terça-feira, 30 de outubro de 2012

HIERARQUIAS, HIBRIDISMOS E TERRITÓRIALIDADES


     O conhecimento que segundo Morin (2000) deve ir das partes ao todo e do todo às partes, ainda luta para efetivar-se nas instituições viciadas no pensamento hegemônico de que são frutos, onde apenas as partes contam e o todo fica a cargo do “bom senso” do docente ou do discente. Por mais que seja citado nas fundamentações, a valorização do saber oriundo da experiência cotidiana  – ou extra-institucional  – fica reservada ao diálogo que estes sujeitos irão promover a partir das ementas.
   A imposição do saber institucionalizado às comunidades constitui também parte deste desrespeito. Para Foucault

[…] o que os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam 
deles para saber; elas sabem perfeitamente, claramente, muito melhor do que eles [os intelectuais]; e elas o dizem muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, 
proíbe, invalida esse discurso e esse saber. Poder que não se encontra somente nas 
instâncias superiores da censura, mas que penetra muito profundamente, muito 
sutilmente em toda a trama da sociedade. Os próprios intelectuais fazem parte deste 
sistema de poder, a idEia de que eles são agentes da “consciência” e do discurso 
também faz parte desse sistema. O papel do intelectual não é mais o de se colocar 
“um pouco na frente ou um pouco de lado” para dizer a muda verdade de todos; é 
antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o 
objeto e o instrumento: na ordem do saber, da “verdade”, da “consciência”, do 
discurso.
 (FOUCAULT, 2009, p.71) 
   
    Como forma de sobrevivência, ao descobrir que as massas não precisam mais dos intelectuais para refletir sobre suas práticas, percebo os currículos/sistema educacional afirmando a necessidade de sua entrada no lugar restrito para a construção do saber, enfatizando a necessidade do “povo” aprender seu idioma acadêmico para se fazer ouvir na globalidade mundial contemporânea, e encontram novas formas de subjugar a epistemologia produzida no cotidiano do território simbólico que não carece de valoração institucional, mas é mantida sob a égide da hegemonia ideológica do intelectualismo de consumo.
    Até quando?

OBS: fragmento da obra ENTRE HIERARQUIAS, HIBRIDISMOS E TERRITÓRIALIDADES:
UMA PERSPECTIVA CURRICULAR PARA  ARTES DA CENA NO ENSINO 
SUPERIOR de Cecília Bastos da Costa Accioly
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas/UFBA




MORIN, Edgar.; LE MOIGNE, Jean-Louis. A Inteligência da Complexidade. 3. ed. São
Paulo: Peirópolis, 2000. 268 p.______. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 2007. 104 p.


FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução e organização de Roberto Machado.
Rio de Janeiro: Graal. 2009.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Conselhos para manter a memória


  
CONSEJOS PARA MANTENER LA MEMORIA
   
1-Hay que filtrar las ideas irrelevantes. 
2-Eliminar la información innecesaria que "contamina" la capacidad de memoria.
3-Agregar contexto al aprendizaje. 
Cuando se ve a una persona por primera vez, observar algún rasgo físico o de personalidad para recordarla después.
4-Una buena dieta, 
con una ingesta de glucosa apropiada es básica para brindarle energía al cerebro. Se encuentra en los dulces, papas, cereales y frutas. 
5-Son indispensables los hidratos de carbono.
  
El ejercicio físico tiene dos aspectos positivos. 
  
1-Contrarresta la ingesta calórica 
2- favorece la concentración. 
  
Las personas hiperactivas que hacen ejercicio descargan estrés y energía y mejoran su capacidad de concentrarse.
  
Hay que limpiar el "disco rígido". 
Intentar borrar la información que ya no sirve.
No alarmarse si la falta de memoria es esporádica. 
A veces es por preocupaciones pasajeras, exceso de actividad, cansancio. 
Esperar a que la situación cambie.

SIPNOSIS
  
Fases De La Memorización
  
Una vez que percibimos algo, comienza un proceso que conduce a la memorización de esa información. 
  
Esto se consigue con las siguientes fases:
  
Comprensión: 
supone la observación a través de los sentidos y entender esa información.
Fijación: se adquiere con la repetición. Es imprescindible fijar antes de recordar una información que nos interesa.
 
Conservación: 
esta fase está en función del interés, la concentración y el entrenamiento de la persona, y de todos estos factores dependerá el modo en que se memoriza.
 
Evocación: 
significa sacar al plano de la conciencia los conocimientos almacenados.
Reconocimiento: consiste en la interrelación de los conocimientos nuevos y previos.
  
Desarrollo de la memoria

Si quieres potenciar tu capacidad de memorizar aconsejamos estés atento a lo siguiente:
  
Mejora la percepción defectuosa: 
intenta que en el aprendizaje intervengan todos los sentidos consiguiendo la máxima atención y concentración.
 
Ejercita la observación 
 entrénate para captar detalles contrastados y otros no tan evidentes.
 
Pon en práctica el método de clasificación: 
se retiene mejor los elementos de un conjunto si procedemos a su clasificación.

Capta el significado de las ideas básicas de un tema.
Procura pensar con imágenes, ya que la imaginación y el pensamiento están unidos.

