quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Exposição em Porto Alegre homenageia Iberê Camargo

Um dos maiores nomes das artes plásticas do Brasil completaria 100 anos este mês. Em Porto Alegre, uma exposição reuniu trabalhos de artistas contemporâneos que se misturam a obras de Iberê Camargo.
São os carretéis gigantes que tanto encantaram Iberê Camargo que recebem quem chega à exposição. O prédio em sua homenagem fica às margens do Guaíba, um dos lugares mais lindos de Porto Alegre. E foram os carretéis da mãe costureira, as bicicletas que via passar e as pessoas com suas atitudes que serviram de inspiração para o artista.

Iberê Camargo também pintou em suas telas a tristeza, a melancolia, o vazio da alma. Mas os dramas existenciais tingidos de cores escuras e, às vezes, obscuras encantaram tanto que ele foi consagrado como um dos maiores e mais importantes artistas brasileiros.

Entre os 70 quadros de Iberê, outras obras de artistas brasileiros estão expostas. Eles foram convidados para mostrar como a arte de Iberê é contemporânea, apesar de ter sido feita em outro tempo.

“Eu acho que ele gostaria do desafio de ver como a sua obra resiste hoje enquanto obra, com as suas qualidades, já no século 21 e ao mesmo tempo em diálogo com obras desses artistas de modo geral mais jovens que ele”, diz Icleia Catanni, curadora da exposição.

E são muitas interpretações. Que relação pode haver entre os carretéis de Iberê e uma mesa de Francisco Klinger? E o que dizer do encontro dos ciclistas de Jarbas Lopes com as bicicletas de Iberê?

O próprio artista, morto em 1994, tinha uma definição para o desafio de fazer arte: “Não importa correr todos os riscos. É preciso chegar. É preciso dizer.”
 Fonte: Jornal Nacional

Arte latino-americana bate recordes em Nova York

'Hacia la Torre', de Remedios Varo. / AP
Fragmento do mural 'Rio Juchitán', de Rivera / AP


“Vamos, que tenho mesa reservada para jantar”, lançou em tom de brincadeira a porto-riquenha Gabriela Palmieri, responsável pelo primeiro dos três leilões de arte latino-americana que acontecem por estes dias na Sotheby's de Nova York, depois de fixar um preço de venda de 509.000 dólares (cerca de 1,288 milhão de reais) por um autorretrato do mexicano David Alfaro Siqueiros. Ficavam ainda por leiloar 19 dos 40 lotes da coleção do falecido magnata mexicano Lorenzo Zambrano, uma das melhores do continente, em uma noite de recordes que deixou, também, um certo sabor agridoce.

O leilão, o maior de arte latino-americana de um só colecionador e o que mais dinheiro arrecadou até hoje 17,6 milhões de dólares (44,4 milhões de reais), permitiu vender 85% dos lotes e estabeleceu recordes de cotação para doze dos artistas representados, a maioria deles da primeira metade do século passado. Duas mulheres, a espanhola naturalizada mexicana Remedios Varo e a inglesa naturalizada mexicana Leonora Carrington foram as principais atrações da noite.

Hacia la Torre, de Remedios Varo, uma das melhores obras da coleção, foi vendida por 4,3 milhões de dólares, muito acima do preço estimado (2,5/3,5 milhões), depois de uma árdua e emocionante batalha entre três interessados. É o segundo preço mais alto alcançado por uma artista latino-americana em um leilão. O recorde pertence à também mexicana Frida Kahlo. Las Tentaciones de San Antonio, de Carrington, foi adquirida por 2,6 milhões.

O “acidente” da noite, como qualificou o comissário de arte latino-americana da Sotheby’s, Axel Stein, aconteceu com a obra mais importante da coleção Zambrano, o monumental mural Río Juchitán, de Diego Rivera, formado por quatro blocos que não puderam ser mostrados em Nova York. A obra não foi vendida em virtude do poder da casa de leilões de se recusar a fazê-lo caso as ofertas não alcançassem o preço de reserva fixado com os vendedores. O preço de reserva de Río Juchitán superava os 6 milhões de dólares. A oferta mais alta foi de 4,9 milhões.

