Para se conhecer a artista plástica japonesa Meera (Kasue Hashimoto) é preciso antes saber de sua profunda afeição por certa flor indiana, cuja representação é recorrente em suas pinturas. Estas flores demoram um ano se preparando para desabrochar e, quando o fazem, sobrevivem por apenas cinco horas.
“Eu poderia pintar essas flores a minha vida toda. São tão simples, mas quando eu as encontro, elas são tão frescas, tão fortes e vivem tão pouco que eu sinto que se não pintá-las, isso não está certo”, contou Meera, em entrevista exclusiva ao O POVO, enquanto mostrava parte de seus trabalhos recentes.
A artista plástica, que nasceu no Japão e estudou na Espanha, está no Ceará como convidada do Osheanic Festival 2012 e hoje ministra o workshop Vivência e Sensibilização da Expressão Criativa para crianças com câncer atendidas pela Associação Peter Pan. No fim de semana, ela estende a experiência a artistas convidados e a funcionários do Grupo de Comunicação O POVO.
A artista plástica, que nasceu no Japão e estudou na Espanha, está no Ceará como convidada do Osheanic Festival 2012 e hoje ministra o workshop Vivência e Sensibilização da Expressão Criativa para crianças com câncer atendidas pela Associação Peter Pan. No fim de semana, ela estende a experiência a artistas convidados e a funcionários do Grupo de Comunicação O POVO.
Tanto a experiência na Peter Pan quanto o trabalho com os artistas cearenses serão registrados e resultarão em dois livros distintos.
“A arte me faz conectar com a vida. Quando as pessoas me perguntam se eu sou uma artista, eu parei de dizer que sim. Porque eu sinto que a arte é muito mais que a gente consegue compreender. A arte é para as pessoas. A arte é uma oração. A arte é uma expressão da vida”, define Meera.
A artista tomou por missão devolver às pessoas comuns o fazer artístico. Em seu workshop, ela ministra técnicas de criação que permitem aos participantes experienciar a arte. “Eu sinto que não devemos monopolizar a arte só para pessoas com talento. Assim, o mundo está indo por um caminho errado. Eles tiraram a arte das pessoas. Eu quero devolver a arte para todos. A arte tem que voltar para as pessoas, não só para artistas”
LimpezaMas se engana quem imagina que Meera repasse técnicas ou ensine o como fazer. Para ela, o importante é comunicar com o coração e deixar a energia fluir.
“Uma vez, ouvi Osho perguntar ‘Qual é a diferença entre pintar e limpar?’ E eu fiquei chocada. Como assim não tem diferença entre pintar e limpar? ‘Na limpeza, você joga a água e passa o esfregão. Na pintura você faz o mesmo no quadro, com tinta e pincel. Qual é a diferença? A diferença vem da experiência e não da ideia’”, explica
E credita ao mestre Osho um ensinamento que explica o que sente hoje em sua missão em Fortaleza.
“Nossa vida não é só nosso corpo. Isso eu também aprendi com Osho. E é por isso que eu acho que tenho coragem de ir para essas crianças que estão com câncer e pintar com elas. Eu me sinto honrada de dividir meu trabalho com elas. Porque algumas flores só vivem cinco horas. E elas são mais bonitas que as flores permanentes”.
Imagem: Meera atualmente orienta o treinamento em pinturas no Osho Meditation Resort, Pune, India, e em Ibiza
Acesso em 12/10/12
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