Para conseguirlo hay  principios:

1-Exagerar determinados rasgos como si se tratase de una caricatura
2-Captar los novedoso
3-Dar movimiento a nuestras imágenes pensadas como si fueran una película
4-Fija contenidos con la repetición y procura repetir las ideas evitando la asimilación mecánica.
5-Haz pausas mientras lees o estudias para recordar lo que vas aprendiendo.
6-Si aprendes algo justo antes de dormir se recuerda bastante bien a la mañana siguiente. Esto se explica porque durante el sueño no se producen interferencias.
7-Revisa lo antes posible el material estudiado a través de esquemas o resúmenes. Así se aumenta el número de repeticiones-fijaciones consiguiendo que el olvido se retrase.
8-Utiliza las reglas mnemotécnicas
  
Principales causas del olvido

Falta de concentración.
Poca o mala compresión de lo estudiado.
Ausencia de repasos o repasos tardíos y acumulados.
Estudio superficial y pasivo, con poca reflexión y esfuerzo (no hay manejo de la información en resúmenes, esquemas, subrayados

sábado, 27 de outubro de 2012

Os relógios derretidos de Salvador Dalí


Quando se fala em Salvador Dalí, a imagem que logo vem à mente é a do quadro A persistência da Memória. Muitos podem até não saber o título da obra, mas logo identificam os relógios derretidos, metáfora para a liquidez do tempo. A obra é um ícone da escola surrealista, que tem Dalí como um de seus principais representantes.

Mas surreal mesmo é a imagem abaixo. Pode esfregar os olhos à vontade, mas é isso mesmo: o “melting clock” retratado por Dalí em seu quadro surrealista virou realidade!
A peça foi projetada para ficar apoiada na borda de um móvel plano e dá a impressão de que vai escorregar e cair a qualquer momento. Se você é um apaixonado pela obra do pintor espanhol, vai dar pulos de alegria ao descobrir que o relógio está à venda na Amazon por um preço bem acessível. veja:http://www.amazon.com/gp/product/B004RBZ9AO?ie=UTF8&redirect=true


fonte:http://www.lpm-blog.com.br/?p=6771

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Proposta Cultural do grupo de Teatro Tá na Rua


Para cada um de nós, integrantes do grupo Tá Na Rua, o teatro profissional não parecia oferecer reais condições para a discussão política, social e cultural que julgávamos imprescindível nos idos da década de 70, quando o grupo teve sua primeira formação.
A insatisfação pode facilmente transformar-se em inação ou aceitação de velhos caminhos já percorridos. Partimos, então, para o desenvolvimento de um trabalho que não evitasse; com considerações de ordem empresarial e comercial ; a necessária investigação de uma linguagem que viesse a resgatar um ator, uma expressão submersa pela cultura burguesa, de modelo importado e alcance limitado à classe dominante e sua periferia.
Submergirmos para tentar descobrir o que havia além do verniz que faz brilhar nossas Broadways e Vênus tupiniquins. Fomos em busca de nossa grande rua; nossas ruas; descobrir o que havia entre as malhas do tecido vivo de nossas cidades. E encontramos o povo ávido de participação. A ele devemos o que aprendemos nesses anos de andanças; trouxas às costas, bandeiras ao vento.
Muitos anos depois daqueles primeiros passos, temos hoje um trabalho que utiliza o teatro como instrumento de desenvolvimento do ser humano, de conscientização de sua realidade política, social e cultural. O teatro como uma pedagogia de ação transformadora: o espectador transformando-se em ator, tomando em suas mãos a configuração e discussão de seu destino. O teatro como uma pedagogia de ação transformadora: o espectador transformando-se em ator, tomando em suas mãos a configuração e discussão de seu destino.
Um teatro popular, com uma linguagem narrativa, dialética, que constrói sua dramaturgia no próprio desenvolvimento da ação/reflexão. Umas ferramenta eficaz, que proporciona aos setores populares a capacidade de apropriar-se de sua auto-expressão, em busca de sua própria identidade, desvinculados da cultura dominante.
Descobrimos um ator que não é diferente do povo a quem ele se dirige e com quem quer exercitar sua arte. Um ator aberto, lúcido, generoso no coração e capaz de acreditar na força transformadora do seu ofício. Um ator que fertiliza e se deixa fertilizar pelas centenas de encontros em praças, ruas e salas, com pessoas tão ou mais inquietas que ele próprio. Um ator que é impulsionado pela força e energia de sua vocação para o prazer, a alegria, a felicidade.
fonte: site   http://www.tanarua.art.br nele o leitor encontrará um importante acervo do trabalho do grupo e de seu diretor Amir Haddad.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

lançamento do livro Costuras do Tempo - Porto Alegre

Morre Tatata Pimentel


Morre o sagaz Tatata Pimentel



Um dos grandes intelectuais do Rio Grande do Sul, o apresentador, jornalista e professor morreu em casa, aos 74 anos.


O velório será nesta quinta-feira (25/10/2012) no Cemitério São Miguel e Almas, a partir das 8h, e o enterro está previsto para as 17h. Sobrinho de Tatata, Thiago Pimentel de Souza, 28 anos, morava com o apresentador desde os 16 anos e encontrou o corpo por volta das 20h de quarta-feira na Capital. Thiago dormira fora e estranhou a falta de movimento ao voltar ao apartamento.

— Quando cheguei, achei muito estranho que o jornal ainda estivesse na porta. Era a primeira coisa que ele pegava ao acordar. Chamei pelo nome, e ele não atendeu — conta.

Thiago encontrou o corpo de Tatata na cama, e a suspeita é de que tenha morrido enquanto dormia, na noite anterior. O apresentador já enfrentara cirurgias para desobstruir artérias do coração e era fumante. Em novembro, planejava viajar à Europa.

