sexta-feira, 31 de maio de 2013

Fotografia

Créditos: Felipe Biasus

Maitê Proença estrela e dirige espetáculo que está em Porto Alegre

“À Beira do Abismo Me Cresceram Asas” está em cartaz no Theatro São Pedro

Maitê Proença e Clarisse Derzié Luz estão em ´À Beira do Abismo me Cresceram Asas´<br /><b>Crédito: </b> Renata Dillon / Divulgação / CP
Maitê Proença e Clarisse Derzié Luz estão em ´À Beira do Abismo me Cresceram Asas´ 
Crédito: Renata Dillon / Divulgação / CP
Maitê Proença está à frente de “À Beira do Abismo Me Cresceram Asas”, espetáculo que chega a Porto Alegre neste final de semana, abrindo a programação de 155 anos do Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n), neste sábado, às 21h e domingo, às 18h. A atriz é autora do projeto; assina a direção, ao lado de Clarice Niskier, e sobe ao palco junto com Clarisse Derzié Luz, sob a supervisão de Amir Haddad.

Elas são duas octogenárias na comédia dramática com texto baseado em pesquisa de Fernando Duarte, que percorreu asilos pelo Brasil, colhendo depoimentos da terceira idade. Uma leva o cotidiano com otimismo, sem nostalgia, embora carregue um segredo. Sua companheira de longa data tem um temperamento carrancudo, ainda que bem resolvido. Conscientes de que não possuem tempo a perder, ambas aprenderam a simplificar a vida. “Quem viveu tanto como elas pode falar de qualquer assunto com autoridade e sem a cerimônia que se tem aos 50 anos. Não há aquele verniz todo por cima. A esta altura da vida, não é preciso tirar tantas camadas para chegar à pessoa de verdade”, diz Maitê.

Já a Vai Cia. de Teatro promove “Lapso”, um minifestival de performances que consistem em 13 intervenções realizadas em 13 horas. A ação começa às 19h desta sexta-feira, dentro de um apartamento, com alguns convidados, e termina no sábado, às 7h45min, sendo transmitida ao vivo pela Internet, através do site da companhia.

Elas integram o projeto “Sincronário, o Dia Fora do Tempo” e relacionam tempo com os quatro tabus: materialismo, sexo, falsas doutrinas e medo. Participam os atores Cauãn Feversani (20h); Willian Ansolin (20h30min); Vinicius Meneguzzi (21h); Di Nardi e Maurício Casiraghi (22h15min); Sarcáustico (23h30min); Andrew Tassinari (00h45min); Raísa Torterola (1h30min); Marina Mendo (3h); Patrícia Soso (4h); Mickey (4h45min); Sofia Ferreira (5h45min); Carina Sehn (6h30min); e Francisco Gick (7h45min).

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Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Exposição mostra 188 imagens do Vale do Taquari e Serra Gaúcha

Município de Muçum comemora 54 anos no dia 31 de maio

Exposição fotográfica Tributo a Muçum será inaugurada nesta sexta-feira. Clique para ver mais fotos 
Crédito: Juremir Versetti/Especial CP
Com um total de 188 imagens do Vale do Taquari e da Serra gaúcha, a exposição fotográfica Tributo a Muçum, que será inaugurada nesta sexta-feira, é apontada como uma das que mais reúne fotos individuais no mundo. A obra ficará exposta até 15 de junho.

As fotos são de autoria do fotógrafo Juremir Versetti, colaborador do Correio do Povo. Natural de Muçum, Versetti escolheu o aniversário da cidade como palco de sua segunda exposição, tendo por local a comunidade onde nasceu e morou.

Os fatos clicados envolvem cenas do cotidiano, pontos turísticos, momentos esportivos, eventos culturais e religiosos, pessoas e cenas da natureza dos mais diversos locais da região, o que serviu para despertar grande interesse entre a comunidade.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Artista apresenta proposta de memorial para vítimas da Boate Kiss

Espaço com três andares ocuparia área da casa noturna em Santa Maria

Artista apresenta proposta de memorial para vítimas da Boate Kiss<br /><b>Crédito: </b> Divulgação CP
Artista apresenta proposta de memorial para vítimas da Boate Kiss 
Crédito: Divulgação CP
Um memorial proposto pelo artista Mauro Pozzobonelli será apresentado, nesta sexta-feira, para os intregrantes da Associação de Familiares de Vitimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). A ideia da associação é que o espaço onde foi construída a Boate Kiss dê lugar à homenagem. 

Em um primeiro momento, o presidente da AVTSM Adherbal Ferreira aprovou a iniciativa. Pozzobonelli é natural da cidade de São Vicente do Sul  e residiu em Santa Maria. Hoje, trabalha na Flórida, Estados Unidos. 

O projeto tem forma de concha e foi planejado para ter três andares. Contaria com um jardim, uma cascata, um anjo e um espaço com os nomes das 242 pessoas que morreram por conta do incêndio no dia 27 de janeiro. O prefeito, Cezar Schirmer, também apoiou a iniciativa. 

A tragédia

O incêndio na boate Kiss – que fica na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro. O público participava de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A tragédia deixou 242 pessoas mortas.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.


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Fonte: Renato Oliveira/Correio do Povo

"R$ 50 é pouco, mas não é pouco" diz Marta Suplicy sobre Vale Cultura

“As pessoas vão poder ter acesso a uma coisa de qualidade, a que antes não podiam ter. Elas têm fome, têm vontade de conhecimento”. Com essas e outras palavras, a ministra da Cultura Marta Suplicy apresentou ontem, 23, em Fortaleza, detalhes sobre como vai funcionar o Vale Cultura (VC), principal projeto da pasta, que vem sendo anunciado e aguardado desde o governo Lula.
A visita à capital cearense faz parte de uma série de viagens que a ministra têm feito aos estados para apresentar o programa e sensibilizar as empresas a aderirem à proposta. Por aqui, a agenda começou com café da manhã na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), quando o VC foi apresentado para empresários, gestores e produtores culturais. Em seguida, após almoço com o governador Cid Gomes e o prefeito Roberto Cláudio no Palácio da Abolição, Marta Suplicy seguiu para a Câmara, onde expôs o projeto, a convite do vereador Guilherme Sampaio (PT).
Sancionado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012, o projeto consiste em benefício de R$ 50 mensais dados, via cartão magnético, aos trabalhadores com carteira assinada. Desse valor, R$ 45 será pago pelas empresas, que terão isenção fiscal para cobrir esse valor. Os outros R$ 5 sairão do bolso do próprio trabalhador. O valor é exclusivo para consumo de bens culturais, como livros, shows, espetáculos de teatro ou instrumentos musicais.
Entre os pontos do projeto ainda indefinidos, Marta Suplicy citou a confecção dos cartões e o credenciamento das empresas responsáveis pela operação do benefício. “Até julho, a presidente assina o decreto. Enquanto isso, as operadoras estão a toda cadastrando os estabelecimentos”, comentou ela, que espera ter o VC em funcionamento a partir de agosto.
Quanto ao valor do benefício, Marta afirmou que “é pouco, mas não é pouco. Como você pode acumular, não fica tão pouco”. E acrescentou que o projeto pode atingir até 42 milhões de trabalhadores, injetando R$ 25 bilhões da cadeia produtiva. Nos municípios menores, com menor oferta de Cultura, ela espera isso traga incremento à produção.
Quando o assunto são os bens que poderão ser adquiridos com o benefício (jogos eletrônicos e TV a cabo foram excluídos), Marta deixa a escolha para os trabalhadores. “Não vamos interferir na utilização. O ministério não vai ser censor. Queremos que as pessoas experimentem coisas novas”.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Elaborado ainda no governo Lula, o Vale Cultura é o principal projeto apresentado pelo Minc. Trata-se de um benefício de R$ 50 dados, prioritariamente, aos trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.
Frases
“Essa iniciativa de começar pelo público é interessante. Às vezes, o projeto tem uma cara bonita, mas precisamos ver como isso viaja na cadeia”
Marta Aurélia, cantora e atriz

