POR CONSTANÇA REZENDE
Rio - O tombamento do casarão onde teria nascido o escritor Machado de Assis, na Ladeira do Livramento, Centro, poderá ser determinado por lei municipal.
O projeto nº 54/2013, apresentado na Câmara Municipal pela vereadora Laura Carneiro (PTB) e publicado segunda-feira no Diário Oficial, ressalta o valor histórico e cultural do imóvel e pede que o Poder Executivo providencie sua inscrição no Livro de Tombos dos Bens Culturais do Rio em no máximo 15 dias após a aprovação da lei.
Conforme O DIA publicou com exclusividade, o casarão onde Machado teria vivido até os seis anos, segundo documentos encontrados na Biblioteca Nacional pelo professor de História Milton Teixeira, não é tombado porque a prefeitura alega não ter documentos oficias que comprovem o fato.
Escritor teria morado até os seis anos em casa que está abandonada | Foto: Paulo Alvadia / AgênciaO Dia
Para Laura, o prefeito Eduardo Paes “não terá coragem de vetar o projeto”, caso ele seja aprovado na Câmara. “ Ele com certeza já leu Machado e sabe da importância deste patrimônio. Pelo contrário, ele pode até agilizar o processo, publicando um decreto”, afirma.
A escritora Lya Luft ressaltou que qualquer coisa relacionada a Machado de Assis deve ser preservada pelas autoridades públicas.
“Não tem cabimento um patrimônio como este ficar abandonado. Entendo que o país tem problemas graves, mas a cultura não deve ficar de lado”, disse.
A escritora Thalita Rebouças também disse que fica muito triste com o abandono do símbolo da história de um dos seus principais inspiradores. Já para o escritor Felipe Pena, antes da preservar o patrimônio, as autoridades devem pensar na situação das famílias que hoje moram lá.
Falta de restauração traz insegurança
A diretora de cultura do Instituto de Arquitetos do Brasil, Cêça Guimaraens, alerta que, além do descaso com o patrimônio, a prefeitura comete erro com a segurança das pessoas ao não recuperar o imóvel onde seis famílias moram.
“Algo pode cair no lugar, que pode ser restaurado com testemunhos e fotos”. Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, Maria Clara Martins, a prefeitura não pode priorizar novos empreendimentos e relegar patrimônios históricos.
Fonte: O Dia
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