Roberto Valfredo Bicca Pimentel, o Tatata Pimentel, nasceu em 1938 do amor de Alcyr, um carioca que foi parar em Santa Maria para trabalhar na viação ferroviária, por uma professora de Literatura natural de Alegrete. Ficou sete anos na região central até a família se mudar para Porto Alegre. Era um orgulhoso fruto do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, que "fez a sua cabeça para a vida inteira".

Após a primeira faculdade, de Artes Dramáticas na UFRGS, concluída em 1959, estudou Letras, Direito, Jornalismo e fez mestrado em Línguas Neolatinas na África, o que o levou também a uma temporada na Europa. Depois, ainda fez doutorado em Teoria Literária. Na Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, deixou por 13 anos sua marca como professor do curso de Jornalismo até 2000, quando passou a dedicar-se somente à TV. Até o fim do ano passado, apresentou o programa Gente da Noite, na TVCOM.

Apesar de querido por muitos, espalhava que não tinha amigos. Dizia também que, com mais de 70 anos, se permitia ser arrogante, "porque já deu para viver e aprender muito":

— É que realmente sei mais do que o nível das pessoas com que ando. Ser inteligente me prejudica. Vejo erro de amigos e digo: "Não é isso, está errado!". Mas inimigos, se tenho, não os conheço, porque eles morrem de medo de mim – declarou Tatata, às gargalhadas, em sua última entrevista à revista Donna, de Zero Hora, em janeiro de 2011.

Na mesma entrevista, Tatata foi perguntado se pensava na morte:

— A minha preocupação não é a morte, é quem vai herdar a minha biblioteca.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

POSTAIS ANTIGOS - ARQUIVO NA WEB



Uma ótima dica para quem procura material sobre postais antigos é o site Old Postcards from Brasil no endereço:http://www.brazilpostcard.com.br

IPMS - Instituto de Pesquisa em Memória Social

www.memoriasocial.com.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lançamento do livro Arte, Magia e Malandragem - O imaginário cantado nas rodas de capoeira






ARTE, MAGIA E MALANDRAGEM O imaginário cantado nas rodas de Capoeira. Autor: Mestre COLUMÁ (CIA. CAPOEIRA - RJ) Dia 29/10 às 14h na Lapa Rio Capoeira (Rua da Relação nº 49) VALE A PENA CONFERIR! 

domingo, 21 de outubro de 2012

O imaginário segundo Gilbert Durand


Gilbert Durand é o autor francês que recupera no século XX a noção de imaginação, anteriormente associada ao erro e à fantasia.

O Imaginário é, de acordo com o autor, o “Conjunto de imagens e das relações das imagens que constitui o capital pensado do homo Sapiens – aparece-nos como o grande denominador fundamental onde se vêm encontrar todas as criações do pensamento humano”.

Durand pensa que a Imaginação Simbólica possui uma força dinâmica que reconfigura o real, que possibilita o acesso ao sentido permitindo aceder à dimensão profunda da realidade e faz a ligação entre a realidade e o conjunto das suas significações. Assim, a imaginação nega o nada, a morte e o tempo.

fonte:http://peroladecultura.blogspot.com.br/2010/06/o-imaginario-segundo-gilbert-durand.html

BECAS

sábado, 20 de outubro de 2012

VUILLARD


VUILLARD PINTAVA GRANDES-PLANOS que eram, em sua maioria, de interiores, embora por vezes ele também reproduzisse jardins. Em umas poucas obras, buscou combinar a magia da proximidade com o encantamento da distância, representando um canto de aposento de cuja parede pendia um quadro, seu ou alheio, contendo uma paisagem com árvores distantes, montes e céu. Essa era uma oportunidade para tirar o máximo efeito de ambos os mundos - o telescópico e o microscópico - com um único golpe de vista.

De resto, só me posso lembrar de um número reduzido de paisagens em grandeplano, pintadas por artistas europeus modernos. Há um estranho Bosque por Van Gogh, no Metropolitano de Nova York; o maravilhoso O valezinho de Helmingham Park, de Constable, na Galeria Nacional de Arte Britânica; um mau quadro de Millais - Ofélia
- que, apesar de tudo, é encantador graças a seu intricado de folhagem estivai vista de muito próximo. E ainda me recordo de um Delacroix que vi de relance, há muito tempo, em uma exposição de penhores - um tronco, com sua ramaria coberta de flores, retratado de muito perto. E claro que deve haver outras obras, mas, se outras vi, delas já não me lembro.

Seja como for, nada há no Ocidente que se equipara às reproduções em grandeplano da Natureza, de autoria dos pintores chineses e japoneses: um galho de ameixeira em flor; um palmo de haste de bambu com suas folhas; passarinhos entre arbustos, vistos a pouco mais de uma extensão de braço; flores, folhagens, aves, peixes e pequenos mamíferos de todas as espécies. Cada pequeno ser vivo é representado como centro de seu universo, como a razão de ser - segundo sua própria concepção - para a criação deste mundo e de tudo que nele existe; cada um deles lança sua própria declaração de independência do imperialismo humano e, por ironia, zomba de nossas absurdas pretensões de estabelecer normas puramente humanas para a conduta dos processos cósmicos; cada um repete para si mesmo a sublime tautologia: sou o que sou.

