sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Notas do IPMS

Tributo a Santo Antônio

Muitos têm-nos perguntado o porquê de a iconografia de Santo Antônio estar presente em muitos de nossos trabalhos e referências. Ouvimos questionamentos, inclusive, sobre nossos laços com a Igreja Católica e especulações sobre o IPMS possuir algum vínculo religioso.
Cabe esclarecer que, mesmo nosso instituto sendo composto por pesquisadores oriundos da academia, empregando uma metodologia científica de pesquisa, trabalhamos com memória.
Memória é emoção. É imaginário, é sensibilidade, são lembranças coletivas que cruzam a linha do tempo e interpenetram-se na cultura de uma sociedade. Neste sentido, não existe ícone mais representativo para nós do que Santo Antônio. Hoje aclamado pelo povo, ele nasceu em Lisboa, em data incerta, apontada por alguns como sendo 15 de agosto entre os anos 1191 e 1195. Teria pertencido à aristocracia portuguesa, descendendo de Godofredo de Bulhões. Foi batizado com o nome de Fernando.
Cercado de um rico conjunto de recordações coletivas que se fundam em nossa origem portuguesa, mescla-se a ritos africanos (Santo Antônio é sincretizado na figura de Bará na Umbanda), liga-se às festas populares do mês de junho e é uma marca da forte ligação da opção da Igreja Católica pelos pobres.
Ele também não é uma figura imaginária. Santo Antônio legou-nos documentos (sermões), foi membro da Ordem Franciscana a convite do próprio Francisco de Assis, foi canonizado pela igreja um ano após sua morte e declarado o primeiro Doutor da Igreja Franciscana por seu alto conhecimento. Santo Antônio foi um dos intelectuais mais capacitados e conceituados de Portugal no século XI.
Finalmente, a data consagrada à devoção popular e religiosa a Santo Antônio, o dia 13 de junho, coincide com a fundação do IPMS, um fato que muito nos orgulha como pesquisadores de Memória Social.


Hirã S. Justo
Presidente do Instituto de Pesquisa em Memória Social - IPMS

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