“O Vale Cultura vai atingir uma parcela, mas os pequenos espaços não vão ter acesso a isso. De novo, o pequeno vai ficar de fora”
Silvia Moura, coreógrafa
Fonte: O POVO online

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Thiago Lacerda estrela "Hamlet" em Porto Alegre

Peça de Shakespeare fica em cartaz até domingo

Thiago Lacerda estrela Hamlet em Porto Alegre <br /><b>Crédito: </b> João Caldas / Divulgação CP
Thiago Lacerda estrela Hamlet em Porto Alegre 
Crédito: João Caldas / Divulgação CP
Quando foi convidado pra atuar em "Hamlet" pelo anglo-brasileiro Ron Daniels, um dos diretores associados da Royal Shakespeare Company, em Nova Iorque, Thiago Lacerda já estava desligado de "Calígula" (2010), outro personagem tão emblemático quanto o clássico da dramaturgia universal, na experiência que considerou "uma pré-temporada existencial" para o papel. Com mais 14 atores, o ator sobe ao palco do Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n), na peça com ingressos esgotados em todas as sessões: de hoje a sábado, às 21h, e domingo, às 18h, incluindo a extra de sábado, às 17h. 

No projeto "Encontros Vivo EnCena, Lacerda estará com o pesquisador em gestão cultural Expedito Araújo, na conversa informal com estudantes de teatro e público, sobre sua trajetória, falando do desafio deste primeiro Shakespeare, justamente como protagonista. O evento ocorrerá neste domingo, 15h, no local, com entrada franca (distribuição de senhas 30 minutos antes do início do bate-papo).

A única preocupação do roteiro, traduzido por Ron e Marcos Daud, foi comunicar a história da forma mais objetiva e direta possível. "No primeiro encontro com o elenco, o diretor disse que faríamos um texto como se fosse escrito por um brasileiro, que fala muito bem inglês, na semana passada", diz Lacerda sobre a atualidade da trama. 

Com 2h45min de duração, a narrativa trata da sede de poder, a partir do que ocorre no reino da Dinamarca, quando o rei é assassinado pelo próprio irmão, casando-se com a viúva. Seu fantasma ronda o castelo e exige do filho, Hamlet, vingança pela traição. Confuso, revoltado e obcecado, o rapaz, autor da frase "ser ou não ser, eis a questão" promete pôr fim ao reinado indevido. Segundo o ator, trata-se de uma grande metáfora da natureza humana, "com a corrupção ética, moral e estética, a degradação do indivíduo, que se propaga com o tempo".

Satisfeito por trabalhar com o diretor, com 50 anos de carreira, conhecedor da obra do bardo e que já montou seis versões de "Hamlet", Lacerda pretende dar sequência às montagens de Shakespeare no Brasil, planejando trazer Ron novamente em 2015. E talvez fazer uma temporada mais sólida, não apenas de um fim de semana em cada capital, ciente de que Porto Alegre comportaria ao menos mais três sessões.

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Fonte: Vera Pinto / Correio do Povo

Evento sobre cultura digital tem início hoje em Porto Alegre

Conexões Globais oferece série de atividades gratuitas na Casa de Cultura

Show gratuito de Jorge Mautner integra série de atividades do evento<br /><b>Crédito: </b> CP Memória
Show gratuito de Jorge Mautner integra série de atividades do evento 
Crédito: CP Memória
A segunda edição do evento Conexões Globais começa nesta quinta-feira e segue até sábado na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. A programação – com entrada franca – oferece uma série de conferências, oficinas e atividades sobre cultura digital, democracia no século XXI, tecnologia, educação, direito à comunicação, liberdade na Internet e novas formas de mobilização. 

Participam grandes pensadores e ativistas da cultura digital de diversos países, como Ronaldo Lemos (criador do site Overmundo), Natália Viana (fundadora da Agência Pública de Jornalismo) e Isadora Faber (criadora do blog Diário de Classe). Todas as conferências serão transmitidas ao vivo via Web e com interação através das redes sociais.

O primeiro debate sobre o tema "Cibercultura e Ética hacker" está marcado para esta quinta-feira, às 14h, e será seguido pelo show musical de Bella Stone, às 15h30min. Às 16h, começará o encontro "Democracia 2.0", seguido do show do grupo pernambucano Maracatu Truvão, às 17h30min. "Conhecimento livre na rede" é a última temática do dia, às 18h. A quinta-feira encerra com show gratuito de Jorge Mautner cantando músicas de sua carreira, a partir das 19h30min. 

Nesta sexta, os debates recomeçam às 14h, com o tema "Internet como direito humano"; e "Movimentos sociais na Era da Internet", às 18h. O show de Frank Jorge irá encerrar o segundo dia de atividades. No sábado, o debate das 14h contará com a presença do governador do Estado, Tarso Genro. Às 16h, haverá a palestra "Comunicação e poder na Era da Internet". Entre os destaques culturais do último dia estão o show de Tonho Crocco, às 17h30min, e do Bloco da Laje, às 19h30min.

O Cineclube oferecerá curtas e longas sobre temas como cultura livre, software livre, remix, sampling, direitos autorais, produção cultural e games. Todos os filmes exibidos estarão disponíveis para quem quiser levar uma cópia para casa, basta ter um pendrive. Também irão participar do Conexões Peter Sunde (fundador do The Pirate Bay), Javier Toret (ciberativista, articulador do movimento 15M na Espanha), Gustavo Anitelli (integrante do movimento MPB - Música para Baixar), Franklin Martins (jornalista político) e Antônio Martins (fundador do Le Monde Diplomatique Brasil).  

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Fonte: Correio do Povo

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Charles Aznavour se apresenta hoje em Porto Alegre

Francês canta sucessos a partir das 21h no Araújo Vianna

Aznavour se apresenta hoje no Araújo Vianna<br /><b>Crédito: </b> Opus Promoções / Divulgação / CP
Aznavour se apresenta hoje no Araújo Vianna 
Crédito: Opus Promoções / Divulgação / CP
O cantor francês Charles Aznavour comemora o aniversário de 89 anos em show nesta quarta-feira, às 21h, no Araújo Vianna, em Porto Alegre, cantando sua coletânea de sucessos que incluem “La Bohême”, “Que C'est Triste Venise”, “La Mamma” e “She”. A abertura do espetáculo é do músico gaúcho Eduardo Ferreira (voz e violão) mostrando composições próprias. 

