Adaptação a preto e branco do conto dos irmãos Grimm ganhou
10 prémios. Estreia em Portugal dia 7 de março.
"Blancanieves" converteu-se, no domingo, no filme
mais premiado na cerimónia dos Goya, os galardões do cinema espanhol.
A versão flamenga do conto dos irmãos Grimm, realizada por
Pablo Berger, confirmou os bons prognósticos e recebeu 10 das 18 estatuetas a
que aspirava, incluindo o prémio de melhor filme e de melhor atriz para Maribel
Verdú pelo seu papel da madrasta malvada.
"Às vezes as palavras não são necessárias para
expressar as coisas", disse Verdú, que recebeu o segundo Goya da sua
carreira em nove nomeações. "Eu nunca tinha tido um papel de má, e ganhei
o gosto."
"Branca de Neve", de Paul Berger, é um filme
mudo, rodado a preto-e-preto, que situa a história dos Irmãos Grimm na Espanha
na Espanha de 1920, com uma Branca de Neve que é filha de um flamengo e
apaixonada por touradas.
O filme trilhou o caminho do sucesso iniciado por "O
Artista", que venceu cinco Óscares em 2012. "Blancanieves" foi
aclamado pela crítica espanhola mas passou despercebido nos cinemas. Ainda
assim foi o filme escolhido para representar a Espanha no processo de seleção
dos candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
O filme valeu o primeiro prémio da carreira do diretor
artístico Paco Goya, que está nomeado para o Oscar de guarda-roupa pelo seu
trabalho em "Os Miseráveis".
Apesar do triunfo do filme o seu realizador, Pablo Berger,
não recebeu nenhum Goya. Nesta categoria foi premiado Juan Antonio Bayona, o
realizador de "O Impossivel". O drama sobre o tsunami que devastou o
sudeste asiático ganhou cinco das 14 nomeações.
A gala da 27 ª edição do Goya ficou marcada por uma série
de críticas à política do governo espanhol, representado na cerimónia pelo
ministro da cultura.
Vários atores usaram o palco para censurar a governação de
Mariano Rajoy, nestes tempos de crise económica e protestaram contra os cortes.
Enrique Macho Gonzalez, presidente da Academia de Cinema
Espanhol, considerou que o aumento da taxa de IVA de 8 para 21% no preço dos
bens culturais ameaça a sobrevivência do sector por falta de consumo.
"É inaceitável termos o maior IVA cultural na
Europa", afirmou Gonzalez Macho. O governo justificou o aumento do IVA com
a necessidade de aumentar a receita do Estado para combater o défice público.
por Tiago Alves
Imagem:
Maribel Verdú, a madrasta de "Blancanieves",
exibe o Goya de melhor atriz.
Fonte: RTP
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