Por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (SED) e o curso de Tecnologia em Produção Multimídia da Universidade Anhanguera-Uniderp, estudantes cegos do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP/DV) participaram no final de semana, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, da oficina “A fotografia e seus sentidos”, que trabalhou a inclusão, a curiosidade, a criatividade e a autoestima.
A oficina, ousada e inédita na Capital, foi realizada pela fotógrafa e professora universitária Vânia Juca, o coordenador do curso de Tecnologia em Produção Multimídia, Fabio Baptista e os acadêmicos Paulo Alves Ribeiro, João Felipe Abrahan e José Paulo dos Santos, com a proposta de ensinar técnicas de produção de fotografia para os cegos como retrato, autorretrato e texturas.
O grupo do CAP/DV, formado por Antônio Paulo H. Pereira Santa’Ana, Denilson Norato dos Santos, Sueli Silva, Cláudio Ramos Cordeiro e Leandro Aparecido de Oliveira Souza, recebeu noções de distância para a captação de imagens, recorte e composição, além de discussões sobre a arte, o poético, o erro e o acaso, capacitando os participantes para operar uma máquina fotográfica simples e registrar imagens a partir do tato, da audição e do olfato.
“As imagens se constroem de dentro para fora e vice-versa, a partir de todos os sentidos, não só da visão: imagens podem ser produzidas com o tato, o olfato e o paladar e ainda somos cercados pelo rádio e pelas narrativas orais, as chamadas imagens sonoras”, explica o coordenador Fabio Baptista, aque completa: “Conseguimos atingir o resultado esperado, despertamos e estimulamos os participantes a produzir imagens utilizando outros sentidos, sem ser o da visão”.
O próximo passo para os realizadores da oficina é promover para mais deficientes visuais e cegos uma oficina para a produção de imagens em movimento, que posteriormente serão transformadas em documentário.
Acesso: 10/10/12
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