Aznavour, eleito o “Artista do Século” em pesquisa da revista Time e da rede de televisão CNN, tem mais de mil composições em cinco idiomas; incluindo 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão - e já vendeu mais de 200 milhões de discos. Francês de origem armênia, em 2009, foi indicado como embaixador da Armênia na Suíça.

Também atuou em mais de 60 filmes, sendo o último “Ararat”, em 2002, no qual interpretou Edward Saroyan, um cineasta. Com quase 80 anos de carreira (ele começou a atuar aos 9 anos de idade), e, com exceção do breve período durante a Segunda Guerra Mundial, em que, para sobreviver, ele vendeu jornais nas ruas de Paris (e desenvolveu a famosa rouquidão), nunca ficou fora dos palcos. Com sua primeira música, “J'ai Bu”, venceu uma série de prêmios, mas o estrelato chegou quando Edith Piaf o ouviu cantar e o incluiu como convidado em uma de suas turnês.

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Fonte: Correio do Povo

terça-feira, 21 de maio de 2013

Fotografia

Créditos: Felipe Biasus

Moscou tem sua mais concorrida Noite dos Museus

A Noite dos Museus 2013, evento realizado pela sétima vez em Moscou, recebeu mais de um 1,3 milhão de pessoas durante o último final de semana, segundo anúncio feito na segunda-feira, 20, pelo Departamento de Cultura da capital russa. Esta edição contou com quase 300 mil visitantes a mais que no ano passado. Pessoas com menos de 35 anos de idade constituíram mais de 75% do público total. 
O evento acontece no mundo todo desde 1977, por ocasião do Dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de maio. Desta vez, em toda a Europa mais de três mil instituições ficaram abertas durante a noite. Em Paris foram 173; em Moscou, 246.


O Museu de Belas-Artes Pushkin, de Moscou, recebeu um grande público na Noite dos Museus

Na programação, a entrada para os museus da capital russa foi gratuita. Os centros artísticos, além de suas exposições tradicionais, oferecem projetos especiais, como palestras e master classes, além de concertos de música clássica e jazz, shows e outras atividades.
Muitos parques também ficam abertos, como o Zoológico de Moscou. O metrô da cidade prepara o seu programa cultural para a noite. Mesmo missões diplomáticas participam do frenesi que agita o evento. Na Noite dos Museus de 2010, por exemplo, mais de 20 embaixadas, incluindo as de França, Islândia, Bélgica e Grécia, entre outras, ficaram abertas ao público.
Linhas de ônibus especiais são organizadas para levar os madrugadores aos museus, parques e outros centros abertos durante a noite, nesta que é certamente uma das mais interessantes do ano para se estar na capital russa.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

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Créditos: Felipe Biasus

Casa do Poeta Riograndense deve ganhar nova sede

Entidade está há oito anos sem conseguir utilizar o espaço localizado no viaduto Otávio Rocha

Casa do Poeta não consegue utilizar o espaço localizado no viaduto Otávio Rocha<br /><b>Crédito: </b> Vinicius Roratto
Casa do Poeta não consegue utilizar o espaço localizado no viaduto Otávio Rocha 
Crédito: Vinicius Roratto
Com quase 50 anos de atuação na preservação e promoção literária e cultural do Rio Grande do Sul, a Casa do Poeta Riograndense deverá ganhar em breve uma nova sede. Há oito anos sem condições de utilizar o espaço localizado no viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, a expectativa da direção da entidade é conseguir reunir no novo local todo o acervo cultural recolhido ao longo das últimas décadas. 

Parte do material permanece na sala do viaduto e outra foi levada a um escritório particular. Segundo o vice-presidente da Casa do Poeta Riograndense, Jorge Peixoto, após uma visita na semana passada, o secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Dr. Humberto Goulart, anunciou a recuperação da loja onde fica a atual sede, no viaduto, e se comprometeu a auxiliar na identificação de outro lugar para a Casa do Poeta. 

A previsão é de que uma reunião nesta semana dê andamento ao debate. “Era impossível permanecer naquele local. Primeiro foram os problemas de segurança, com constantes arrombamentos e assaltos. Depois, o espaço ficou insalubre, como os transtornos provocados pelas infiltrações”, explicou Peixoto. 

Atualmente, as reuniões periódicas dos associados ocorrem em um escritório particular. “Queremos um espaço que possa funcionar durante todo o dia, de fácil acesso e que possamos promover diversas atividades culturais, como estudos literários e pesquisas”, disse. Segundo ele, com as limitações atuais, a população fica sem este espaço cultural fundado em 1964. De acordo com Peixoto, a expectativa é que a nova sede também funcione no Centro da cidade. A Casa do Poeta reúne também artistas plásticos e escritores. 


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Fonte: Mauren Xavier / Correio do Povo

Fotografia

Créditos: Felipe Biasus

sexta-feira, 17 de maio de 2013

World Press Photo: o mito da verdade fotográfica

Pedro Xavier Mendonça
Um fotógrafo vencedor do prémio World Press Photo,  Paul Hansen, com a fotografia de um funeral de crianças palestinianas mortas num ataque israelita à Faixa de Gaza, é acusado de ter manipulado a imagem com que venceu. Sendo um prémio de fotojornalismo, valoriza-se o acontecimento espontâneo, num certo sentido mais "real", o que torna herética qualquer edição, por mais artística que possa ser. Portanto, o fotógrafo é apontado como um ser-de-pecado.
A transgressão sucede em relação à "verdade", com a qual a fotografia tem decerto uma interação ambígua. Por um lado, capta uma "realidade" mais do que qualquer outra técnica anterior ao seu aparecimento, como era o caso da pintura, por mais realista que fosse. Por outro, esta força de credibilidade, sendo apta à manipulação, tem um poder enorme de ludibriar, porque o recetor tende a acreditar mais facilmente numa fotografia do que numa pintura. Com a digitalização e os programas de edição, como o Photoshop, esta possibilidade aumentou muito.
Mas a "verdade" não é menos ambígua do que a fotografia. Eventualmente, há uma contaminação mútua, na medida em que a imagem fotográfica ocupa um espaço histórico em íntima relação com o verosímil. Isto é, as pessoas gostam da fotografia também porque ela é mais realista do que a pintura. Contudo, na História da Filosofia a "verdade" não é um conceito unívoco. Aliás, mesmo no "real", a "verdade" não se exerce sempre da mesma maneira. Basta voltar a pensar a fotografia de Paul Hansen.
Imaginemos que, de facto, a fotografia não foi manipulada, como reforçou a organização. Como seria? Seria mesmo não manipulada? Haveria um ponto neutro a partir do qual pudéssemos aceder àquilo, ao "real" fotografado? Há jornalismo sem edição? Há "real" sem edição? Na hipótese da sua não manipulação, reparemos nestes aspetos: Paul Hansen teve eventualmente que correr um pouco para se colocar de frente para os participantes no funeral, o que poderá ter obrigado os mesmos a moverem-se mais devagar, logo a não irem à sua velocidade "real"; o enquadramento da câmara fotográfica focou um aspeto do fenómeno, mas deixou as suas margens por revelar, o que não permitiu mostrar a totalidade do "real"; a cor que a fotografia emite também não é a mesma que a da perceção direta do "real"; as pessoas fotografadas não são seres imóveis, o seu movimento é bem mais "real"; o facto de se sentirem observadas pela câmara afasta-as da sua postura "real"; e, por fim, o modo como a fotografia foi exibida nos media não é certamente o "real", pois este tende a desaparecer no tempo, fixando-se apenas na memória, e de forma precária.
Por isso, o "real" fotográfico é sempre uma construção. Se houve manipulação, o pobre do Paul Hansen só quis construir um pouco mais, o que não quer dizer que a sua fotografia se torne menos verosímil por isso. Ninguém pode negar que aquela imagem representa uma realidade naquela parte do planeta. Possivelmente, é até mais "real" do que a espontaneidade.
Autor e blogue
Pedro Xavier Mendonça, investigador académico em estudos sociais de tecnologia e de comunicação, procura com este espaço trazer reflexões das pesquisas sobre tecnologia e sociedade. Porque a tecnologia é uma realidade social e tem implicações humanas, pretende-se pensá-la a partir destas duas vertentes. O objetivo é estimular o pensamento sobre este fenómeno evitando os quadros mentais que o fecham no mundo da técnica. pedroxaviermendonca@gmail.com

