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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Juíza proíbe Apple de fechar acordos com editoras de livros


Apple


Em 10 de julho a juíza determinou que houve uma conspiração da empresa com várias editoras para elevar os preços dos livros eletrônicos e tentar assim eliminar a concorrência, em violação às leis antimonopólio.

Cote proibiu também que a Apple comunique "direta ou indiretamente" com nenhuma das cinco editoras afetadas o estado de suas negociações com outras editoras de livros eletrônicos ou seus planos de negócio para o mercado de 'e-books'.

A juíza ordenou também que a Apple designe "no prazo de 30 dias" um supervisor independente que relate os esforços para cumprir as leis antimonopólio, decisão com vigência de cinco anos ampliáveis. A menos de uma hora para o fechamento da bolsa, as ações da Apple subiam 0,25% para 496,42 dólares cada na Nasdaq, onde perderam um quarto do valor nos últimos 12 meses.

O Departamento de Justiça dos EUA acusou ano passado a Apple e várias editoras de fazer com que os consumidores pagassem "dezenas de milhões de dólares a mais" por seus livros eletrônicos. As editoras começaram a decidir o preço dos e-books e se articularam para elevar o valor, impedindo que a Amazon pudesse continuar vendendo suas "pechinchas" a 9,99 dólares.

A loja online iniciou a tática em 2007 para atrair consumidores para o Kindle e graças a ela se tornou líder indiscutível do mercado, o que fez as editoras recearem que isso derrubasse o preço das obras impressas. Segundo a denúncia, com o lançamento do iPad em 2010 e a loja de livros online iBookstore,as editoras "se uniram à Apple, que compartilhava o mesmo objetivo de limitar a concorrência na comercialização de livros eletrônicos".

O pacto surtiu o efeito desejado já que os sucessos de vendas passaram a ser vendidos, em vez de 9,99 dólares a valores entre 12,99 dólares a 16,99 dólares, o que diminuiu consideravelmente a fatia de mercado da Amazon, de acordo com o processo.
Fonte: INFO

Kodak sai da concordata e encerra sua área de fotografia


A empresa já havia tentado sair do período de recuperação, mas o governo dos EUA se opôs ao plano apresentado; agora, a Kodak se concentrará no mercado corporativo

A gigante da fotografia Kodak anunciou nesta terça-feira que saiu do período de concordata, está reestruturada e em processo de encerramento da maioria de suas atividades fotográficas, segmento que criou sua reputação global. "Saímos da quebra (concordata) como empresa tecnológica de imagens para clientes empresariais. Em particular, embalagens, comunicação gráfica ou serviços profissionais", destacou o presidente da empresa, Antonio Perez, em comunicado.
A empresa já havia tentado sair da concordata anteriormente, mas o governo dos EUA se opôs ao plano. O projeto proposto previa o pagamento de bônus ilegais para funcionários da empresa, incluindo um prêmio de 1,9 milhão de dólares para Perez, o executivo-chefe da empresa. Ele deveria pedir demissão do cargo após um ano da recuperação da Kodak e, assim, receberia um prêmio adicional de até 155% do seu salário.
"Colocamos as bases de um crescimento rentável. Temos boa tecnologia no bom momento", disse o executivo. A Kodak, que chegou a ser a número um da fotografia mundial, ficou para trás porque não soube evoluir na era da imagem digital. A empresa se declarou em recuperação judicial no começo de 2012, 131 anos depois de sua fundação.
(com Agência France-Presse)
Fonte: VEJA

terça-feira, 12 de março de 2013

Dois dragões e o desafio de alavancar a produção cultural

Entre as ações para o setor na década de 1990 foram criados o centro cultural e o Instituto Dragão do Mar
Fachada do Dragão do Mar, em 2002 (foto maior) e evento de pré-inauguração, em 1998 (foto menor)
A época era de retomada da produção cinematográfica nacional, após a crise do início dos anos 1990. No Ceará, os objetivos não eram nenhum pouco modestos: transformar o Estado um polo nacional de produção de cinema e audiovisual, além de projetar o material dos realizadores locais em cenários transnacionais.

O dia 7 de agosto de 1996 foi simbólico para o nosso audiovisual. Na data, foi lançado o Polo de Audiovisual do Ceará, uma parceria com o Governo Federal, na tentativa de descentralizar a produção do País, contando com R$ 5 milhões do Ministério da Indústria e Comércio. No mesmo dia, foi reinaugurado o Museu da Imagem do Som (MIS), criado em 1980 e fechado cinco anos depois.

