Projeto paralelo à Bienal de Arte Contemporânea de Moscou, a exposição “InstaArt: Arte Através dos Filtros do Instagram” apresenta até o dia 19 de outubro 1.500 fotos com o olhar de blogueiros russos sobre o mundo.
Hoje o Instagram é um aplicativo acessível a todos, incluindo pessoas cuja atividade diária se encontra bem longe do domínio da fotografia. Além disso, se inscrever neste concurso foi bem fácil. Mais de 6.000 fotos foram postadas segundo a hashtag oficial #voxxter. Dessas, o júri da exposição, formado por fotógrafos profissionais, críticos de arte e historiadores de arte, selecionou as 1.500 melhores. O visitante da exposição irá se deparar com incomuns monumentos da arquitetura, instantes do cotidiano capturados no momento certo, paisagens bizarras e locais de interesse de várias cidades do mundo.
“Claro que não dá para chamar de arte qualquer foto tirada usando o aplicativo Instagram”, disse à Gazeta Russa o presidente do júri, Serguêi Golovach, também blogueiro. “Apenas aquilo que o júri chamar de arte será o que vamos considerar. Eu já selecionei 118 fotos do total das 6.000 apresentadas para o concurso. Os outros membros do júri também farão as suas escolhas e, no final da exposição, será anunciada a opinião geral.”
Algumas das fotos foram impressas em papel fotográfico, mas a esmagadora maioria é mostrada em forma de slide show em telas de plasma. Dez telas apresentam dez nomeações. Também haverá trabalhos "extra-concurso" dos membros do júri e das estrelas do Instagram. Entre as várias nomeações estão "Pessoas e Rostos", "Monumentos", "Arquitetura", "Paisagem" e "Street Art":
Apenas trabalhos de blogueiros da Rússia foram aceitos, mas o mundo inteiro está exposto.
“Pessoas fotografam sempre as mesmas coisas no mundo inteiro: a comida no prato, o animal de estimação, elas mesmas e os lugares onde estão e por onde passam em viagem”, diz Golovatch. “Encontrar imagens originais e interessantes entre todas as postadas não foi tarefa muito fácil. Os filtros mais utilizados são apenas dois, no máximo quatro.”
As fotos enviadas para concurso serão exibidas não apenas com a indicação do autor, mas também com o número de "likes" e comentários recebidos.
Foto: Aleksandra Sópova
“O número de ‘likes’ não significa que a foto em questão seja ou não uma obra de arte. Todos nós somos frequentemente confrontados com filmes, música e fotografias que gostamos ou não, mas nem todos somos especialistas. Os ‘likes’ são apenas indicadores da popularidade do indivíduo: Barack Obama ou Lady Gaga teriam milhões de ‘likes’ em qualquer imagem que postassem”, diz Golovatch.
Nas fotos exibidas podemos ver pessoas indo a museus, andando de bicicleta, dançando, rezando, andando a cavalo, desenhando, lendo, bebendo café, descendo as escadas do metro e passeando com crianças.
Não é a primeira vez que o Instagram se torna tema de exposição. Serguêi Golovatch realizou em março uma exposição individual intitulada “Like.Life”. Também um outro membro do júri, Denis Abramov, organizou uma exposição individual de fotos do Instagram. As exposições dos blogueiros locais aconteceram em Krasnodar e Cheliabinsk. É evidente que a Rússia não é pioneira nesta área: em 2011, exposições do tipo foram realizadas em Londres, Nova York e Singapura
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