Fonte: Expresso XL

Programação especial marca fim da Semana dos Museus

Thalita Lima
A 11ª Semana de Museus, realizada desde segunda-feira com ampla programação, chega aos seus três últimos dias com atrações diversificadas. O auge é o Dia Internacional dos Museus, comemorado neste sábado, 18.
Dentre as ações, destaca-se a 3ª Feira de Museus da Bahia, que acontece hoje, das 9 às 17 horas. Realizada na Praça Municipal desde a primeira edição, o evento inclui, dessa vez, a instalação de um atelier de restauro, um espaço expositivo e um espaço educativo, destinado a atividades  para o público infantojuvenil.

Já no Palacete das Artes, das 14 às 18 horas, o fim de semana é marcado pelo projeto Trocando Palavras,  que consiste na permuta de livros entre os  frequentadores do local.

"As pessoas já veem o museu com outros olhos, inclusive por causa da abertura para trabalhar com diversas linguagens", diz Ana Liberato, representante da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac).

Relacionando-se com essa desmistificação do espaço apenas como um reduto de coisas velhas, o encerramento da semana inclui a música, no espetáculo Ver e Ouvir, apresentado no sábado e domingo, às 15h30 e 17h30, no Museu de Arte da Bahia.

A apresentação conta com violino, piano e marionetes, dialogando com a exposição  Brinquedos que moram nos sonhos - O brinquedo popular brasileiro, que segue até este domingo no MAB.

Tema - A memória guardada nos museus, somada à criatividade empregada para resgatá-la, resultando num impacto social. Assim se explica o tema da 11ª Semana Nacional de Museus no Brasil, Museu (Memória + Criatividade) = Mudança Social, como uma equação.
Sob a coordenação do  Instituto Brasileiro de Museus (Ibram /MinC), uma grade de eventos extensa e variada marcou a semana em todo o País, com  ações  educativas, exposições, apresentações musicais, feiras de troca de livros e outras atividades. 
Programação completa no site: www.dimusbahia.wordpress.com
Fonte: A Tarde

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fotografia

Créditos: Felipe Biasus

Mudar a cultura com diálogo e transparência

Sebastão Melo
Porto Alegre curtiu seu primeiro carro em 1906, “um De Dion Bouton, importado da França naquele ano por Januário Grecco, um próspero comerciante de alimentos”. Hoje temos um carro para cada dois moradores, numa população de quase 1 milhão e meio de pessoas. Essa opção pelo automóvel e a correspondente infraestrutura necessária para assegurar a circulação não impediu que Porto Alegre chegasse ao século XXI como a cidade mais arborizada do Brasil, onde cada habitante tem direito a 17m2 de área verde, além de mais de um milhão e quatrocentas mil árvores plantadas em vias públicas.

Esses dados evidenciam que duas culturas convivem simultaneamente em nossa cidade, na maioria das vezes entre aqueles que cultuam o carro e a natureza ao mesmo tempo. É esta complexidade sociocultural que precisamos entender para construir os consensos necessários à solução para o impasse que envolve a conclusão da duplicação da avenida Beira-Rio. Diante disso, o que seria de nossa cidade, hoje, sem as obras realizadas por governos municipais anteriores? Perimetrais, viadutos, Túnel da Conceição? Não por acaso, na história do Orçamento Participativo, a obra mais demandada sempre foi a pavimentação de ruas.

Há várias maneiras de enfrentar esta cultura e redesenhar nossa cidade, aproveitando o litígio da obra em questão. Uma delas é decretar o fim do automóvel. Poderíamos, por exemplo, contrapor à constante baixa do IPI, imposta pelo governo federal, a proibição da circulação de carros novos em Porto Alegre. Seria um absurdo legal, mas dialogaria com a sensação de possibilidades infinitas de alguns grupos. Outra é, primeiro, cumprir a lei e compensar as árvores que precisarão ser removidas. Como já anunciamos, plantaremos mais de 2.400 árvores e construiremos o Parque do Gasômetro. Em segundo lugar, diversificando os modais de transporte coletivo e individual, como estamos fazendo com a implantação do sistema de ônibus rápido, os BRTs, das ciclovias e ciclofaixas, do transporte hidroviário, do futuro metrô, criando alternativas de boa qualidade, que tenham poder de cocriar com a população uma nova cultura de mobilidade urbana, que valorize a saúde das pessoas e da cidade.

Por último, com a disposição ao diálogo e à transparência, atitudes que têm caracterizado nosso projeto político recém-reeleito para um terceiro mandato. Foi assim na aprovação da duplicação da avenida Beira-Rio e outras obras pelo conselho do orçamento participativo e no permanente diálogo que mantemos com os novos coletivos urbanos que atuam de forma colaborativa. Sabemos que é o caminho mais difícil, mas tem sido assim que a cidade vem realizando seus sonhos e renovando sua democracia. E é assim que se constrói uma nova cultura.