A Natureza, nas distâncias médias, nos é familiar - tão familiar que somos levados a crer que conhecemos realmente tudo a seu respeito. Já se a examinarmos muito de perto, a uma grande distância ou sob um ângulo pouco comum, ela nos parecerá perturbadoramente estranha, de uma beleza que ultrapassa todo o nosso poder de compreensão. As paisagens em grande-plano, pintadas pelos artistas chineses e japoneses, são outras tantas demonstrações de que o samsara e o nirvana são uma mesma coisa, e de que o Absoluto se manifesta em tudo o que existe. Essas grandes verdades metafísicas, e até pragmáticas, foram representadas pelos artistas do Extremo Oriente, seguidores da doutrina Zen, de forma peculiar. Todos os objetos próximos eram reproduzidos isoladamente sobre o papel ou a seda virgem. Assim isoladas, essas figuras fugazes adquirem uma espécie de Personalização absoluta. Os artistas ocidentais têm empregado esse mesmo artifício ao pintar figuras sacras, retratos e, por vezes, motivos naturais a distância. O moinho de Rembrandt e os Ciprestes de Van Gogh são exemplos de paisagens distantes em que se conseguiu realçar ao máximo determinado objeto, isolando-o dos demais. A força mágica de tantas águas-fortes, desenhos e pinturas de Goya pode ser atribuída ao fato de suas composições constarem, quase sempre, de umas poucas silhuetas, ou mesmo de uma única, destacando-se contra o fundo vazio. Essas formas silhuetadas possuem o dom visionário do valor intrínseco.

fonte: livro As Portas da Percepção & Céu e Inferno de Aldous Huxley - Apêndice V 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO CONCEITO DE MEMÓRIA COLETIVA OU SOCIAL NA VISÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS.


A IMPORTÂNCIA DO CONCEITO DE MEMÓRIA COLETIVA OU SOCIAL NA VISÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS.

