As
principais galerias de arte de Paris e o Palácio de Versalhes tiveram peso
contra uma tentativa impopular de incluir as obras de arte em um imposto sobre
fortunas, queixando-se em uma carta ao governo que tal medida poderia tirar
coleções históricas da França.
O
jornal Libération publicou um trecho de uma carta que disse ter sido assinado
pelos chefes do Louvre, Versailles, Musée d'Orsay, Centro Pompidou, entre
outros, e enviada para a ministra da Cultura e o presidente François Hollande,
dizendo que o imposto iria esmagar o mundo da arte.
"Há
um risco de que a França irá contribuir para o desaparecimento das coleções
históricas que foram passadas através das gerações", afirma a carta
publicada no jornal, que foi escrita na sexta-feira e também tem a assinatura de
vários prefeitos.
Porta-vozes
das várias galerias de arte não puderam ser encontrados para comentar.
Nesta
terça-feira, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, aparentemente deu
fim à tentativa de incluir obras de arte avaliadas em mais de 50.000 euros
(64.700 dólares) em ativos usados para calcular a fortuna de uma pessoa,
afirmando que o governo socialista foi contra a inclusão.
"Obras
não serão incluídas no cálculo do imposto sobre a fortuna. Essa é a posição do
governo", disse ele à rádio Europe 1.
Mas
o ministro do Orçamento, Jerome Cahuzac, advertiu que a proposta ainda não foi
sepultada.
"Nós
vamos ter uma conversa franca com o grupo socialista. É possível um governo ser
derrotado por sua maioria parlamentar", afirmou ele à rádio France Inter.
Atualmente,
apenas ativos como imóveis ou poupança contam para o imposto sobre fortunas.
Ativos líquidos de mais de 1,3 milhão de euros são tributados em 0,25 por cento
acima do imposto de renda, e a taxa dobra para 0,5 por cento para os ativos
acima de 3 milhões de euros.
A
ideia do parlamentar de esquerda Christian Eckert de incluir obras de arte
ganhou o apoio do Comitê de Finanças da Câmara Baixa, provocando gritos de
indignação no momento em que o mundo da arte de Paris se prepara para a
abertura de sua mostra anual de arte, a FIAC.
A
ministra da Cultura, Aurelie Filippetti, disse na semana passada que o governo
se opôs à proposta de emenda ao orçamento de 2013.
Com
uma longa tradição de apoio público às artes, a França tem poupado obras de
arte do imposto sobre a riqueza desde que o ex-presidente François Mitterrand
introduziu o imposto, em 1982.
Prefeitos
incluindo Martine Aubry, de Lille, e Betrand Delanoe, de Paris, disseram que os
colecionadores de arte foram vitais para incentivar a criação artística e
preservar a riqueza artística da França, segundo o Libération.
O
primeiro orçamento de Hollande já irritou os ricos pela imposição de um novo
imposto de 75 por cento sobre a renda acima de 1 milhão de euros e ele teve de
prometer uma isenção para os proprietários de pequenas empresas em um novo
aumento de impostos sobre ganhos de capital, após um protesto online.
REUTERS
Acesso em 16/10/12
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