Vice-prefeito de Porto Alegre
Fonte:  Jornal do Comércio

Entrevista com o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli

Por Wilame Prado
No início deste ano, o historiador e educador de Maringá Marcos Cordiolli, 49 anos, assumiu a presidência da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) com a missão de coordenar a política cultural da capital paranaense na gestão do prefeito Gustavo Fruet. Na bagagem, o maringaense, que se mudou para Curitiba em 1979, leva a experiência como produtor de cinema, assessor da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e da Agência Nacional do Cinema.
Via e-mail, ele concedeu uma longa entrevista comentando, dentre vários outros assuntos, sobre a descentralização dos projetos culturais curitibanos e que poderá estimular a vinda de mais espetáculos da capital para Maringá, e vice-versa.
Cordiolli também contou sobre as memórias afetivas que nutre pela sua cidade natal, onde hoje vivem toda sua família, de pais à filha. Hip Hop, cinema, Vale-Cultura e características aconselháveis para se gerir pastas culturais também foram temas abordados na entrevista. Para ele, que reafirma a todo momento a importância do setor cultural para a comunidade, “ser secretário de Cultura é assumir as responsabilidades como um dos artífices da alma da cidade.”
 
Durante exposição no Palladium Shopping Center, em Curitiba, Marcos Cordiolli segura caneca personalizada do artista plástico Rogério Dias
Leio que mora em Curitiba desde 1979, mas nasceu em Maringá. Qual sua relação com a cidade e o que ficou guardado em sua memória dos tempos em que morou aqui, principalmente.
MARCOS CORDIOLLI – Maringá é a minha referência afetiva. A minha família continua morando na cidade: meu pai, minha mãe, meus cinco irmãos, cunhados e sobrinhos. Além de dezenas de tios e primos. E, por estas coincidências da vida, a minha filha, que nasceu em Curitiba, também mudou para Maringá junto com a mãe.
Estudei nos colégios Santo Inácio, Gastão Vidigal e Osvaldo Cruz, instituições importantes na minha formação cultural. Frequentava assiduamente a biblioteca pública municipal. No Colégio Santo Inácio, fui muito estimulado à leitura pela Mirian Ramalho e ao conhecimento da história pela Marta Ramalho. Duas professoras de referência na minha vida.
No Gastão Vidigal fui aluno do mestre Galdino Andrade, que descortinou para mim o mundo maravilhoso da literatura. Até hoje guardo com carinho uma obra de sua autoria, o “Poeira Vermelha”, bela coletânea de contos ambientados à época da colonização.
No que consistirá, ou já está consistindo, esse aprimoramento dos mecanismos de fomento cultural e a criação de instrumentos para dar mais visibilidade às produções locais fora de Curitiba, que o senhor disse ser uma das metas na gestão?
Curitiba produz excelentes obras culturais em todos os segmentos. No entanto, estas obras não conseguem obter a circulação merecida. Tanto na cidade como fora dela. Atuamos, na perspectiva da economia da cultura, em duas linhas, ampliação do público e dos locais de exibição de espetáculos e venda de produtos culturais em Curitiba; e complementarmente estimularemos a circulação de obras curitibanas em outras cidades.
Nesta perspectiva reestruturaremos os nossos mecanismos de fomento fortalecendo o estimulo à circulação da produção cultural. Combinado a essas mudanças criaremos instrumentos para financiar a circulação de obras culturais em outras cidades do Brasil e do exterior; Instituiremos mecanismos de fomento plurianual para grupos culturais de pesquisa e produções de longo prazo. Também estudamos a formatação de um fundo de investimentos com recursos retornáveis para investir em projetos de maior viabilidade comercial.
Além disso, adotamos ações de estímulo, como o conveniamento com cidades brasileiras e do exterior que forneçam apoio logístico e de mídia para os artistas curitibanos.
Com a meta de estimular a ida de espetáculos curitibanos para além da capital, isso significa dizer que há chances de esses espetáculos virem inclusive para Maringá?
Sim. Maringá e outras cidades do Paraná estão em nossos planos, tanto de enviar como receber espetáculos. Temos sempre a preocupação de atuação em mão dupla. As cidades que abrem espaço para os nossos espetáculos podem enviar as suas produções para Curitiba, onde serão muito bem recebidas. Já estamos trabalhando em protocolos de cooperação com diversas cidades, algumas delas do exterior.
O senhor reconhece tantos bons eventos culturais consagrados em Curitiba, como o Festival de Teatro e o Lupaluna, mas diz ser importante descentralizar a programação cultural. Segundo alguns produtores culturais daqui da cidade, também seria preciso haver uma maior descentralização dos projetos culturais em Maringá. Com o conhecimento que tem da cidade, o senhor concorda com isso?
Não conheço adequadamente os circuitos culturais de Maringá para emitir uma opinião. Mas toda cidade precisa desenvolver ações para três campos culturais básicos: a formação, a produção e a circulação de obras dos artistas locais estabelecidos, como uma dimensão da economia da cultura que precisam de apoio para criação, espaços de exibição e reconhecimento social; a atração de espetáculos e artistas de outras localidades, pois a convivência cultural garante o aprimoramento e a renovação da produção local; e o reconhecimento e fortalecimento do que denominamos de cultura viva: os artistas e fazedores de cultura espalhados pela cidade, que geralmente são invisibilizados pelos mecanismos de fomento cultural e desconhecidos da população.
Um levantamento sumário realizado em Curitiba, há cinco anos, indicou a existência de 3.500 agentes culturais na cidade. No entanto, estimamos que o número atual de agentes da culturais do campo da cultura viva possa ser até três vezes superior. A cultura viva é um universo a ser desvelado e reconhecido urgentemente.
Também deve ser desafio de qualquer política pública de cultura propiciar eventos culturais nos diversos espaços da cidade, ampliando a democratização do acesso aos bens culturais e promovendo a cidadania cultural. Para isto, é preciso ações permanentes e estruturantes com focos descentralizados, mas articulados com toda a cidade.
Outra dimensão deste processo é o reconhecimento de toda a diversidade cultural apoiando a cultura de migrantes, de afrodescendentes, de ciganos, de indígenas, da população LGBT, da juventude e da terceira idade.
A promoção da cidadania cultural nas comunidades das grandes cidades é uma ação estratégica de recomposição do tecido social destroçado pelo modelo urbano e midiático contemporâneo. O estímulo da produção e circulação cultural nas comunidades estimula o religamento dos laços sociais e a promoção das relações sociais necessárias para que as pessoas possam construir formas de convívio comunitário. As comunidades que dispõem destes laços sociais conseguem identificar e reduzir a violência contra crianças, idosos e mulheres; combater a pedofilia; inibir a ação do narcotráfico e dispor de mais condições para recompor os ambientes familiares. As comunidades organizadas podem estabelecer um novo modelo de democracia participativa e estimular o controle social sobre as politicas públicas de saúde, educação, proteção social e segurança.
Portanto, descentralização e desconcentração das ações culturais devem orientar as políticas públicas culturais contemporâneas como uma dimensão da cidadania cultural e como uma estratégia para recompor as bases de convívio social.
