém venderemos, a ninguém negaremos ou retardaremos o direito ou a justiça. Em 1215 era algo revolucionário para um rei afirmar que nem mesmo ele estava acima da lei. É claro, o Rei John realmente não desejava promulgar tal documento. Ele estava em guerra com os barões ingleses, e não teve escolha. Secretamente, porém, escreveu uma carta ao Papa Inocêncio III, dizendo: “Eu fui forçado a assinar essa coisa horrível!” ― O que muitas vezes as pessoas não percebem é que a própria Carta Magna foi válida apenas durante 10 semanas. O papa respondeu com uma carta conhecida como a "bula papal", que também está em exibição.  Diz o Papa: "Eu declaro a Carta deve ser nula e sem efeito de toda validade para sempre”. ― O documento, mesmo assim, tornou-se a base do sistema judicial moderno.