por Maria José Souza Gerlack Vecchia*


Introdução
Na realidade, não há percepção que não esteja impregnada de lembranças, entendendo a percepção como o resultado de uma interação do ambiente com o sistema nervoso humano. Essa é a perspectiva do filósofo que aprofundou os estudos psicossociais,na década de 59, Henry Bergson, na tentativa de “desubjetivar” a noção de memória.
Para ele a memória podia ser entendida por dois movimentos distintos, o que ele denominava de “memória-hábito”: o corpo guarda esquemas de comportamento de que se vale muitas vezes automaticamente na sua ação sobre as coisas. Ela é adquirida pelo esforço da atenção e pela repetição de gestos ou palavras, além de ser um processo que se dá pelas exigências da socialização, escrever, falar língua estrangeira, dirigir, costurar, digitar, etc. ações que fazem parte do nosso acervo cultural.
De outro lado ele inseria as lembranças independentes de quaisquer hábitos, lembranças singulares, isoladas, autênticas, que chamava de “ressurreições do passado”, de caráter não mecânico, mas evocativo, do seu aparecimento via memória.
Além de Bergson, outro estudioso da memória foi o sociólogo Maurice Halbwachs, (1877-1945) cujo trabalho se voltava para as relações entre memória e história pública, da qual foi o principal pesquisador. Ele entendia a memória como “quadros sociais da memória”, ou seja, a memória individual existe, mas situa-se na encruzilhada das malhas de relações múltiplas nas quais o homem está engajado, não escapando da trama da existência social atual.
Assim a consciência não está jamais fechada sobre si mesma, somos arrastados em múltiplas direções como se a lembrança fosse um ponto de referência diante da variação dos quadros sociais e da experiência coletiva. Nessa linha de pesquisa as relações sociais não ficavam limitadas ao mundo da pessoa, mas perseguiam a realidade interpessoal das instituições sociais, nas quais à memória do indivíduo dependia de suas relações com a família, com a classe social, com a escola, com a igreja, com a profissão, enfim com grupos de convívio e grupos de referência peculiares a esse indivíduo.
Concepções teórico-metodológicas
Tal como Èmile Durkheim, considerado um dos principais teóricos da Sociologia, Halbwachs acreditava na anterioridade e na determinação de idéias sustentadas coletivamente sobre pensamentos e atitudes individuais.
Para ele, se lembramos é porque os outros, a situação presente nos provoca e traz as lembranças. Na maior parte do tempo lembrar não é rever, mas refazer, reconstruir, repensar com imagens e idéias de hoje a experiência do passado, porque nossa percepção se altera conforme o passar do tempo e com ela nossas idéias, juízos de realidade e de valor.
Halbwachs ainda amarra a memória da pessoa à memória do grupo e a do grupo a esfera maior da tradição, que é a memória coletiva de cada sociedade e ressalta que o instrumento socializador da memória é a linguagem.
Não podendo esquecer que para o autor em questão a pressão dos preconceitos e as preferências da sociedade poderiam modelar o passado, recompondo a biografia individual e/ou grupal, segundo padrões e valores ideológicos.
Na sociologia discutem-se questões relacionadas ao pertencimento a grupos e ao modo como eles se relacionam com nossa autoconcepção e em nossas interações com os outros, a alteridade. Os grupos aos quais os homens pertencem e aqueles que ele exclui do seu viver como resultados de vínculos são todos temas importantes da vida cotidiana e contribuem para a forma e conteúdo das relações sociais que caracterizam nossas sociedades.
De acordo com o sociólogo polonês Bauman (2010), “Além dos nossos contemporâneos, há aqueles que habitam nossos mapas mentais”, isto é, nossa memória está povoada por outros indivíduos, próximos ou distantes, presentes ou ausentes.
Evidenciado pelos sociólogos Berger e Luckmann,(1985),se encontra a observação de que a realidade da vida cotidiana não é plena unicamente de objetivações, tais como nas situações em que se entra em relações com indivíduos que não estão presentes na realidade cotidiana,face a face, mas em formas menos próximas de relações sociais como nas subjetividades da nossa memória, ou por meio da linguagem.
Entendendo como memória biológica a capacidade de adquirir e recuperar informações preservadas no cérebro e como memória social a evocação ou presença de outros no pensamento do homem, o ensaio se volta para a compreensão de como a concepção de memória social pode apontar como funcionam nossas interações subjetivas em termos de relações sociais.
O conceito de memória social ou coletiva não se confunde com a memória histórica, pois a história resulta de uma construção cristalizada por um grupo estabelecido para defender-se contra a permanente erosão da mudança.
Se em princípio a memória parece ser um fenômeno individual, algo íntimo, próprio de uma pessoa, convém ressaltar mais uma vez que nossas lembranças são coletivas. As pessoas não precisam estar presentes, mesmo o indivíduo sozinho, em pensamento, se desloca de um grupo para outro.
Quando, por exemplo, há referências ao “período da ditadura militar no Brasil”, há designações atribuídas que aludem a fatos da memória social muito mais do que a fatos históricos. Essas expressões (linguísticas) remetem mais a noção de memória, ou seja, a percepção da realidade do que a factualidade positivista subjacente a tais percepções, conforme afirmação do sociólogo austríaco M. Pollack (1992).
Os acontecimentos podem ainda ser vividos indiretamente, “por tabela”, segundo Pollack, podendo não contar com a participação da pessoa em análise, mas que no imaginário tomam tamanha proporção que no final é quase impossível saber se a pessoa participou ou não.
É possível que, por meio da socialização política ou da socialização histórica ocorra um fenômeno de projeção ou identificação com determinados fatos passados que se pode falar em uma “memória quase que herdada”.
Um exemplo pode estar nas manifestações políticas no Brasil pelas eleições diretas, após longo período de ditadura militar, que marcaram expressiva fatia da população na década de 80 e essa memória continuou sendo transmitida em sintonia por gerações.
A memória constituída pode também se reportar a pessoas e personagens que transcendem a relação face a face. Elas se transformaram quase que em conhecidas mesmo que não tenham pertencido necessariamente ao mesmo espaço-tempo. Como é o caso do político Tancredo Neves, ainda que não se tenha compartilhado o seu período de vida ele é tratado como contemporâneo de muitos.
Há também na memória os lugares em que foram vivenciados os acontecimentos ou lugares de apoio à memória, como locais de referência. Por exemplo, pode se tomar a Praça da Sé, no centro da cidade de São Paulo, como marco da luta política pelas eleições diretas no Brasil. O que ocorre nesses casos são transferências, projeções, “por herança” nas palavras do já citado Pollack.
Para a grande maioria dos estudiosos da memória social não se deve considerar esses aspectos como indicadores de falsificação ou dissimulação do relato, sendo que o mais importante é conhecer a relação entre a realidade e a construção do personagem.
Cabe recordar que a memória é seletiva, isto é nem tudo fica registrado. Ela pode ser herdada, ou seja, as preocupações do momento formam um elemento de estruturação da memória. Há uma forte ligação entre a memória e o sentimento de identidade (a imagem de si, para si e para a alteridade).
A título de exemplo foi realizada uma pesquisa em Matão, SP.com indivíduos que trabalharam diretamente com um staff administrativo de ingleses, entre 1932 a 1954, que se identificaram como um grupo diferenciado dos demais trabalhadores, solidificando o social, criando uma identidade coletiva, com sentimento de unidade, continuidade e coerência.[2]
Esses são alguns dos aspectos da memória analisados onde cabem diferentes interpretações, conforme a escola teórica a que está vinculado o pesquisador, evidenciando a capilaridade da disciplina Sociologia.
Diante desses entendimentos sociais básicos sobre a memória humana passamos a observar concepções das neurociências sobre a memória e a perda dela, pois como anunciava Hanna Harendt em seus estudos sociais o pesadelo da amnésia coletiva rondando o homem significa a perda dos elos comunitários e aprendizado contínuo, condição de inserção dos indivíduos no tempo e no espaço.
A neurociência, grosso modo, vem a ser o estudo da realização física do processo de informação no sistema nervoso animal e humano. O seu estudo engloba a neurofisiologia, a neuroanatomia e a neuropsicologia.
Os fundamentos da neurociência tem se disseminado pelo mundo cientifico e acadêmico de forma bastante rápida, abrindo perspectivas de pesquisas em vários domínios do conhecimento humano, desenvolvendo pesquisas no campo da biologia molecular, trazendo consigo disciplinas como a biologia celular, a bioquímica, dentre outras que ampliam as possibilidades de compreensão dos mecanismos que compõem a memória.
Também realiza estudos sobre as manifestações de interrupção da aprendizagem, a perda da memória, visando aumentar e aprimorar a memória humana.
Segundo estudos de Kandel e Pittenger (1999), tem ocorrido uma unificação entre a neurobiologia, a psicologia cognitiva e a ciência do cérebro e da mente para a análise das mais variadas funções mentais tais como a percepção, a ação, a linguagem, a aprendizagem e a memória.
Para o neurocientista argentino naturalizado brasileiro Iván Izquierdo (2002.p.9) “Somos aquilo que recordamos… e também somos o que resolvemos esquecer. O passado, nossas memórias, nossos esquecimentos voluntários nos dizem quem nós somos, mas também nos permitem projetar rumo ao futuro, isto é, nos dizem quem poderemos ser.”
Assim um dos aspectos levados em consideração no estudo da memória é o esquecimento, pois de acordo com Izquierdo (2006), o ser humano esque ce a maioria das informações que adquire. Para a neurociência procurar entender as diferentes formas de esquecimento auxilia no entendimento da memória em si.

