quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Branca de neve espanhola ganha Goyas




Adaptação a preto e branco do conto dos irmãos Grimm ganhou 10 prémios. Estreia em Portugal dia 7 de março.

"Blancanieves" converteu-se, no domingo, no filme mais premiado na cerimónia dos Goya, os galardões do cinema espanhol.



A versão flamenga do conto dos irmãos Grimm, realizada por Pablo Berger, confirmou os bons prognósticos e recebeu 10 das 18 estatuetas a que aspirava, incluindo o prémio de melhor filme e de melhor atriz para Maribel Verdú pelo seu papel da madrasta malvada.



"Às vezes as palavras não são necessárias para expressar as coisas", disse Verdú, que recebeu o segundo Goya da sua carreira em nove nomeações. "Eu nunca tinha tido um papel de má, e ganhei o gosto."



"Branca de Neve", de Paul Berger, é um filme mudo, rodado a preto-e-preto, que situa a história dos Irmãos Grimm na Espanha na Espanha de 1920, com uma Branca de Neve que é filha de um flamengo e apaixonada por touradas.



O filme trilhou o caminho do sucesso iniciado por "O Artista", que venceu cinco Óscares em 2012. "Blancanieves" foi aclamado pela crítica espanhola mas passou despercebido nos cinemas. Ainda assim foi o filme escolhido para representar a Espanha no processo de seleção dos candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro.



O filme valeu o primeiro prémio da carreira do diretor artístico Paco Goya, que está nomeado para o Oscar de guarda-roupa pelo seu trabalho em "Os Miseráveis".



Apesar do triunfo do filme o seu realizador, Pablo Berger, não recebeu nenhum Goya. Nesta categoria foi premiado Juan Antonio Bayona, o realizador de "O Impossivel". O drama sobre o tsunami que devastou o sudeste asiático ganhou cinco das 14 nomeações.



A gala da 27 ª edição do Goya ficou marcada por uma série de críticas à política do governo espanhol, representado na cerimónia pelo ministro da cultura.



Vários atores usaram o palco para censurar a governação de Mariano Rajoy, nestes tempos de crise económica e protestaram contra os cortes.



Enrique Macho Gonzalez, presidente da Academia de Cinema Espanhol, considerou que o aumento da taxa de IVA de 8 para 21% no preço dos bens culturais ameaça a sobrevivência do sector por falta de consumo.



"É inaceitável termos o maior IVA cultural na Europa", afirmou Gonzalez Macho. O governo justificou o aumento do IVA com a necessidade de aumentar a receita do Estado para combater o défice público.

por Tiago Alves
Imagem: 
Maribel Verdú, a madrasta de "Blancanieves", exibe o Goya de melhor atriz.



Fonte: RTP

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