Tributo a Santo Antônio
Muitos têm-nos perguntado o porquê de
a iconografia de Santo Antônio estar presente em muitos de nossos trabalhos e
referências. Ouvimos questionamentos, inclusive, sobre nossos laços com a
Igreja Católica e especulações sobre o IPMS possuir algum vínculo religioso.
Cabe esclarecer que, mesmo nosso
instituto sendo composto por pesquisadores oriundos da academia, empregando uma
metodologia científica de pesquisa, trabalhamos com memória.
Memória é emoção. É imaginário, é sensibilidade,
são lembranças coletivas que cruzam a linha do tempo e interpenetram-se na
cultura de uma sociedade. Neste sentido, não existe ícone mais representativo
para nós do que Santo Antônio. Hoje aclamado pelo povo, ele nasceu em
Lisboa, em data incerta, apontada por alguns como sendo 15 de agosto entre os
anos 1191 e 1195. Teria pertencido à aristocracia portuguesa, descendendo de
Godofredo de Bulhões. Foi batizado com o nome de Fernando.
Cercado de um rico conjunto
de recordações coletivas que se fundam em nossa origem portuguesa,
mescla-se a ritos africanos (Santo Antônio é sincretizado na figura de Bará na
Umbanda), liga-se às festas populares do mês de junho e é uma marca da forte
ligação da opção da Igreja Católica pelos pobres.
Ele também não é uma figura
imaginária. Santo Antônio legou-nos documentos (sermões), foi membro da Ordem Franciscana a convite do próprio Francisco de Assis, foi canonizado pela igreja
um ano após sua morte e declarado o primeiro Doutor da Igreja Franciscana por
seu alto conhecimento. Santo Antônio foi um dos intelectuais mais capacitados e
conceituados de Portugal no século XI.
Finalmente, a data consagrada
à devoção popular e religiosa a Santo Antônio, o dia 13 de junho, coincide com
a fundação do IPMS, um fato que muito nos orgulha como pesquisadores de Memória
Social.
Hirã S. Justo
Presidente do Instituto de Pesquisa em Memória Social - IPMS
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