Da Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger
A exposição A Persistência da Memória na Galeria
de Arte do Museu de Valores do Banco Central está aberta para o público. A
mostra fará uma alternância a cada quatro meses da Coleção de Arte do Museu de
Valores para que a totalidade das obras seja exposta ao público ao longo de
dois anos.
A galeria fica aberta para o público de terça a
sexta-feira, das 10h às 18h. A galeria também abrirá dois sábados do mês de
junho, nos dias 14 e 21, das 14h às 18h. A partir de agosto, a galeria abrirá
no primeiro sábado do mês, das 14h às 18h.
Além das salas Cenas Brasileiras e Bandeira do
Brasil, simbolizando os dois principais períodos de aquisição do acervo, grande
parte das obras será exibida em um ambiente de reserva técnica, o espaço físico
destinado ao armazenamento seguro do acervo quando as peças não estão em
exibição.
A mostra será dividida em seis módulos curatoriais
– O Brasil Brasileiro, Entre a Figuração e a Abstração, O Poder da Arte, Anos
Rebeldes, Da Multiplicidade de Formas e Conceitos e A Persistência da Memória.
Os módulos abordarão diferentes pontos da coleção, narrando as influências do
cenário político, econômico e cultural do século 20 nas obras de arte.
O Brasil Brasileiro - módulo que abre a exposição,
apresenta um panorama das artes no Brasil entre a Semana de Arte Moderna de
1922 e a crise econômica de 1929 e trata da missão dos artistas da época de
criar uma arte essencialmente brasileira e estabelecer uma identidade nacional.
Entre as principais obras do módulo estão Composição, Bandeira do Brasil, de Alfredo
Volpi; Samba, de Candido Portinari; Cena de rua com mulher, de Emiliano Di
Cavalcanti; Galo, de Aldemir Martins; Nordeste, de Antônio Bandeira; Festa
Caipira, de Fulvio Pennacchi; Trabalhadores, de Tarsila do Amaral, a escultura
Cavalo Ferido, de Vasco Prado, e O Macaco, de Vicente do Rêgo Monteiro.
Entre a Figuração e a Abstração, o segundo módulo
da mostra, apresentará as variantes da abstração no Brasil e sua tensa relação
com o figurativismo, acirrada a partir dos anos 1950. Para ilustrar essa etapa
estarão obras dos artistas Vicente do Rêgo Monteiro, Milton Dacosta, Aldo
Bonadei, Alfredo Volpi, Babinski, entre outros.
O terceiro módulo, O Poder da Arte, tratará do
panorama das artes no Brasil entre os anos 1950 e o período do milagre
econômico, apresentado sob a ótica das instituições de arte que se
estabeleceram nesse período. O foco será na história da Galeria Collectio, cuja
coleção viria a compor a maioria do acervo de arte do Banco Central. Os
artistas que participam desse módulo são Tarsila do Amaral, Guilherme de Faria,
Babinski, Tuneu, Alfredo Volpi, Candido Portinari, entre outros.
O quarto módulo, Anos Rebeldes, apresentará o
panorama politico, econômico e cultural dos anos 1970, englobando a crise do
petróleo, os movimentos de contracultura, a guerra do Vietnã, o final do
milagre econômico, o tropicalismo, a crise bancária e a relação com a recepção
de obras de arte pelo Banco Central. Entre os artistas, estarão Aldemir
Martins, Guilherme de Faria, Ivan Freitas, Babinski e Grassmann.
Da Multiplicidade de Formas e Conceitos
apresentará a nova configuração global a partir dos anos 1980, com a queda do
muro de Berlim, a redemocratização nos países da América Latina, o Fundo
Monetário Internacional e o neoliberalismo. O foco das obras estará nas 25
serigrafias da coleção Ecoarte, lançada por ocasião da Rio 92, em diálogo com
obras modernistas do acervo.
O módulo A Persistência da Memória fecha a
exposição trazendo os fundamentos do movimento surrealista, identificando o
surreal e o onírico na coleção e fazendo uma comparação entre o surrealismo no
mundo e no Brasil. Obras dos artistas Salvador Dalí, Ismael Nery, Emiliano Di
Cavalcanti, Cicero Dias e Vasco Prado farão parte do módulo.