MEMÓRIA COLETIVA E REDES SOCIAIS
Hirã Soares Justo
As redes sociais desempenham, na atualidade, um importante papel como
disseminadoras de ideias, de compartilhamento de informações e mesmo como
formadora da opinião pública. É conhecido de muitos a influência que teve a
Internet no Brasil e no mundo na luta por direitos humanos, na denúncia de
situações de descaso do poder público em alguns setores, no repúdio aos
políticos eleitoreiros que transformaram a política em sinônimo de sacanagem,
etc.
Essas mesmas redes sociais, por seu caráter democrático, uma vez
disponibilizado o acesso a Web, criam condições inovadoras de comunicação e
pensamento. Esta nova mídia de massas acaba se interpondo aos meios de
comunicação tradicionais, como o rádio, a televisão e os jornais, seja pela
instantaneidade do acesso, o custo baixíssimo ou pela possibilidade das pessoas
serem autoras de seus próprios conteúdos.
Todo esse movimento resulta de uma produção coletiva de novas e variadas
formas de transmissão de conhecimentos, informações e valores. O que está
diante de nós é uma realidade sobre a qual não sabemos, ao certo, com que velocidade
e profundidade mudarão a forma como as pessoas se relacionaram e o decurso de nossas vidas.
Uma nova forma disseminação e construção de uma memória coletiva também
emergem neste cibercontexto cultural
na medida em que se reproduzem e compartilham conteúdos. Cada foto, vídeos,
link, notícia, desenho ou qualquer outro sinal sonoro ou imagético, postado em
uma rede social, em princípio como uma mensagem dirigida para uma pessoa, ou um
grupo determinado de pessoas, é reproduzida em número indeterminado de vezes. O
que reflete, principalmente, o quanto aquele conteúdo está sintonizado com o
pensamento e sentimentos das pessoas.
Os pesquisadores e pessoas
interessadas em entender a sociedade em que vivem devem dedicar especial
atenção ao que se passa dentro das redes sociais, especialmente estudos que
analisem profundamente cada aspecto desses pensamentos coletivos aparentemente
tão contraditórios e tão característicos da pós-modernidade.
Hirã Soares Justo - é presidente do Instituto de Pesquisa em Memória Social - IPMS e Mestre em Memória Social e Bens Culturais.
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