Circunstância semelhante envolveu outra das maravilhas do catálogo, Naturaleza Muerta, de Rufino Tamayo. Seu preço estimado estava em torno dos 4 milhões, mas a oferta mais alta ficou em 2,4. O fracasso na venda dessas duas obras-primas fez com que a arrecadação total ficasse em 17,6 milhões de dólares, embora a Sotheby's tivesse calculado um valor superior aos 30 milhões. Também ficaram sem vender obras de menor valor de María Esquerdo, Fernando Botero e Javier Marín. No total, foram vendidos 34 dos 40 lotes. Esse primeiro leilão, intitulado Uma visão de grandeza, será sucedido por outro da mesma coleção, em maio, com mais 30 obras.

 “Estou satisfeito. Nas atuais circunstâncias, foi um bom leilão. E o mural de Rivera será vendido mais adiante, estou convencido. O problema hoje é que o mural era muito caro para os clientes que concorreram”, explicou Stein. “Em todo caso, fomos testemunhas de uma venda histórica, com colecionadores lutando para comprar uma parte da maravilhosa coleção Zambrano, cheia de tesouros da metade do século passado, obras-primas do surrealismo e a maior coleção de autorretratos de artistas latino-americanos vista em um leilão”, acrescentou.

Entre os artistas que tiveram a cotação muito melhorada estão Rodolfo Neto (La Raison du Plus Fort), Tomas Sánchez (Meditador y Laguna Escondida en el Bosque), Rodolfo Morales (Canasta de Flores), Julio Galán (Naturaleza Muerta), Ángel Zárraga (Futbolistas en el Llano), Carlos Mérida (Autorretrato), Ana Mercedes Hoyos (Mural en Tres Partes), Armando Morales (Selva Tropical), Jorge González Camarena (Proyecto para el Mural de la Constitución de 1917), Juan Soriano (Retrato de Lola Álvarez con Juan Soriano Niño) e Roberto Montenegro (Autorretrato en Bola de Cristal).Algumas peças do primeiro lote, obras de Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros e José Clemente Orozco são consideradas patrimônio nacional mexicano, por isso foram vendidas a colecionadores radicados no México.

Stein considera que a legislação mexicana é uma “prisão” para a arte. De fato, a lei federal mexicana sobre monumentos e zonas arqueológicas, artísticas e históricas vai contra a UNESCO e sua lei de livre circulação de obras de arte, conforme afirma o comissário da Sotheby's.



A maior parte das obras foi adquirida na segunda-feira por colecionadores dos Estados Unidos, México, Canadá, Inglaterra, Venezuela e Colômbia. Nenhum deles quis se identificar.

Lorenzo Zambrano, ex-presidente da Cemex, uma das maiores cimenteiras do mundo, que morreu em maio em Madri de ataque cardíaco durante uma viagem de negócios, tinha uma das melhores coleções de arte da América Latina. O magnata, uma das principais fortunas do México, acumulou obras de artistas do século XX. Para os críticos, a coleção tem um fio condutor indiscutível: a profundidade e a espiritualidade do ser humano.

Além do grande mural de Diego Rivera, destacam-se pinturas e uma escultura de outro mexicano, Rufino Tamayo, além de obras de José Clemente Orozco, David Alfaro Siqueiros e outros como Roberto Montenegro e Juan Soriano. Também há peças de estrangeiros do século XIX, como o norte-americano Conrad Wise Chapman. Além disso, foram leiloadas obras dos cubanos Wilfredo Lam e Tomás Sánchez, dos colombianos Fernando Botero e Ana Mercedes Hoyos, do venezuelano Armando Reverón, do chileno Claudio Bravo, do nicaraguense Armando Morais e do guatemalteco Carlos Mérida.

Zambrano não era casado e não teve filhos, por isso o lucro dos leilões irá para a sua família. Entre suas principais paixões estavam colecionar arte e apoiar o mundo da cultura, principalmente em sua cidade natal, Monterrey, onde era membro do conselho do Museu de Arte Contemporânea da cidade. Ao lado do amigo Gabriel García Márquez, criou o prêmio concedido pela Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano, do também falecido escritor colombiano. Gabo chamava Lorenzo Zambrano de O Magnífico.

