Sebastão Melo
Porto Alegre curtiu seu primeiro carro em 1906, “um De Dion Bouton, importado da França naquele ano por Januário Grecco, um próspero comerciante de alimentos”. Hoje temos um carro para cada dois moradores, numa população de quase 1 milhão e meio de pessoas. Essa opção pelo automóvel e a correspondente infraestrutura necessária para assegurar a circulação não impediu que Porto Alegre chegasse ao século XXI como a cidade mais arborizada do Brasil, onde cada habitante tem direito a 17m2 de área verde, além de mais de um milhão e quatrocentas mil árvores plantadas em vias públicas.
Esses dados evidenciam que duas culturas convivem simultaneamente em nossa cidade, na maioria das vezes entre aqueles que cultuam o carro e a natureza ao mesmo tempo. É esta complexidade sociocultural que precisamos entender para construir os consensos necessários à solução para o impasse que envolve a conclusão da duplicação da avenida Beira-Rio. Diante disso, o que seria de nossa cidade, hoje, sem as obras realizadas por governos municipais anteriores? Perimetrais, viadutos, Túnel da Conceição? Não por acaso, na história do Orçamento Participativo, a obra mais demandada sempre foi a pavimentação de ruas.
Há várias maneiras de enfrentar esta cultura e redesenhar nossa cidade, aproveitando o litígio da obra em questão. Uma delas é decretar o fim do automóvel. Poderíamos, por exemplo, contrapor à constante baixa do IPI, imposta pelo governo federal, a proibição da circulação de carros novos em Porto Alegre. Seria um absurdo legal, mas dialogaria com a sensação de possibilidades infinitas de alguns grupos. Outra é, primeiro, cumprir a lei e compensar as árvores que precisarão ser removidas. Como já anunciamos, plantaremos mais de 2.400 árvores e construiremos o Parque do Gasômetro. Em segundo lugar, diversificando os modais de transporte coletivo e individual, como estamos fazendo com a implantação do sistema de ônibus rápido, os BRTs, das ciclovias e ciclofaixas, do transporte hidroviário, do futuro metrô, criando alternativas de boa qualidade, que tenham poder de cocriar com a população uma nova cultura de mobilidade urbana, que valorize a saúde das pessoas e da cidade.
Por último, com a disposição ao diálogo e à transparência, atitudes que têm caracterizado nosso projeto político recém-reeleito para um terceiro mandato. Foi assim na aprovação da duplicação da avenida Beira-Rio e outras obras pelo conselho do orçamento participativo e no permanente diálogo que mantemos com os novos coletivos urbanos que atuam de forma colaborativa. Sabemos que é o caminho mais difícil, mas tem sido assim que a cidade vem realizando seus sonhos e renovando sua democracia. E é assim que se constrói uma nova cultura.
Vice-prefeito de Porto Alegre
Fonte: Jornal do Comércio
Esses dados evidenciam que duas culturas convivem simultaneamente em nossa cidade, na maioria das vezes entre aqueles que cultuam o carro e a natureza ao mesmo tempo. É esta complexidade sociocultural que precisamos entender para construir os consensos necessários à solução para o impasse que envolve a conclusão da duplicação da avenida Beira-Rio. Diante disso, o que seria de nossa cidade, hoje, sem as obras realizadas por governos municipais anteriores? Perimetrais, viadutos, Túnel da Conceição? Não por acaso, na história do Orçamento Participativo, a obra mais demandada sempre foi a pavimentação de ruas.
Há várias maneiras de enfrentar esta cultura e redesenhar nossa cidade, aproveitando o litígio da obra em questão. Uma delas é decretar o fim do automóvel. Poderíamos, por exemplo, contrapor à constante baixa do IPI, imposta pelo governo federal, a proibição da circulação de carros novos em Porto Alegre. Seria um absurdo legal, mas dialogaria com a sensação de possibilidades infinitas de alguns grupos. Outra é, primeiro, cumprir a lei e compensar as árvores que precisarão ser removidas. Como já anunciamos, plantaremos mais de 2.400 árvores e construiremos o Parque do Gasômetro. Em segundo lugar, diversificando os modais de transporte coletivo e individual, como estamos fazendo com a implantação do sistema de ônibus rápido, os BRTs, das ciclovias e ciclofaixas, do transporte hidroviário, do futuro metrô, criando alternativas de boa qualidade, que tenham poder de cocriar com a população uma nova cultura de mobilidade urbana, que valorize a saúde das pessoas e da cidade.
Por último, com a disposição ao diálogo e à transparência, atitudes que têm caracterizado nosso projeto político recém-reeleito para um terceiro mandato. Foi assim na aprovação da duplicação da avenida Beira-Rio e outras obras pelo conselho do orçamento participativo e no permanente diálogo que mantemos com os novos coletivos urbanos que atuam de forma colaborativa. Sabemos que é o caminho mais difícil, mas tem sido assim que a cidade vem realizando seus sonhos e renovando sua democracia. E é assim que se constrói uma nova cultura.
Vice-prefeito de Porto Alegre
Fonte: Jornal do Comércio
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