O secretário da Cultura na gestão do governador o Governo Ciro Gomes era o sociólogo Paulo Linhares (atual presidente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura). Ele comemorava o momento e centrava suas ações na consolidação de projetos recém-criados, como o Bureau de Cinema e a Lei Jereissati de Incentivo à Cultura; e a concepção de dois "dragões" que seriam a base de toda a política cultural: o Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará - escola de múltiplas artes lançadas no mês anterior, com previsão de iniciar as atividades em agosto, oferecendo inicialmente 156 cursos voltado para a formação profissionais da cultura - artistas, técnicos e produtores; e o Centro Cultural Dragão do Mar - que capitalizaria a difusão de nossos bens culturais.

A "escola dialética", nas palavras de Linhares, era composta pelo Centro de Dramaturgia, Centro de Design e Centro de Estudos Básicos, ocupando inicialmente um Centro Artesanal na Av. Santos Dummont, o Centro Cultural do Palácio da Abolição, o Theatro José de Alencar e a Casa Amarela Eusélio Oliveira. Em seguida, também no antigo prédio da TV Ceará.

"Eu e o Orlando Senna fomos convidados para montar o Instituto. Era preciso começar do nada, nós não tínhamos espaço específico e nem condições técnicas de montar o projeto de uma hora para outra. O alicerce, então, foi o Centro de Dramaturgia, porque era mais simples e, ao mesmo tempo, de forma fundamental, a dramaturgia estava no epicentro de toda a formação. Era preciso criadores para textos de teatro, também roteiros para cinema", lembra o primeiro diretor do Instituto Dragão do Mar, o cineasta Maurice Capovilla.

A escola seguiu em meio a muitas críticas que iam do questionamento da escolha dos diretores, nomes de fora do Ceará, ao descrédito da necessidade do ainda em construção Centro Cultural, um "elefante branco".

Polo de Cinema
Em 1998, o projeto estava completo, contando ainda com a introdução do Curso de Dança, fechando os quatro pés da formação. Naquele ano, era notícia nos jornais a "nova geração do cinema cearense", que lançava localmente curtas-metragens documentais, ficções e animações. A produção contava com o apoio do Bureau de Cinema e da Lei Jereissati "Todo mundo estava fazendo cinema aqui. Média, longa, curta", ressalta Paulo Linhares.

Em entrevista concedida ao Diário do Nordeste em 1999, o sucessor de Linhares na pasta, o jornalista Nilton Almeida, revelou que em 1996 foram captados para o setor via Lei Jereissati R$1,206 milhões; em 1997, R$2,136 milhões; e em 1998, R$3,1 milhões. Na mesma entrevista, Almeida contabilizava 10,6 mil pessoas beneficiadas pelos cursos do Instituto Dragão do Mar.

"Nós criamos ainda a Film Comission, uma invenção americana que consiste em um Centro para organizar a produção cinematográfica, que trouxe mais ou menos 50 produções para filmar no Ceará. Essa foi start para ideia do Polo de Cinema. A ideia era trazer filmes para serem gravados aqui. Em contrapartida, essas produções teriam que contratar alunos do curso do cinema do Instituto. Era o início da profissionalização deles", completa Capovilla, sobre as ações em prática na época.

O tripé para a formação do Polo, detalha, era constituído por um centro de formação (Instituto), um centro de produção (Film Comission) e a difusão, representada pelo centro cultural e pelo Cine Ceará, que em 1995 foi ampliado, passando de mostra local para evento nacional. "Não deu certo. Mas o resultado se vê ainda hoje", avalia o ex-secretário.

Polêmica
Ao suceder Paulo Linhares (que havia deixado o cargo em 1998, já na gestão de Tasso Jereissati, para assumir vaga de Deputado Estadual) na Secretaria da Cultura, Nilton Almeida protagonizou uma das passagens mais polêmicas da história da escola.

Em agosto de 1998, foi inaugurado, em caráter experimental, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), projeto que fecha o ciclo pensado anos antes para a cultura cearense, inaugurado oficialmente dia 28 de abril do ano seguinte. Também em 1999, Nilton demite os cineastas Maurice Capovilla e Orlando Senna das direções do Instituto e do Centro de Dramaturgia, respectivamente. "Devolvam nossas cabeças", clamavam os estudantes na época em protesto.