Conclusões
Em contraposição ao pesadelo da amnésia coletiva surgia nas ciências sociais uma das versões mais positivas sobre a queda de vínculo com as tradições passadas. O sociólogo Maurice Halbwachs considerou a memória como resultado de representações coletivas construídas no presente, que tinham por função manter a sociedade coerente e unida.
Assim a memória coletiva ou social passou a ser compreendida como parte constituinte ou das práticas reflexivas ou das construções sociais analisadas. Tanto através de testemunhos quanto de textos constituídos a memória foi resgatada como sendo o caminho mais eficaz de acesso aos impasses travados no passado.
Ainda assim o conceito de memória coletiva ou social tem sido tratado pelas diversas abordagens teóricas no campo das ciências sociais de forma contraditória, segundo Santos (2003).
Talvez um dos fatores para a falta de precisão teórica se deva ao fato de a memória estar em cada passo que damos, nas idéias pensadas, nas ações realizadas, ela está presente em tudo e em todos.
Na condição de seres humanos todos tem cota de interesse na troca de conhecimentos entre as ciências para dar conta de compreender a pós- modernidade e suas sociedades complexas nas quais estamos imersos, conforme Morin (2006).
Dessa forma é que o ensaio entende como importante expor a outros campos do conhecimento as idéias e estudos sobre a memória oriundas das ciências sociais.
De acordo com Pinker (2004) “Todo mundo precisa prever o comportamento dos outros e isso significa que todos nós necessitamos de teorias sobre o que motiva as pessoas e as suas memórias.” Sejam elas sociais, biológicas ou neurocientíficas.

Referências Bibliográficas
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo, Perspectiva, 2005.
BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, 2010.
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. Petrópolis, Vozes, 1985.
BERGSON, Henry. Matéria e memória. s.i.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. São Paulo, Edusp, 1987.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo, Vértice, 1990.
IZQUIERDO, Iván. Memória. Porto Alegre, Atmed, 2002.
IZQUIERDO, Iván; BEVILAQUA, Lia; CAMMAROTA, Martin. A arte de esquecer. Estudos Avançados 20 (58), 2006.p.289-296.
KANDEL, Eric.R.; PITTENGER, Christopher. The past, the future and biology of memory storage. Phil. Trans. Rev. Soc. Lond B. 1999, 354, p.2027-2052.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre, Sulina, 2006.
PINKER, Steven. Tábula rasa. São Paulo, Companhia das Letras, 2004.
POLLACK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 5 (10), 1992. p. 200-212.
SANTOS. Miriam S. Memória coletiva e teoria social. São Paulo, Annablume, 2003.
* Doutorado em Sociologia, UNESP, Araraquara, 2003. Bolsista do Hemocentro de Ribeirão Preto, Casa da Ciência, 2011.
[2] VECCHIA, Maria José.S,G. CAmbuhy, uma árvore de muitos frutos na agroindústria de Matão SP.Araraquara, UNESP, 2003. Tese de doutorado.

fonte:http://nucleotavola.com.br/revista/a-importancia-do-conceito-de-memoria-coletiva-ou-social-na-visao-das-ciencias-sociais/



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre o Nomadismo- Michel Maffesoli




A imagem de Hermes, o deus viajante, deus dos comerciantes e dos ladrões, paradigma da astúcia – hostil, imperceptível, e em perpétuo deslocamento, estes são fragmentos que figuram num pensamento arquetípico. Hermes e seu pé alado, para fugir quando não se satisfaz com a rotina. Atrativo e indício de uma fuga, Hermes leva a errância e toca de leve no chão, sem a ele se prender. Percebe-se, então, que o viajante testemunha um ‘mundo paralelo’, no qual o sentimento é vagabundo e a anomia tem força de lei. Trata-se do incômodo que afeta os sábios organizadores, cuja ambição é repelir o estranho e o imprevisível. Tal desconfiança é encontrada entre os romanos, pois seu medo do bárbaro vem do fato de que ele era nômade e apto ao movimento. O bárbaro perturba a quietude do sedentário e nada incomoda tanto um burocrata como a liberdade desses errantes – o que há é a fobia da mudança e daquilo que se move. Ressalta-se que a bacia do mediterrâneo foi um lugar excepcional de encontros de todos os gêneros e, no mesmo sentido, a Idade Média foi também um momento de circulação intensa. As Cruzadas tiveram motivações religiosas e sofreram grandes perdas militares, mas indicaram uma ânsia do ‘outro lugar’, percebe-se que o contato com outras civilizações fascinou parte da nobreza européia. De outro modo, na modernidade fez-se iluminar o espaço cercado do indivíduo, que se tornou inclusive a ‘territorialização’ moderna por excelência, sustentada pela ideologia individualista.

