Ricardo Gruner, de Brasília
CRISTIANO SÉRGIO/DIVULGAÇÃO/JC
Exposição que retrata o antigo Egito chegará a Porto Alegre em julho, no BarraShoppingSul
As obras estão divididas em seis subtemas - Vida Cotidiana; Construção, guerra e navegação; Dinastias; Deuses e religião; Tutankhamón; e Morte e mumificação. Nestes recortes, o espectador encontra desde amuletos, colares e ferramentas de trabalho até múmias e sarcófagos. Elaborada em 2011, a coleção foi montada pela agência chilena Agosin Eventos - que adquiriu o material no mesmo ano, quando inauguraram a exposição em Santiago.
Na época, 100 mil pessoas pagaram para conferir os objetos em um período de quatro meses. “Todas as obras foram produzidas no Egito”, conta o empresário Gabriel Agosin. Segundo ele, as peças são réplicas autorizadas, e não cópias. “Foram feitas com os mesmos materiais e possuem os mesmos detalhes”.
Um exemplo é a reprodução da cabeça de Tutankhamón emergindo de uma flor de lótus, que representa o deus Nefertum. A original foi encontrada no corredor do túmulo do faraó e hoje se encontra no Museu do Cairo. “Tutankhamón não se tornou conhecido por seus feitos, mas porque sua câmara mortuária foi uma das poucas encontradas intactas”, avalia a curadora da mostra, Isabel Salas.
Desta mesma forma, uma múmia do faraó Ramsés também não é verdadeira - até porque é proibido, por lei, que múmias reais sejam utilizadas em exibições. Mesmo assim, a exposição dá grande espaço para a questão da morte: para os egípcios, o sobrenatural e o divino não existiam como conceitos separados da vida terrena, e a eternidade era ratificada por meio da mumificação.
O processo durava pelo menos 70 dias, período em que o falecido era preparado para o renascimento no submundo. Os órgãos eram retirados do corpo, que era desidratado e preenchido com serragem, conservantes e até textos sagrados. Só então o defunto terminava envolto por faixas de linho branco.
Segredos do Egito também apresenta a relação do povo com a morte através dos sarcófagos. Os símbolos, que decoravam as tumbas, apontavam como era a vida do egípcio na Terra e, em alguns casos, até indicavam instruções para o submundo, em uma espécie de receita do Livro dos Mortos. Na base do sarcófago de Nespamai, sacerdote contemporâneo à dinastia XXVI (664-525 a.C.), por exemplo, consta uma figura do deus Anúbis. Ele estaria à espera do defunto para guiá-lo a Osíris, deus associado à vida no além.
A devoção às divindades também tem destaque na exposição. São homenagens a Anúbis, Hórus, Amon e Thot as quatro esculturas que mais chamam atenção, pelo menos em tamanho. “Os egípcios pegavam as características dos animais e colocavam nos deuses”, lembra a curadora. Hórus, deus dos céus, por exemplo, é visto como um homem com cabeça de falcão.
Ainda integram a mostra maquetes de templos, pirâmides, escaravelhos, miniaturas de ferramentas agrícolas (base da economia da civilização egípcia) e uma reprodução do busto de Nefertiti, encontrado em Tell el-Amarna. Todos esses exemplares virão a Porto Alegre em contêineres gigantes carregados por três caminhões, com esponjas e refrigeração adequada. A mostra faz parte da estratégia da Multiplan de apresentar atrações culturais internacionais inéditas e gratuitas. A empresa investiu R$ 1,8 milhão no projeto.
Fonte: Jornal do Comércio
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