sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Moscou recebe exposição de arte biológica



A arte biológica ou biotecnológica revela o interesse de artistas por biotecnologias inovadoras em que o material para obras de arte são organismos vivos, tecidos e células Foto: Press Photo



Pinturas desaparecendo diante de nossos olhos, uma barata controlando um robô e fezes de pombo transformadas em detergente são algumas das obras de arte de artistas russos e estrangeiros na interseção entre ciência e arte a serem apresentadas na exposição eCONSCIOUSNESS em Moscou.
A arte biológica ou biotecnológica revela o interesse de artistas por biotecnologias inovadoras em que o material para obras de arte são organismos vivos, tecidos e células Foto: Press Photo
Entre os dias 18 e 22 de setembro, Moscou sedia a exposição de arte ambiental eCONSCIOUSNESS, na Casa Central dos Artistas. O evento, que integra o programa Science Art da Universidade Lomonossov de Moscou, tem a ideia de não só atrair a atenção da sociedade para os problemas ambientais e promover a consciência ambiental da população através da arte, mas também elaborar novas formas de interação de organismos vivos entre si e com o meio ambiente.
A arte biológica ou biotecnológica revela o interesse de artistas por biotecnologias inovadoras em que o material para obras de arte são organismos vivos, tecidos e células. Algumas das instalações expostas oferecem soluções específicas, baseadas em conquistas da ciência moderna para os problemas ambientais.
Na obra "Golden Dove" (Pombo de Ouro), os artistas Revital Cohen e Tours van Balen, em colaboração com o bioquímico James Chappellen, criaram bactérias capazes de alterar o metabolismo dos pombos e transformar suas fezes em detergente.
Já na instalação interativa do artista americano Garnet Hertz "O Robô Móvel Controlado por Barata", o sistema é controlado por uma barata gigante de Madagascar colocada em cima de uma bola de pingue-pongue.
Por fim, em suas pinturas vivas, a artista portuguesa Marta de Menezes usa bactérias para branquear a solução colorida utilizada na pintura. Em Moscou, a pintora apresenta uma reprodução de uma obra de Piet Mondrian executada com essa técnica. Entre seus planos está o de reproduzir o “Quadrado Negro”, de Kazimir Malevitch.
Será que o ser humano pode intervir de forma tão radical no processo de criação de formas de vida? Ou tais recursos são apenas mais um benefício de uma sociedade moderna?
A problemática dos limites éticos e estéticos da arte vai dominar a pauta de uma conferência científica sobre os aspectos estéticos e éticos do uso das tecnologias de biologia sintética na arte contemporânea. O evento reunirá filósofos, críticos de arte, representantes das ciências naturais e artistas que usam tecnologias de biologia sintética em suas obras. Além disso, haverá também palestras, mesas redondas, aulas master, assim como encontros com curadores, artistas e cientistas. 
A exposição eCONSCIOUSNESS é a terceira do gênero no âmbito do projeto internacional Science Art implementado pela Casa Central dos Artistas e pela Universidade Lomonossov de Moscou. O evento é coorganizado pelo Centro de Desenvolvimento via Inovação de Moscou. 
Camilla Shin, Gazeta Russa

Fonte: Gazeta Russa 

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