O indivíduo e sua família nuclear transformaram-se numa espécie de ‘prisão moral’, pelos quais a pessoa se fechava longamente, através da educação, da identidade, da profissão... A modernidade se caracteriza, portanto, por querer fazer tudo voltar a entrar na ordem, codificar e identificar, em suma, as massas deveriam ser domesticadas, assentadas no trabalho e na residência. Essa mesma domesticação marca a passagem do nomadismo para o sedentarismo – transição das comunidades para as comunas, destas para entidades administrativas maiores, até se chegar ao Estado nação. Acontece que o nomadismo é totalmente antitético em relação ao Estado moderno, mas o fechamento praticado durante a modernidade mostra sinais de fraqueza, dentre os seus vetores mais explícitos: hippies, vagabundos, poetas, jovens sem referências, turistas surpreendidos. Decerto, a ‘circulação’ recomeça, desordenada, e não deixa ninguém impune, nada parece poder represar seus fluxos, cujo movimento está em todas as cabeças e em todas as direções.

Nas cidades, os momentos e os lugares se oferecem totalmente vagos, em que o espírito e o corpo podem estar em vacância, onde a possibilidade de os seres que a habitam se traduz ao viverem a possibilidade de estar aqui e em outro lugar simultaneamente: o habitante da megalópole é, então, um nômade de gênero novo. Induz-se a uma ‘deriva psicogeográfica’, sob a qual as ruas lembram aberturas, que se desempenha a teatralidade social e predispõe a aventura, que nada parece poder frear. Os surrealistas e, mais tarde, os situacionistas da década de 1960 perceberam essa deriva urbana [psicogeografia]: a cidade como um terreno da aventura, um modo de experimentar todo tipo de vivência, suscitar encontros. A deriva urbana, em suma, explora um espaço determinado, confrontando com múltiplas estranhezas. Evidencia-se o nomadismo contemporâneo, portanto, quando a norma geral passou a dar lugar às especificidades ‘tribais’, cada um vivendo sua droga [alucinógeno, álcool], cultura, religião, música, esporte, etc. Torna-se necessário interrogar essas formas de trabalho ‘flexíveis’, o recrudescimento dos neo-artesanatos, o retorno à natureza, a multidão de práticas da dita New Age, assim por diante. O nomadismo contemporâneo é, enfim, um modo de relativizar o imperativo categórico da ‘disciplina’ e do ‘cercamento’ modernos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Caetano e Gil fazem show raro pela memória de Dr. Ulysses Guimarães


CORREIO BRAZILIENSE - 17/10/2012
Show raro reuniu, na noite desta terça-feira (16/10) em Brasília, os dois mais importantes representantes da Tropicália. Caetano Veloso e Gilberto Gil fizeram antológica apresentação em memória de Dr. Ulysses Guimarães, na passagem dos 20 anos do desparecimento do deputado. Durante uma hora e meia, Caetano e Gil, por vezes em duo, revisitaram obras autorais, interpretando clássicos que criaram, ao longo de 50 anos de carreira.

 (Viola Jr./Esp. CB/D.A Press)


O show, no teatro que leva o nome do homenageado, na Unip, na 913 Sul, foi aberto com Desde que o samba é samba (do álbum Tropicália Dois). Depois, Caetano foi de Sampa. Interpretou ainda grandes canções como Menino do rio, Leãozinho. Gil cantou, dentre outras, RefazendaSuper-homem, a canção,Domingo no parque

Juntos, fizeram Saudade da Bahia (Dorival Caymmi), Cajuína (C. Veloso). E encerraram com o hino tropicalista Soy loco por ti America (José Carlos Capinan e G. Gil). Nos bis, aplaudidíssimos, interpretaram Esotérico, do espetáculo Os doces bárbaros, que, em turnê, foi apresentado em Brasília em 1976.

Pouco mais de 500 privilegiados assistiram ao espetáculo a convite do reitor João Carlos Di Gênio, da Unip. O show acústico - voz e violão - foi batizado de Navegar é preciso, verso da canção Argonauta. Caetano Veloso compôs a música com base em poema do Fernando Pessoa. A expressão foi tomada como mote de Dr. Ulysses na ante-candidatura dele à Presidência da República. A mestre de cerimônias foi a atriz Mariana Ximenes.

fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2012/10/17/interna_diversao_arte,328473/caetano-e-gil-fazem-show-raro-pela-memoria-de-dr-ulysses-guimaraes.shtml

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mostra de arte expõe trabalhos de deficientes



Dança, pintura “ao vivo” de um quadro, teatro e muitas apresentações artísticas estão  na programação da  18ª Mostra de Arte Sem Barreiras, que será aberta hoje às 15h, no Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva” e segue até o dia 28 de outubro.

Participam da temporada de arte e espetáculos as APAE’s de Bauru, Pederneiras, Jaú e Birigui, a Apiece, Lar Santa Luzia para Cegos e a Sorri Bauru.

O “Arte sem Barreiras” surgiu, originalmente, com o nome “Very Special Arts”, na cidade de Washington em 1974, com o objetivo de incentivar a capacidade artística e criativa de pessoas com deficiência. Em 1984, com apoio da Unesco, foi realizada a 1ª Conferência Internacional com os núcleos já existentes em várias partes do mundo e em 1988,  o programa chegou ao Brasil sob o título de Very Special Arts do Brasil. 

Na época, o contexto nacional era de rejeição, incompreensão e ausência de sensibilidade e de políticas públicas para as questões que envolviam as pessoas com deficiência.
Hoje existem núcleos do Programa Arte sem Barreiras nas capitais e em algumas cidades do interior, a exemplo da cidade de Bauru, que realiza a Mostra, ininterruptamente, desde 1995, por meio da Secretaria de Cultura. 

O psicoterapeuta Dorival Vieira é o coordenador do Núcleo Bauru do Programa de Arte Sem Barreiras – Very Special Arts do Brasil.
A Mostra de Arte Sem Barreiras é sempre realizada em Bauru no mês de outubro, conforme determina o decreto municipal que incluiu o evento no calendário oficial do município há mais de 10 anos.