Manifestações por escrito de figuras importantes das artes nacional e internacionalmente, como o cineasta Walter Salles e os escritores Jorge Amado e Gabriel García Márquez, além de representantes da Escola de Cinema de Cuba, foram entregues ao secretário. "Eu encaminhei o abaixoassinado que recebi ao Tasso", conta Almeida.

Silas de Paula, então Chefe do Departamento de Comunicação Social e Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará (UFC), assumiu a direção do Instituto. A substituição, explica o ex-secretário, estava inserida em uma tentativa de formalização dos cursos do instituto. "O que eu fiz para tentar reduzir o problema? Criei uma diretoria de formação. Foi quando chamei o professor doutor Silas de Paula para coordenar. Já era uma forma de tentar abrir um processo de formalização dos cursos do Instituto", diz.

Mudanças
O Colégio de Dança e a Escola de Gastronomia foram algumas das ampliações ao projeto do instituto realizadas durante a gestão de Nilton Almeida. Além da direção do Instituto, detalha, foi feita uma reorientação das políticas para o audiovisual no Estado. "De 10 cineastas do Ceará que eu recebia, 11 faziam críticas veladas ao modelo que estava implantado. Então, como gestor, o natural era você ouvir os agentes, você avaliar e fazer correções", justifica.

Entre as mudanças, detalha, abandonou-se os projetos de investir pata atrair ou de financiar grandes produções em prol das filmes locais. "Uma grande produção vinha para o Ceará, com todas as facilidades, de recursos, de infraestrutura, e, porque é uma produção dentro dos padrões convencionais, tradicionais e comerciais, que acabavam não se enquadrando dentro da proposta do Instituto Dragão do Mar. O Estado virava apenas um palco de locação. Mas a participação dos alunos do instituto na produção, isso era fantasia", contesta Nilton Almeida.

Em 2000, foi lançado o Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo, projeto sob a coordenação do Instituto Dragão do Mar que, no primeiro ano, apoiou oito produções, disponibilizando R$250 mil; e o dobro em 2001, sendo R$500 mil, distribuídos entre 16 projetos. "Eu não estou aqui condenando, porque eu fiz parte de todo esse processo. Os erros, se houve erros, foram de todos. Agora, você permanecer no erro não faz parte do meu modo de agir", encerra.
Fusão frustrada: a escola encerra as atividades
Foram quase sete anos completos em funcionamento. No dia 30 de janeiro de 2003, era anunciada pela nova gestão da Secretaria da Cultura do Ceará a fusão dos "dragões": o Instituto Dragão do Mar passava a integrar o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC). A medida, argumentava à época a nova diretora, Cristiana Parente, visava alcançar melhores resultados e reduzir custos sem prejuízos para a formação do Instituto. Pelo contrário, seriam incorporados três novos núcleos, Música, Artes Plásticas e Literatura.

"A intenção de todo gestor publico é de tornar as ações menos burocráticas e mais eficazes. O CDMAC é importantíssimo e tem papel fundamental para a produção cultura do Ceará. Foi a primeira Organização Social de cultura do Brasil", argumenta a então Secretária Cláudia Leitão. O corte da verba repassada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a manutenção dos cursos, justifica, foi o que resultou na interrupção do projeto. "O CDMAC e toda a sua formação foi um divisor de águas na história de políticas culturais do Ceará. Aí há um mérito imenso na gestão do Paulo Linhares. Mas os recursos foram minguando. Estive na época com o (Ricardo) Berzoini, fomos brigar pelos cursos. E ele disse que esquecêssemos, que não haveria recurso", lamenta Cláudia.

Silas de Paula, último diretor do Instituto Dragão do Mar, contesta: "Dificuldades financeiras sempre existem em projetos de Arte e Cultura, pois dificilmente são considerados prioritários pelos governos. O Nilton Almeida sempre apoiou fortemente a luta por recursos para o Instituto e, assim, conseguíamos levar os projetos adiantes. A desculpa da fusão dada pela então Secretária, Cláudia Leitão, e pelo ex-governador Lúcio Alcântara foi uma tentativa de mascarar a decisão de fechar o Instituto".

Cristiana Parente permaneceu na direção do CDMAC apenas até julho de 2004, quando deixou o cargo, apontando como motivo da saída a fusão dos "dragões". "A fusão do centro cultural com o instituto ampliou nossas responsabilidades e não tivemos nenhum incremento na receita, muito pelo contrário", justificou, à época, em entrevista ao Diário do Nordeste. Dos cursos ofertados à época, apenas o Curso Técnico em Dança permaneceu e continua a ser oferecido pelo CDMAC.