A ideia do senhor, de viabilizar um cineclube para cada escola estadual de Curitiba, parece ser muito boa. Está esperançoso de que vai dar certo?
Sim. Esta é uma das minhas grandes esperanças. Os cineclubes têm características peculiares e são eixos estratégicos de toda gestão cultural, pois podem ser a base da estruturação das redes culturais colaborativas da juventude. Constituídos como grupos auto organizados, os cineclubes são a porta de entrada para a formação de diversos outros movimentos culturais de música, teatro, dança, audiovisual, leitura e literatura. Além disso, estimulam a produção e a expansão da cultura digital.
Os cineclubes possibilitam todas estas situações pois reúnem pessoas para a fruição cultural combinada aos debates e às experimentações estéticas. Os investimentos são relativamente pequenos, basta um bom acervo de filmes e a combinação de diversas atividades de estímulo.
Em Maringá, assim como em Curitiba, principalmente em bairros e cidades da região metropolitana, há também uma cena interessante do Hip Hop. Por que é tão difícil para as secretarias culturais traçar um diálogo maior com essas manifestações culturais?
O Hip Hop é talvez o segmento mais visível da cultura viva. Eles têm uma força maior pelas características de militância associada a este movimento cultural. Em Curitiba, estamos avançando na relação do Hip Hop, como também estamos abrindo interlocução com o heavy metal, o punk, a arte urbana e outros. Todas as tribos precisam ter direito à cidadania cultural. Estes movimentos possuem características muito peculiares que requerem ações compartilhadas e instrumentos flexíveis de políticas públicas. A gestão pública ainda tem dificuldade para respeitar e reconhecer as necessidades destes segmentos. Em alguns governos conservadores, a situação é ainda mais complexa, pois são tratados até com preconceito.
Qual a sua relação com a fundação antes de assumir o cargo e, na opinião do senhor, o que levou o prefeito Gustavo Fruet a indicar seu nome para a presidência?
Eu atuei com produção executiva de cinema de longa-metragem aqui em Curitiba. Depois atuei na assessoria técnica no Congresso Nacional acompanhando a tramitação de diversos projetos fundamentais, como os do Pró-cultura, do Vale-Cultura, do Plano Nacional de Cultura, do Sistema Nacional de Cultura e a PEC que determina dotações orçamentárias mínimas para cultura em todos os entes da Federação.
Depois, trabalhei na Ancine, Agência Nacional do Cinema, que é uma das maiores agências públicas de fomento cultural da Ibero-América.
Esta experiência com políticas culturais deve ter influenciado o prefeito na escolha do meu nome para presidir a Fundação Cultural de Curitiba.
O senhor afirmou, em entrevista recente, que o próprio prefeito Fruet é um ávido consumidor da cultura local. Considera isso importante para que as coisas aconteçam na pasta ou na fundação?
Um prefeito que é consumidor da cultura local faz a diferença quanto à compreensão da natureza das políticas públicas de Cultura. O prefeito de Curitiba, por conhecer a cena local, tem apoiado irrestritamente nossas ações. O secretariado também tem compreensão muito apurada do modelo de política cultural que estamos desenvolvendo. Eu tenho dito que sou um secretário de cultura privilegiado pelos apoios que disponho no governo municipal.
Digo isso porque, pelo menos em Maringá, o secretario de Cultura, Jovi Barboza, e a diretora de Cultura e presidente do Conselho Cultural, Edith Dias, são pouco conhecidos dos artistas e, conforme seus currículos, nunca atuaram na linha de frente da cultura local. Considera isso um problema ou, como o próprio secretário daqui afirmou, “toda indicação é política” e a experiência dele como gestor pode ser suficiente para o cargo?
Esta é uma pergunta difícil de responder, pois cada situação é peculiar, e, como disse, desconheço o cenário cultural em Maringá. No entanto, assumi recentemente a presidência do Fórum dos Secretários e Dirigentes de Cultura das Capitais, que reúne cidades com mais de meio milhão de habitantes. Nossa intenção é constituir uma entidade forte, que congregue os secretários municipais de todos os municípios brasileiros. Fiquei muito honrado com a missão de liderar este processo.
Assim, acredito que, embora o perfil do secretário municipal tenha importância, é necessário a disposição de construir instrumentos republicanos de gestão, como o reconhecimento e estímulo a circuitos culturais diversificados, a instituição de instrumentos flexíveis de fomento cultural, a consolidação de um quadro de servidores qualificado, a disponibilidade de recursos públicos e funcionamento regular e efetivo mecanismo de controle social, como conselhos e conferências de cultura e audiências e consultas públicas.
Além disso, é preciso que todos os setores da sociedade – como empresários, associações, imprensa – reconheçam a cultura como política pública, assumindo obrigações com o setor que não podem ficar restritas a artistas e produtores culturais.
Vamos falar um pouco de cinema, área que o senhor gosta. Conte como foram os trabalhos na produção de “O Sal da Terra” e “Curitiba Zero Grau”.
Os dois filmes permitiram adquirir grande experiência profissional, pois foram produções muito complexas. Quase todas as sequências foram filmadas fora de estúdios e a maioria delas em estradas e ruas. Para isso, foi preciso um intenso trabalho de planejamento, logística apurada e equipe qualificada. Os filmes também adotaram estratégias de financiamento e circulação inovadoras. Os resultados de qualidade de produto e estética foram excelentes. Os dois filmes foram reconhecidos em premiações importantes no Brasil e no exterior.
Tem algo na gaveta?
Como produtor executivo, normalmente desenvolvo projetos de outras pessoas. Tenho diversos projetos em mente, alguns em parceria, para depois que deixar o governo. No momento, estou participando da formatação de um programa de TV com minha namorada, que é atriz. Um projeto muito interessante e que já está bastante adiantado.
Como avalia a produção de cinema em Curitiba e no Estado?
Curitiba tem uma produção cinematográfica de alta qualidade e em expansão. Está em processo de renovação com uma nova geração, liderada pelo Aly Muritiba, que já conquista reconhecimento crescente no mercado e na crítica. Na Fundação Cultural, estamos atuando no foco da Economia da Cultura para fortalecer toda a cadeia produtiva com a formação e qualificação de técnicos, fomento à formação de especialistas e produtos em diversas áreas e o fortalecimento da Film Comission para apoiar a produção audiovisual na cidade.
Na área de fomento, apoiamos a realização de filmes de curta-metragem e de filmes digitais e estamos incluindo o estimulo à produção de roteiros, de formatos de programas de televisão e o desenvolvimento de projetos. Curitiba caminha a passos largos para se tornar um dos mais importantes polos de produção audiovisual no Brasil.
Quando se assumem cargos de gestão fica difícil produzir cultura?
Fica sim. A FCC tem mais de 500 ações diferentes. Cerca de 100 equipamentos culturais espalhados por mais de 50 pontos da cidade. Centenas de servidores. E orçamento anual superior a 50 milhões de reais. Administra dois fundos de milhões de reais, um de renúncia fiscal e outro de fomento direto. Realiza mais de uma dezena de eventos culturais por dia. Além disso, também acumulo as funções de presidente do Fórum dos Secretários e Dirigentes de Cultura das Capitais e de membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais. Além de uma série de outras funções no governo e na sociedade.