A Mostra tem por objetivo valorizar a produção artística e promover a inclusão por meio da arte das pessoas com deficiência, incentivando a discussão e a formulação de políticas públicas que respeitem a diversidade e promovam a inclusão sócio-econômica desse público.

Diante das exigências de uma sociedade que ainda permite preconceitos, discrimina ções e barreiras entre seres, povos e culturas, ou qualquer outra forma de exclusão social, a Mostra de Arte sem Barreiras propõe um redimensionamento da arte, que visa oferecer oportunidades para as pessoas com deficiência, de acordo com suas possibilidades e talentos desenvolvidos nas diferentes linguagens artísticas.
Acesso em 16/10/12

Quadros de Picasso e Monet são roubados de museu na Holanda

Sete quadros de grande valor, incluindo obras de Picasso, Matisse, Monet e Gauguin, foram roubadas do museu Kunsthal de Roterdã, oeste da Holanda, nesta terça-feira. A polícia divulgou as fotos dos quadros depois de consultar os proprietários. As obras são "O louco (cabeça de Arlequim)" de Pablo Picasso, "Leitora em branco e amarelo" de Henri Matisse, "A ponte de Waterloo" e "A ponte de Charing Cross", de Claude Monet, e "Mulher diante de uma janela aberta", de Paul Gauguin. Também foram roubados "Autorretrato", de Meyer de Haan, e "Mulher com os olhos fechados", de Lucian Freud.

"Iniciamos uma investigação e há especialistas no local", afirmou a porta-voz da polícia de Roterdã, Patricia Wessels. "Tentamos descobrir como tiveram acesso, que horas aconteceu e quem são os autores do roubo", completou.

A polícia, que negou que uma obra de Van Gogh tenha sido levada, disse que o roubo aconteceu durante a madrugada. Os agentes foram alertados pelo alarme, mas chegaram ao local quando os ladrões já haviam deixado o mudeu. "A polícia está interrogando as eventuais testemunhas e estuda as imagens do circuito de TV do museu. De acordo com os primeiros elementos, o roubo foi muito bem planejado", afirma um comunicado.

O Kunsthal exibe uma mostra de obras da Fundação Triton como parte da celebração de 20 anos, incluindo quadros de Picasso, Van Gogh, Marcel Duchamp e Piet Mondriaan.
ACESSO EM 16/10/12

Louvre e Palácio de Versalhes pesam contra imposto sobre arte



As principais galerias de arte de Paris e o Palácio de Versalhes tiveram peso contra uma tentativa impopular de incluir as obras de arte em um imposto sobre fortunas, queixando-se em uma carta ao governo que tal medida poderia tirar coleções históricas da França.
O jornal Libération publicou um trecho de uma carta que disse ter sido assinado pelos chefes do Louvre, Versailles, Musée d'Orsay, Centro Pompidou, entre outros, e enviada para a ministra da Cultura e o presidente François Hollande, dizendo que o imposto iria esmagar o mundo da arte.
"Há um risco de que a França irá contribuir para o desaparecimento das coleções históricas que foram passadas através das gerações", afirma a carta publicada no jornal, que foi escrita na sexta-feira e também tem a assinatura de vários prefeitos.
Porta-vozes das várias galerias de arte não puderam ser encontrados para comentar.
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, aparentemente deu fim à tentativa de incluir obras de arte avaliadas em mais de 50.000 euros (64.700 dólares) em ativos usados para calcular a fortuna de uma pessoa, afirmando que o governo socialista foi contra a inclusão.
"Obras não serão incluídas no cálculo do imposto sobre a fortuna. Essa é a posição do governo", disse ele à rádio Europe 1.
Mas o ministro do Orçamento, Jerome Cahuzac, advertiu que a proposta ainda não foi sepultada.
"Nós vamos ter uma conversa franca com o grupo socialista. É possível um governo ser derrotado por sua maioria parlamentar", afirmou ele à rádio France Inter.
Atualmente, apenas ativos como imóveis ou poupança contam para o imposto sobre fortunas. Ativos líquidos de mais de 1,3 milhão de euros são tributados em 0,25 por cento acima do imposto de renda, e a taxa dobra para 0,5 por cento para os ativos acima de 3 milhões de euros.
A ideia do parlamentar de esquerda Christian Eckert de incluir obras de arte ganhou o apoio do Comitê de Finanças da Câmara Baixa, provocando gritos de indignação no momento em que o mundo da arte de Paris se prepara para a abertura de sua mostra anual de arte, a FIAC.
A ministra da Cultura, Aurelie Filippetti, disse na semana passada que o governo se opôs à proposta de emenda ao orçamento de 2013.
Com uma longa tradição de apoio público às artes, a França tem poupado obras de arte do imposto sobre a riqueza desde que o ex-presidente François Mitterrand introduziu o imposto, em 1982.
Prefeitos incluindo Martine Aubry, de Lille, e Betrand Delanoe, de Paris, disseram que os colecionadores de arte foram vitais para incentivar a criação artística e preservar a riqueza artística da França, segundo o Libération.
O primeiro orçamento de Hollande já irritou os ricos pela imposição de um novo imposto de 75 por cento sobre a renda acima de 1 milhão de euros e ele teve de prometer uma isenção para os proprietários de pequenas empresas em um novo aumento de impostos sobre ganhos de capital, após um protesto online.
REUTERS

Acesso em 16/10/12