FÁBIO MARQUES
REPÓRTER

Fonte: Globo

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Como criar a cultura de projetar o futuro financeiro

Marcelo Blay

Quando buscamos uma resposta para entender por que o brasileiro ainda estranha o mundo dos seguros, surgem algumas ideias. Esse comportamento teria algo a ver com a educação fundamental nas escolas? Existe algo que possa ser feito? Será que estamos deixando de fazer alguma coisa ou de melhorar algum ensinamento para que nossas crianças aprendam desde cedo a importância da precaução e visualizem melhor as vantagens de se programarem financeiramente para sua vida adulta? As pessoas poderiam perceber desde cedo a importância de proteger aquilo que conquistaram.
Muito se discute sobre as condições da educação brasileira, especialmente a de base. Nessas horas, é fácil fazer críticas vazias, sem reconhecer que, em vários aspectos, a direção da mudança tem sido positiva. Além disso, apontar as falhas sem oferecer uma solução jamais fará o Brasil atingir o que acreditamos ser nosso potencial como nação em um horizonte de curto prazo – e, com isso, quero dizer uma geração, algo próximo a 20 anos. Se demorarmos mais tempo, poderá ser tarde demais para o país, uma vez que o chamado bônus demográfico de nossa população se encaminha para o fim, em outras palavras, o Brasil corre o sério risco de se tornar “idoso” antes de se tornar rico.
Mas é fato que algo deve ser feito para que nossas crianças, desde pequenas, tenham sua curiosidade despertada para o futuro e os riscos a que estamos sujeitos, pois todos acabamos vivenciando no decorrer da vida situações diferentes das desejadas. Neste ponto, cabe refletir com base em outros casos: uma cultura juvenil como a norte-americana, na qual o conceito de seguros e sua importância são mais bem compreendidos, poderia ser estimulada no Brasil?
Certamente, análises estatísticas mais aprofundadas não fazem parte do currículo do ensino fundamental, mesmo nas nações mais desenvolvidas. Mas algo de diferente é percebido em outros países quando vemos o gosto das crianças por esportes, seus times e jogadores. Nos EUA, por exemplo, um jogo de beisebol mostra, a cada lance, antes de uma rebatida importante, estatísticas relevantes com informações que impressionam. Esses dados não são complexos. Pelo contrário, ajudam a criança a construir suas próprias estimativas intuitivamente e, sem perceber, entender quais as chances de seu jogador favorito rebater corretamente a bola e qual o risco de o adversário ganhar pontos importantes para o time. No basquete, a mesma coisa: em vários momentos do jogo, números são fornecidos e estimulam a criança a familiarizar-se com contas básicas, frações e o tal do percentual.
Fica claro que, mesmo que esses pequenos não se tornem engenheiros ou mestres em alguma ciência exata, estarão aptos a fazer um planejamento financeiro e a trabalhar com o conceito de juros. Além disso, saberão o que esperar de um “lance” ou de uma “jogada” importante em sua vida pessoal – como a compra de um automóvel ou de sua residência. É aí que o hábito de pensar sobre o futuro começa a ser elaborado. A criança conseguirá estimar riscos, o que nada mais é que perceber a possibilidade de algo não sair como foi planejado, seja um gol de seu time, seja a cesta de três pontos do adversário, seja, mais tarde, seu carro ser roubado e ela perder o investimento de anos de trabalho.
Resta a pergunta: o que podemos fazer no Brasil, com nossos recursos escassos e com uma educação que ainda tem um caminho longo a percorrer? Por que não introduzir no currículo de alunos das primeiras séries estratégias educacionais divertidas, utilizando esportes como o futebol e o vôlei? Poderíamos abordar temas como o percentual de passes de um jogador durante uma partida, a quantidade de defesas de pênalti de um goleiro em toda a sua carreira ou o percentual de contra-ataques iniciados na defesa por um time que chegam a gol. Essas e muitas outras são situações que indicam para as crianças estimativas rápidas sobre a probabilidade de algo sair como o desejado ou como o indesejado.
Alguém poderia argumentar que o futebol atingiria apenas meninos, mas mudanças do tipo que propomos raramente escolhem gênero, raça e opção sexual. Poderiam exercer alguma influência no nível social e educacional, mas, justamente por isso, sugerimos aqui o esporte como foco de aprendizado. Também poderiam ser as redes sociais, que, como os jogos, são manifestações que abrangem, praticamente, do mais rico ao mais pobre. Se considerarmos o Brasil de hoje, no qual a inclusão digital é crescente, ficará ainda mais fácil.
Adolescentes e jovens, por exemplo, poderiam aprender noções de seguro por meio dos relacionamentos estabelecidos nas mídias sociais: quantos de seus posts receberam um “curtir”, qual o percentual de amigos que comentaram ou marcaram suas fotos. A ideia é que as mudanças venham não somente de uma aula específica, na qual um professor utilize o vídeo de um jogo e forneça estatísticas relevantes mas, também, da educação e dos hábitos cultivados dentro de casa.
Quando chegarem à idade adulta, essas crianças e jovens terão um bom embasamento para ponderar, por exemplo, se vale a pena investir 5% do valor total de um automóvel para fazer um seguro, se ele custou o equivalente a 20 salários para ser adquirido. A clareza no raciocínio para avaliar chances de um resultado acontecer poderá fazer com que a cultura do brasileiro se direcione mais rapidamente para uma cultura que valorize o planejamento pessoal e financeiro, atribuindo o valor correto a uma apólice de seguro que, muitas vezes, consideramos “cara” por simplesmente não termos parado para planejar o futuro ou estimar riscos.
Tenho certeza de que professores criativos terão outras ideias divertidas para ensinar uma disciplina que, quebrados os preconceitos, pode ser muito interessante. Talvez possamos contar com a ajuda das redes de TV que transmitem esportes para ampliar a quantidade e a qualidade das informações divulgadas durante as partidas. Esse pode ser um bom começo. Pelo menos, o assunto passaria a fazer parte das conversas nas escolas na segunda-feira.
* Marcelo Blay,  fundador e sócio-diretor da Minuto Seguros, está no mercado há mais de 20 anos e é formado em engenharia pela Escola de Engenharia Mauá com MBA em Finanças pela FGV e Columbia University (NY)..

