A memória
visual involuntária exerce uma função cognitiva emprestando várias dimensões e
movimentos à imagem fixa de duas dimensões. Ela restabelece diversos níveis de percepções
que se atribuem àquelas figuras inertes e cuja disposição no enquadramento da
fotografia evoca enquadramentos muito vistos através da vida de figuras novéis
e inteligentes e de suas imagens inertes. A transposição da fotografia para a
memória empresta-lhe o movimento contínuo do pensamento, que é o que se torna
necessário fazer para que a foto isolada exprima o seu conteúdo latente e não
explícito.
PROUST, Marcel. Em busca do tempo perdido. In vários
autores. Desafios da imagem: fotografia, iconografia e vídeo nas ciências
sociais/ Bela Feldman-Blanco, Miriam L. Moreira (orgs.). ― Campinas, SP:
Papirus, 1998, p. 38.
Imagem: mtomasini
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