IGOR RIBEIRO| »
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Trabalhadores começam a reforma do CopanCrédito: Arthur Nobre
Marco arquitetônico do País e cartão
postal de São Paulo, o edifício Copan tentava, desde 2010, arrecadar junto à
iniciativa privada um patrocínio para o restauro de sua fachada. Seria a
primeira grande reforma de sua história e custava, na época, R$ 17 milhões. A
contrapartida previa a exposição da marca patrocinadora em 20% da manta de
proteção que protegeria a fachada durante a reforma, o equivalente a 10 mil
metros quadrados. O Copan só conseguiu iniciar sua reforma na semana passada,
agora corrigida em R$ 23 milhões, e sem patrocínio. Ninguém se interessou no
investimento.
O caso se torna ainda mais peculiar
diante da vigência, desde 2007, da lei municipal 14.223, que transformou
radicalmente a paisagem da cidade ao restringir o tamanho do logotipo e nome de
marcas nas fachadas de estabelecimentos comerciais e proibiu os outdoors. A Lei
Cidade Limpa, como ficou conhecida, inspirou outros projetos no País e balançou
o mercado de propaganda, que ficou desnorteado à época de sua publicação. Seu
artigo 37, no entanto, autoriza a Secretaria de Cultura a viabilizar anúncios
em bens de valor cultural, mediante patrocínio ou investimento. Prédios
históricos como o Copan, o Circolo Italiano e o Edifício Esther ansiavam por parcerias,
mas elas não vieram.
Algumas marcas fizeram parcerias com o
poder público envolvendo exposição em outros itens da paisagem urbana. As
diversas ações envolvendo o incentivo ao uso de bicicletas viraram cases
referenciais no mercado. O banco Itaú instalou as centrais Bike Sampa – a
exemplo do projeto Bike Rio –, com empréstimo de bicicletas em diversos pontos
da cidade. Muitos são próximos à Ciclofaixa de Lazer, projeto apoiado pela
Bradesco Seguros e Previdência. Quem preferir utilizar uma ciclovia de fato,
pode usar a do Ibirapuera, recentemente reformada com patrocínio da Volkswagen.
Quem passeasse por lá em dezembro de 2011 notaria que a árvore de Natal do
Ibirapuera levava a marca do Santander. Neste 2013, o mobiliário urbano de São
Paulo – principalmente abrigos de ônibus e relógios de rua – começa a ser
substituído e Ambev e Net adquiriram as primeiras cotas.
Oportunidades
Sérgio Krichnã Rodrigues, diretor
corporativo da SP Obras, afirma que a Prefeitura é receptiva a bons projetos de
patrocínio: “ainda que a exposição tenha um prazo curto e efêmero, a marca é
institucional, será associada a algo valioso para a cidade, estará muito em
voga.” A própria SP Obras está reformando um prédio tombado na rua Líbero
Badaró, o edifício Sampaio Moreira, que deverá abrigar o gabinete da Secretaria
de Cultura. “A mídia exterior superou o formato básico de outdoor permitiu uma
série de possibilidades criativas, interativas e inovadoras que melhor conectam
a marca e o público”, diz Artur Martins, gerente-executivo de marketing
comunicação da Volkswagen do Brasil. “Fundamentalmente informativa, passou a
ter um papel de entretenimento e envolvimento com a mensagem exposta.”
Apesar de o mercado admitir que há potencial nesse tipo de mídia, na prática pouco acontece. Segundo Paula Nader, superintendente executiva de marketing do Santander, a efemeridade mencionada pelo diretor da SP Obras é um forte impeditivo. A tendência, segundo ela, é associar-se a projetos de lastro, mesmo que a exposição de marca não seja tão evidente. “Queremos levar benefícios para as pessoas, que sejam relevantes para a sociedade e tenham a ver com nossa missão”, diz. Entre as prioridades de patrocínio do Santander, estão três prédios históricos: um em São Paulo, onde fica a reserva técnica do acervo de arte do banco; e dois centros culturais do banco, em Porto Alegre e Recife. Para Martins, a ação feita na ciclovia do Ibirapuera há poucos anos ia além de um recurso de comunicação institucional: “era mais uma ação da marca em favor do estimulo à qualidade vida por meio do esporte que está presente na estratégia da Volkswagen. Consideramos também a ação como um presente para São Paulo e para os frequentadores do Parque do Ibirapuera”.
Apesar de o mercado admitir que há potencial nesse tipo de mídia, na prática pouco acontece. Segundo Paula Nader, superintendente executiva de marketing do Santander, a efemeridade mencionada pelo diretor da SP Obras é um forte impeditivo. A tendência, segundo ela, é associar-se a projetos de lastro, mesmo que a exposição de marca não seja tão evidente. “Queremos levar benefícios para as pessoas, que sejam relevantes para a sociedade e tenham a ver com nossa missão”, diz. Entre as prioridades de patrocínio do Santander, estão três prédios históricos: um em São Paulo, onde fica a reserva técnica do acervo de arte do banco; e dois centros culturais do banco, em Porto Alegre e Recife. Para Martins, a ação feita na ciclovia do Ibirapuera há poucos anos ia além de um recurso de comunicação institucional: “era mais uma ação da marca em favor do estimulo à qualidade vida por meio do esporte que está presente na estratégia da Volkswagen. Consideramos também a ação como um presente para São Paulo e para os frequentadores do Parque do Ibirapuera”.
Para o executivo, mídias Out of Home
viraram alternativas para ampliar o alcance de mídia externa. “Adicionalmente
incluímos nos planos de mídia ações em shoppings, cinemas, placas de campo de
futebol, exposições de carros em geral e mídia em aeronaves, como é o caso da
TAM”, explica. Segundo Paula, naming rights seriam mais interessantes se
tivessem maior aceitação no Brasil. “Há muitas restrições aqui, principalmente
junto às emissoras de TV e em boa parcela da imprensa, que não mencionam o
naming, não dão o crédito”, diz. A menção de nome poderia, em tese, compensar
altos investimentos em projetos com prazos curtos como restauros.
Rodrigues não acredita que o texto da
Lei Cidade Limpa abra exceções num futuro próximo. Ainda assim, defende que há
boas oportunidades segundo as permissões do artigo 37 e que as empresas
interessadas poderão abrir precedentes para o País inteiro. “Ter uma
publicidade que se harmoniza com o espaço turístico é fundamental. Afinal,
cerca de 7,4 milhões de pessoas que utilizam os transportes públicos
diariamente passam por esses lugares, levam essas mensagens”, diz, referindo-se
especificamente ao mobiliário urbano. As oportunidades de negócios, segundo
ele, espalham-se por todos os quadrantes da cidade, não só na região central.
“Vai permear a mídia em tudo que é lugar”, conclui.
Fonte: MeioeMensagem
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