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Falência da Virgin Megastore França

 Virgin Megastore França declara falência. A decisão foi anunciada pelos sindicatos após uma reunião do Comité de empresa, que se prolongou por dois dias.
O processo de falência será apresentado no tribunal de Comércio esta quarta-feira, dia em que foi convocado um protesto dos funcionários, descontentes com a atitude do principal acionista, o fundo de investimento Butler Capital Partners.
Sylvain Alias, representante sindical, acusa: “A Virgin foi levada à falência pelo download da internet e, na realidade, pela negligência na gestão, que pode ser efetivamente sancionada pelos tribunais. É preciso dizer que há meses que a Virgin não pagava os alugueres aos proprietários”.
A Virgin Megastore, tal como a rival Fnac que se encontra em processo de reestruturação, paga caro a mudança nos hábitos de consumo de bens culturais, a começar pelo desmoronamento do mercado do CD eDVD.
A dívida da empresa é de 22 milhões de euros. Em 2008, as receitas ascendiam a 400 milhões de euros. Três anos depois eram de 286 milhões de euros.
Virgin Megastore foi vendida em 2001 pelo milionário britânico Richard Branson.
Em França emprega mil pessoas e detém 26 lojas, cujo futuro ficará nas mãos de um administrador, que será nomeado.
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Fonte: Pt Euronews

domingo, 23 de setembro de 2012

Economia e Cultura

Até que ponto se pode falar em levar Cultura à população? Cultura aqui entendida na qualidade de produto a ser incorporado como desejo de consumo? Onde a Economia entra nisso? Levar Cultura à população presume certas políticas culturais que pensam que a massa deve ser servida com produções típicas dos salões da elite, só que a preços acessíveis, como se as massas não tivessem elas sua própria Cultura, seus próprios valores, e não pudessem, elas mesmas, protagonizarem sua vida cultural. Todas essas arestas se colocam sempre que se procura formular reflexões sobre Economia e Cultura, pois esta última, na medida em que vem sendo institucionalizada ― e a lei dos incentivos faz isso, sim ― torna-se intensamente burocratizada e complexa.
Hoje, buscar recursos para qualquer atividade Cultural implica em cumprir uma série de exigências e obrigações que não existiam há alguns anos atrás. Certamente, os artistas são pegos de surpresa com isso, a maioria despreparada para lidar com questões judiciais e administrativas implicadas nessa busca de recursos, com prestação de contas, etc. Como resultado, afasta-se da criação.
Em Breves Ponderações sobre Economia e Cultura.
Foto: mtomasini