quarta-feira, 10 de julho de 2013

MEMÓRIA COLETIVA E REDES SOCIAIS
Hirã Soares Justo

As redes sociais desempenham, na atualidade, um importante papel como disseminadoras de ideias, de compartilhamento de informações e mesmo como formadora da opinião pública. É conhecido de muitos a influência que teve a Internet no Brasil e no mundo na luta por direitos humanos, na denúncia de situações de descaso do poder público em alguns setores, no repúdio aos políticos eleitoreiros que transformaram a política em sinônimo de sacanagem, etc.
Essas mesmas redes sociais, por seu caráter democrático, uma vez disponibilizado o acesso a Web, criam condições inovadoras de comunicação e pensamento. Esta nova mídia de massas acaba se interpondo aos meios de comunicação tradicionais, como o rádio, a televisão e os jornais, seja pela instantaneidade do acesso, o custo baixíssimo ou pela possibilidade das pessoas serem autoras de seus próprios conteúdos.
Todo esse movimento resulta de uma produção coletiva de novas e variadas formas de transmissão de conhecimentos, informações e valores. O que está diante de nós é uma realidade sobre a qual não sabemos, ao certo, com que velocidade e profundidade mudarão a forma como as pessoas se relacionaram  e o decurso de nossas vidas.
Uma nova forma disseminação e construção de uma memória coletiva também emergem neste cibercontexto cultural na medida em que se reproduzem e compartilham conteúdos. Cada foto, vídeos, link, notícia, desenho ou qualquer outro sinal sonoro ou imagético, postado em uma rede social, em princípio como uma mensagem dirigida para uma pessoa, ou um grupo determinado de pessoas, é reproduzida em número indeterminado de vezes. O que reflete, principalmente, o quanto aquele conteúdo está sintonizado com o pensamento e sentimentos das pessoas.

 Os pesquisadores e pessoas interessadas em entender a sociedade em que vivem devem dedicar especial atenção ao que se passa dentro das redes sociais, especialmente estudos que analisem profundamente cada aspecto desses pensamentos coletivos aparentemente tão contraditórios e tão característicos da pós-modernidade. 

Hirã Soares Justo -  é  presidente do Instituto de Pesquisa em Memória Social - IPMS e Mestre em Memória Social e Bens Culturais.

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