Da Redação, com Panapress
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Irina Bokova, apelou às autoridades malianas e francesas para evitar expor a uma "destruição e/ou a uma deterioração" os bens culturais malianos.
Paris - A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Irina Bokova, apelou às autoridades malianas e francesas para evitar expor a uma "destruição e/ou a uma deterioração" os bens culturais malianos na atual campanha militar aérea francesa contra os rebeldes islamitas que ocupam várias cidades do norte do país.
"O património cultural do Mali é uma riqueza cuja proteção importa a toda a humanidade. Este património é o nosso bem comum e nada poderá justificar que se prejudique este tesouro. Ele é portador da identidade e dos valores de todo um povo", escreveu Irina Bokova numa carta enviada aos responsáveis malianos e franceses.
A diretora-geral da Unesco insistiu que "a intervenção militar atual deve permitir proteger as populações e garantir a segurança do património cultural maliano".
Em previsão às operações militares, a agência onusina já forneceu aos Estados-Maiores das Forças Armadas malianas e francesas os elementos topográficos relativos à localização dos sítios em causa, bem como folhetos individuais de informação para os soldados com vista a prevenir os danos do património cultural.
Por outro lado, sublinha a Unesco, estas informações foram partilhadas com as forças da Polícia e trabalhadores humanitários.
Desde sexta-feira última, França está engajada, na sequência de um pedido de ajuda do Presidente maliano, Dioncounda Traoré, em ataques aéreos para conter os rebeldes islamitas que avançavam na sua conquista para o sul do país e ameaçavam aproximar-se da capital maliana, Bamako.
O Mali possui quatro zonas inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO.
Há cerca de oito meses, o norte do Mali está sob o controlo dos islamitas de Ansar Dine e do Movimento para a Unidade e Djihad na África Ocidental (MUJAO), dois grupos filiados ao movimento terrorista Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI).
Estes grupos rebeldes islamitas destruíram, em finais de dezembro último, pelo menos três mausoléus situados em Tombouctou dos quais o dos gémeos Al Hassan e Al Housseyni.
Em julho último, os mesmos rebeldes islamitas destruíram sete dos 16 mausoléus da cidade, bem como a porta da mesquita de Sidi Yahia depois de devastar e incendiar, em maio passado, a sepultura do erudito Sidi Mahmoud Ben Amar, um dos santos sufistas mais venerados pelos habitantes de Tombouctou.
Fonte: África 21 Digital
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