Também não abro mão da minha vida pessoal. Frequento diversas atividades culturais. Sou pai de uma garota de 16 anos, a Paula, e tenho um namoro consolidado com a Isadora (Ribeiro), que também tem duas filhas, Maria e Valentine, às quais dedico atenção e afeto. Assim, o tempo é bastante restrito.
Como falei, estou desenvolvendo um projeto de programa de televisão. Realizo com alguma regularidade conferências sobre educação e políticas culturais. Estou publicando crônicas com alguma regularidade e pretendo voltar a escrever sobre cinema. Recebi convites para publicar um volume com textos sobre cinema e para escrever um livro sobre o Plano Nacional de Educação. Não é tanto quanto gostaria, mas é o possível.
Mas ser secretário de cultura é um privilégio. A gestão da política cultural é intervenção na alma da cidade (no sentido junguiano do termo). É articular a produção artística, com a ebulição intelectual, com as mediações da comunicação, convergindo desejos, angústias, sonhos e frustrações. Isto é mais importante quando as cidades perderam as suas ágoras, seus pontos de referência identitárias e loccus de pertencimento. Trabalho muito para que Curitiba volte a recompor o seu sentimento de pertencimento, recontextualize os seus ícones de identidade e volte a ter uma ágora simbólica no centro da cidade. Por isso, estou empenhado em recuperar o Passeio Público, o parque mais central da cidade, como espaço de sociabilidade de todos os curitibanos, sem distinções. E vamos convergir para o Memorial da Cidade, no centro histórico, os grandes debates estéticos e intelectuais. O objetivo é que este dois componham um trio com a Boca Maldita, na Rua XV, um tradicional espaço de efervescência política. Ser secretário de Cultura é assumir as responsabilidades como um dos artífices da alma da cidade.
O que pensa sobre o setor cultural do Estado de modo geral?
Os governos estaduais de maneira geral têm limitações sérias. No Paraná, esta situação é agravada por um antigo modelo que concentrou a grande maioria do equipamentos na capital. Mas creio que, com a nova lei estadual de fomento à cultura, este cenário possa mudar gradualmente.
E de Maringá?
Maringá tem potenciais culturais imensos. Como uma cidade de migrantes, é um caldeirão social que produziu um patrimônio cultural, embora recente, de riquezas e diversidade de alta qualidade. A cidade deveria valorizar e demostrar orgulho dessa característica.
Também é uma cidade que dispõe de empresas fortes, que poderiam fomentar mais intensamente a produção local. Tem bons espaços culturais e uma Lei muito interessante de apoio aos museus.
Conheço alguns projetos de alta qualidade de maringaenses. A cidade tem tudo para acontecer no cenário cultural, basta desenvolver políticas sérias, participativas e estruturantes.
O que pensa sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Instituto Memória e Vida (IMV), na figura do Edson Pereira e do Marcelos Seixas? Eles sempre falam muito bem do senhor, principalmente dos trabalhos desenvolvidos na Ancine.
Os dois são muito competentes, criativos e têm grande disposição para o trabalho. Compreenderam o potencial de Maringá e resolveram investir na promoção de projetos culturais. A cidade tem sorte de tê-los e deveria reconhecer esta sorte, apoiando-os intensamente. O Captart é uma experiência exitosa e já é referência nacional. Estamos conversando com os dois para nos ajudar a montar um mecanismo similar em Curitiba. Também estamos discutindo a possibilidade de Curitiba aderir ao Museu da Família, outro projeto de grande importância e que deverá, também, ser referência nacional e internacional. E como maringaense, gostaria muito de ver o Museu da Agricultura funcionando.
Leio em seu currículo que o senhor teve também uma grande atuação na área da Educação. Em sua opinião, de que forma é possível ganhar pontos culturais investindo na Educação de uma cidade? Acha que é válida a unção das pastas ou pelo menos diálogo frequente?
Cultura e educação, em particular nos governos municipais, precisam caminhar juntas, embora resguardando as suas respectivas autonomias. Aqui em Curitiba, temos uma situação ideal de articulação entre estas duas secretarias.
A ação cultural nas escolas é uma de nossas linhas principais de atuação. Inclusive estou estruturando toda uma área específica para tratar das ações articuladas entre cultura e educação.
Estamos ampliando a oferta de cultura na escola direcionando diversos eventos e apoiando a ampliação da jornada escolar. Mas temos alertado que há uma diferença entre as obras de arte utilizadas com função didática e as ações culturais para livre fruição. Os espetáculos de teatro, dança, música e cinema, e as ações de leitura, em museus e outros centros culturais, devem ser de livre fruição, sem obrigações ou avaliações.
Estamos ofertando o EduCultura, um programa que visa disponibilizar espetáculo e obras culturais para os professores, pois entendemos que a formação cultural dos estudantes corresponde à proporção desta mesma formação nos professores.
Todos os nossos equipamentos – salas de exibição, museus, o conservatório de música – assim como a Camerata, os coros e as orquestras, terão atividades direcionadas para o público escolar, tanto nas categorias didáticas como de livre fruição.
Na comissão cultural do Congresso Nacional, trabalhou com Ana Hollanda, né? Aprecia o trabalho que vem sendo desenvolvido por Marta Suplicy?
Quando trabalhei no Congresso Nacional, o ministro era o Juca Ferreira. O período que trabalhei na Ancine coincidiu com a gestão da Ana de Hollanda. Aprecio muito o trabalho da Marta Suplicy no Ministério da Cultura. Quando foi prefeita de São Paulo mostrou grande sensibilidade e apreço pela cultura é também uma gestora muito competente. Responde de forma eficiente e rápida às demandas do Ministério.
A Marta demonstrou muito apreço por nosso trabalho e nossos projetos para Curitiba e tem se mostrado uma importante parceira, tanto na FCC como no Fórum dos Secretários e Dirigentes de Cultura das Capitais.
O senhor ajudou na criação do Vale-Cultura, que deverá virar realidade no meio deste ano. O que pensa sobre este projeto?
O Vale-Cultura é um mecanismo fundamental. Enquanto nossos programas de fomento estimulam a produção, o Vale Cultura vai estimular o consumo cultural, a outra ponta do processo.
Em Curitiba estamos trabalhando bastante para que os produtores e artistas da cidade possam usufruir destes recursos. Já estamos estruturando um guia de oferta para circular entre os usuários do programa e preparando os produtores culturais para usufruir da melhor e maior maneira possível.
Alguns criticam o Vale-Cultura porque não contemplará alguns gostos como por games e TV a cabo. Mas, isso é cultura, em sua avaliação?
O Vale-Cultura é um mecanismo novo. Acho bom que ele comece atendendo um rol menor de produtos e serviços, para que possa ser testado e para verificar e compreender o comportamento dos usuários. Num futuro breve, poderá ser reavaliado e poderá incluir outros segmentos de consumo cultural.
Acha que a Lei Rouanet precisa melhorar ou com a criação do Pro-Cultura as questões envolvendo captação via isenção fiscal para apoiar a cultura já estão bem acertadas?