Por seu lado, a Christie's realizou na segunda-feira a primeira das duas jornadas consecutivas de leilões de arte latino-americana. A melhor obra era do mexicano Ramos Martínez, Mujer con Flores, com preço estimado entre 2 e 3 milhões de dólares. Foi arrematada por 2 milhões.

A Christie's também vendeu um lote de duas enormes estátuas de bronze do colombiano Fernando Botero, Adán y Eva, vendidas por 2,5 milhões de dólares, um recorde mundial do artista em um leilão. Um óleo de Botero, Homenaje a Bonnard, com preço estimado entre 800.000 dólares e 1,2 milhão, não foi vendido porque não alcançou o valor mínimo previsto. O primeiro dia do leilão de arte latino-americana da Christie's terminou com um total de vendas de 20,18 milhões de dólares.

 Fonte: El País

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Museus deverão enviar dados de visitas anuais ao Ibram

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) dispôs sobre a regulamentação de dispositivos do Decreto nº 8.124/2013, relativos à obrigatoriedade de museus brasileiros informarem ao órgão federal seu quantitativo anual de visitação. A decisão foi publicada nessa sexta-feira (21), no Diário Oficial da União.
A resolução estabelece que todos os museus brasileiros, públicos e privados, deverão preencher questionário disponível no portal do Ibram, que estará disponível a partir de 2 de fevereiro de 2015, no qual serão informados dados básicos sobre cada instituição, o total de visitantes no ano de referência (ano anterior à coleta de dados) e técnica utilizada para a contagem de público.
A convocação para o envio do quantitativo anual de visitação será feita a partir da base de dados do Cadastro Nacional de Museus (CNM).
O período para preenchimento do questionário será de três meses. A resolução já está em vigor e a primeira coleta de dados será relativa ao ano de 2014. Assista vídeo explicativo sobre a importância da contagem de público em museus.
“Em paralelo, vamos lançar durante o 6º Fórum Nacional de Museus uma campanha de esclarecimento aos museus sobre como compartilhar esses dados conosco”, explica a coordenadora de Produção e Análise da Informação do Ibram, Karla Uzêda.
De acordo com a coordenadora, os museus receberão por via postal fôlderes com orientações sobre o preenchimento do questionário. Também será lançada uma cartilha sobre o assunto.
“O próprio formulário eletrônico será bem simples e didático, e a equipe do CNM estará à disposição dos museus para ajudar no processo”, completa. Entenda melhor os procedimentos na página do Cadastro Nacional de Museus.
Fonte:
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sábado, 22 de novembro de 2014

História & Memória


"A história dos historiadores coroados pelas academias mostra-nos só a sala de visitas dos povos. (...) Mas as memórias são a alcova, as chinelas, o penico, o quarto dos criados, a sala de jantar, a privada, o quintal (...) da humanidade."

Monteiro Lobato na carta a Godofredo Rangel de 9/5/1913, SP.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Festa das artes gráficas ocorre no final de semana em Porto Alegre

Artista gráfico argentino Facundo Percio é um dos destaques da programação | Foto: Fabián Marelli / Divulgação / CP



Neste final de semana, acontece a primeira edição de “Risco – festa das artes gráficas de Porto Alegre”. Organizado pela FestiPoa Literária e pela Alice (Agência livre para informação, cidadania e educação), o evento contará com a participação de grandes artistas nacionais e internacionais, e será realizado em diferentes locais da Capital, sempre com entrada gratuita.

A programação inicia nesta sexta-feira, às 19h, com a abertura da exposição “As cidades em risco(s) 2”, no Espaço Cultural Galeria Duque (Duque de Caxias, 649). A mostra coletiva reúne nomes como Eloar Guazzelli, Fabio Zimbers, Santiago e Edgar Vasques.

Já no sábado, o “Risco” segue para a Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736), onde serão realizados debates, palestras e lançamentos de revistas. As atividades acontecem das 15h às 19h. No domingo, último dia, as atrações ocorrem no Espaço Cultural 512 (João Alfredo, 512). Além de lançamentos de livros e bate-papos, uma feira convergente de artes estará aberta à visitação das 16h às 23h. A festa de encerramento do evento começa às 22h, com um show de Carina Levitan e trio, e presença dos DJs Mary Mezzari, Ismael Caneppele e Ricardo Silvestrin.