A
arte biológica ou biotecnológica revela o interesse de artistas por
biotecnologias inovadoras em que o material para obras de arte são
organismos vivos, tecidos e células Foto: Press Photo
Pinturas desaparecendo diante de
nossos olhos, uma barata controlando um robô e fezes de pombo transformadas em
detergente são algumas das obras de arte de artistas russos e estrangeiros na
interseção entre ciência e arte a serem apresentadas na exposição eCONSCIOUSNESS
em Moscou.
A arte biológica ou biotecnológica
revela o interesse de artistas por biotecnologias inovadoras em que o material
para obras de arte são organismos vivos, tecidos e células Foto: Press Photo
Entre os dias 18 e 22 de setembro,
Moscou sedia a exposição de arte ambiental eCONSCIOUSNESS, na Casa Central dos
Artistas. O evento, que integra o programa Science Art da Universidade
Lomonossov de Moscou, tem a ideia de não só atrair a atenção da sociedade para
os problemas ambientais e promover a consciência ambiental da população através
da arte, mas também elaborar novas formas de interação de organismos vivos
entre si e com o meio ambiente.
A arte biológica ou biotecnológica
revela o interesse de artistas por biotecnologias inovadoras em que o material
para obras de arte são organismos vivos, tecidos e células. Algumas das
instalações expostas oferecem soluções específicas, baseadas em conquistas da
ciência moderna para os problemas ambientais.
Na obra "Golden Dove" (Pombo
de Ouro), os artistas Revital Cohen e Tours van Balen, em colaboração com o
bioquímico James Chappellen, criaram bactérias capazes de alterar o metabolismo
dos pombos e transformar suas fezes em detergente.
Já na instalação interativa do artista
americano Garnet Hertz "O Robô Móvel Controlado por Barata", o
sistema é controlado por uma barata gigante de Madagascar colocada em cima de
uma bola de pingue-pongue.
Por fim, em suas pinturas vivas, a
artista portuguesa Marta de Menezes usa bactérias para branquear a solução
colorida utilizada na pintura. Em Moscou, a pintora apresenta uma reprodução de
uma obra de Piet Mondrian executada com essa técnica. Entre seus planos está o
de reproduzir o “Quadrado Negro”, de Kazimir Malevitch.
Será que o ser humano pode intervir de
forma tão radical no processo de criação de formas de vida? Ou tais recursos
são apenas mais um benefício de uma sociedade moderna?
A problemática dos limites éticos e
estéticos da arte vai dominar a pauta de uma conferência científica sobre os
aspectos estéticos e éticos do uso das tecnologias de biologia sintética na
arte contemporânea. O evento reunirá filósofos, críticos de arte,
representantes das ciências naturais e artistas que usam tecnologias de
biologia sintética em suas obras. Além disso, haverá também palestras, mesas
redondas, aulas master, assim como encontros com curadores, artistas e
cientistas.
A exposição eCONSCIOUSNESS é a terceira
do gênero no âmbito do projeto internacional Science Art implementado pela Casa
Central dos Artistas e pela Universidade Lomonossov de Moscou. O evento é
coorganizado pelo Centro de Desenvolvimento via Inovação de Moscou.
Camilla
Shin, Gazeta Russa
Fonte: Gazeta Russa
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