Acredito que precisamos de diversos tipos de financiamento ao fomento cultural. A renúncia fiscal, regulado pela Lei Rouanet e pela Lei do Audiovisual no âmbito do governo federal, e por diversas leis estaduais e municipais, é uma peculiaridade das políticas culturais no Brasil. São mecanismos que precisam de ajustes regulatórios mais flexíveis e que os aproximem dos focos das políticas públicas, em particular nos municípios.
O segundo tipo são os fundos de fomento direto, que financiam a cultura disponibilizando diretamente verba dos orçamentos governamentais. O modelo do Fundo Municipal de Cultura de Curitiba é um dos melhores, pois dispõe de recursos para dezenas de linhas de ação cultural, disponibilizados através de editais regulares. Os modelos do PAR, PAQ e os editais de coprodução internacional mantidos pela Agência Nacional do Cinema, a Ancine, são também modelos eficientes de fundo de fomento direto.
O terceiro tipo é o do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), mantido também pela Ancine, um fundo retornável, que transforma o governo numa espécie de sócio dos produtores de cinema.
Eu também defendo um novo modelo de regulação dos recursos da cultura flexibilizando os formatos de fomento e financiamento para os agentes da cultura viva. É preciso aprimorar os modelos atuais de editais que dificultam e até inviabilizam a realização de eventos com artistas populares. Penso numa forma de fomento direto, com supervisão, semelhante aos modelos de bolsas de pesquisa e pós-graduação da Capes e do CNPq.
Acredito que é necessário, também, a criação de uma instituição financeira específica para gerenciar os recursos da cultura. Uma financiadora que administre os contratos e investimentos dos recursos culturais aprovados por todos os órgãos e instituições vinculadas ao Ministério da Cultura.
Acha que é por meio da Lei Rouanet que definitivamente pode haver mais apoio cultural partindo da iniciativa privada ou há também outras alternativas de parcerias entre o público e o privado?
Eu creio em três modelos de fomentos. O primeiro é o fomento direto, com recurso do tesouro, que possa financiar tanto obras autorais, experimentais e de iniciantes, centrado na formação e renovação estética. Ele é também para estimular a autonomia crescente dos produtores e artistas, para que consigam a auto sustentação financeira pelo trabalho cultural. Por outro lado, os governos municipais devem ofertar espaços de exibição e mecanismo de circulação e apoiar o consumo cultural.
Defendo enfaticamente que o fomento cultural é para o estímulo à criatividade do artista e que devemos superar o preconceito que o artista não pode ganhar dinheiro com um produto cultural financiado com recursos públicos. O produto cultural é uma propriedade do artista que deve dispor dele para gerar trabalho e renda. Os artistas e os produtores devem, no entanto, oferecer contrapartidas à sociedade e disponibilizar os produtos criados como recursos educacionais abertos.
O segundo modelo é o mecanismo de renúncia fiscal, em que os apoios à arte são retirados de impostos e tributos devidos pelos empresários fomentadores. Acho que este mecanismo é importante em alguns setores, que podem ampliar os recursos públicos disponibilizados via renúncia fiscal com contrapartidas efetivas dos fomentadores. E insisto que o foco deles deve estar articulados às políticas culturais vigentes, em particular, nos municípios.
O terceiro modelo é o estímulo a outras formas de investimentos provenientes da inciativa privada, ampliando a participação destes recursos na produção cultural brasileira, sem intermediação dos governos.
O senhor também disse considerar o hábito da leitura ainda pouco difundido em Curitiba. Pensa em algo para melhorar essa questão, que certamente não é só da capital?
O hábito de leitura é pouco difundido em todo o Brasil. Temos pelo menos quatro grandes obstáculos para superar esta situação. O primeiro é que, até recentemente, as políticas de incentivo à leitura nas escolas não eram eficientes. O segundo é o preço do livro, ainda alto em relação ao poder aquisitivo da população. O terceiro corresponde ao fato de que as bibliotecas são em número insuficiente e, de forma geral, mal localizadas, dificultando o acesso dos potenciais leitores ao livros. O quarto é que as bibliotecas ainda são muito burocratizadas, exigindo cadastros, determinando o tempo de empréstimo dos livros e, em alguns casos, constrangem os leitores, publicando listas daqueles que estão em atraso.
Em Curitiba, estamos ampliando o acesso aos livros com as Estações da Leitura, que são pequenas bibliotecas em terminais de ônibus e outros pontos. Também temos as Casas de Leitura, que promovem, por ano, milhares de rodas de leituras em diversos pontos da cidade, um dos programas mais eficientes de estímulo à leitura em curso no Brasil.
Mas o grande impulso para a mudança desta situação, e que está mudando os hábitos de leitura, são as Tubotecas. Trata-se de uma ideia simples e de baixo custo, mas de alta eficiência. Colocamos livros de literatura em estantes nas estações tubo de ônibus: à altura dos olhos, ao alcance das mãos e sem nenhuma burocracia. A pessoa pode ler enquanto espera o ônibus. Se preferir, continua lendo no transporte e até em casa. Pode devolver quando quiser em qualquer uma das estações vinculadas ao projeto.
A procura pelos livros foi muito superior ao projetado e o retorno dos leitores é extraordinário. E o melhor: além de estimularmos pessoas que nunca tinham lido um único livro, que não têm poder aquisitivo, que não frequentam bibliotecas, ganhamos diversos agentes de leitura, com os novos leitores estimulando pessoas do seu convívio à leitura. Diversos dos livros retirados são repassados para outros leitores por estímulo daqueles que o leram.
Chega a ser emocionante a mobilização dos doadores de livros que fazem coletas entre amigos, em escolas e locais de trabalho. A Tuboteca poderá virar um ícone da cidade baseada na educação e no voluntariado.
Curitiba já está lendo mais. Esta é uma ótima notícia, pois a pessoa que lê mais está aberta a frequentar outras linguagens artísticas, como espetáculos musicais e cênicos, exibição de filmes, exposições de diversos tipos e proteger o patrimônio cultural .
Em Curitiba, qual a função da Fundação Cultural, já que também há uma secretaria de Cultura?
Em Curitiba, o presidente da Fundação Cultural tem o status de Secretário Municipal. O regime jurídico da fundação facilita a execução de projetos com maior flexibilidade na gestão de equipamentos, pessoal e recursos.
Acha que Maringá necessita de uma fundação cultural?
Como disse, não conheço o modelo de gestão de Maringá, mas via de regra a criação de uma fundação cultural pode facilitar a execução de projetos com maior flexibilidade. Mas é importante manter a autonomia da gestão da cultura, pois este é um requisito do Sistema Nacional de Cultura e uma necessidade política. Também é importante blindar o orçamento da cultura para que não tenha utilização em eventos religiosos, festas cívicas etc. Atividades constantemente atribuídas a cultura e que, de fato, não o são.
Por fim, se neste momento estivesse conversando com o secretário de Cultura de Maringá, quais conselhos o atual presidente da FCC daria a ele para que seja possível na cidade uma melhora no setor?
Conheci o Jovi Barboza rapidamente num evento em Curitiba. Eu não teria conselho para ele. Mas gostaria muito de encontrá-lo para trocarmos experiências e discutirmos algumas parcerias.
*Parte desta entrevista foi publicada na edição impressa desta quinta-feira (16), no D+, do Diário de Maringá
Fonte: O Diário